Epifania do Senhor

A Epifania do Senhor é o episódio onde o Evangelho segundo São Mateus relata a história da visita dos Magos ao Menino Jesus, guiados por uma estrela. Mas o que nos ensina este momento tão especial, celebrado todos os anos com tanta alegria?


A figura dos Magos simboliza a busca incessante pelo sentido da vida e pela verdade. Não eram judeus mas sim pagãos, não eram pessoas simples, humildes, pobres e perseguidos mas sim pessoas importantes nos seus reinos, pela sua sabedoria e conhecimento. Os Magos representam em si todas as nações que vêm adorar o Rei dos Reis. Este convite é atual e desafiante: nós todos também somos chamados a seguir a luz da fé, mesmo quando a viagem parece incerta ou cheia de obstáculos. A Boa Nova do nascimento do Salvador, não é só para alguns. É para todos os homens e mulheres que ousam em acreditar que Cristo é o Filho de Deus.

Os presentes oferecidos pelos Magos – ouro, incenso e mirra – têm significados profundos:  O ouro reconhece a realeza de Jesus; o incenso simboliza a sua divindade e a oração que sobe a Deus; a mirra prefigura o seu sofrimento e morte por nós. Estes dons recordam-nos que Cristo veio para transformar todas as dimensões da nossa vida: as conquistas, os desafios e os momentos de dor. Este Evangelho portanto faz com esta história uma premonição sobre a vida de Jesus, uma revelação universal do amor de Deus, que convida todos os povos e culturas a reconhecerem Cristo como Salvador, que sofrerá e morrerá na cruz porque nos ama!

A estrela que os guia é sinal da luz de Cristo, que brilha para iluminar os caminhos de quem o procura. A Estrela do Oriente é Jesus! O farol que nos guia para vivermos com sentido, amor e esperança. Ele é a fonte de luz que nunca se apaga, mesmo nos momentos mais difíceis, e que nos chama a ser reflexos dessa mesma luz no mundo.

Nos dias de hoje, a Epifania não é apenas uma celebração do passado, mas um convite constante para reconhecer a presença de Cristo em nossas vidas, para refletirmos sobre o que estamos a oferecer a Cristo. Quais são os “presentes” que entregamos aos seus pés? Pode ser o nosso tempo para os outros, a nossa dedicação à família, ou o compromisso com a comunidade e os necessitados. Assim como os Magos, também somos desafiados a sermos corajosos, a deixar as nossas zonas de conforto e a confiar na direção que Deus nos dá.

Para as famílias e, em especial, para as crianças do terceiro ano da Catequese que se preparam para a primeira comunhão, este Evangelho recorda a importância de sermos luz no mundo, tal como a estrela foi guia para os Magos. Jesus chama-nos a partilhar esta luz através de gestos simples, mas cheios de significado, como ajudar um colega, perdoar ou rezar em família.

A Epifania é mais do que um episódio distante: é um convite a abrirmos o coração para reconhecermos Cristo nas nossas vidas e nos outros. Que possamos, como os Magos, ser perseverantes na nossa jornada de fé, atentos às “estrelas” que Deus coloca no nosso caminho para nos conduzir à verdadeira alegria e paz.

Neste início de ano, inspiremo-nos no exemplo dos Magos e ofereçamos a Jesus o melhor de nós mesmos, renovando o compromisso de viver na luz do seu amor, para sermos a nossa melhor versão.

Termino com a minha mensagem de Boas Festas: Que sejamos Luz! Luz que não se apaga, Luz que brilha o ano inteiro! Aproveitar o que esta época tem de bom e lembrar que, mesmo num mundo imperfeito e com dias difíceis, somos capazes de nos unir, partilhar e construir algo melhor. Juntos brilharemos mais e a nossa Luz chegará mais além, aconchegando com empatia, compaixão e alegria! Sejamos uma Luz de Esperança e Amor!  

Sílvia Escudeiro

Domingo dentro da Oitava do Natal - Sagrada Família de Jesus, Maria e José, Festa

Neste último Domingo do ano, o Evangelho convida-nos a refletir sobre a Sagrada Família, composta por Jesus, Maria e José.

Embora vejamos sempre esta Sagrada Família como seres superiores e diferentes, esta Escritura vem relembrar-nos de que Maria e José são apenas pais. Pais que se deslocam com o Filho, Pais que continuam a ir a Jerusalém, todos os anos na Páscoa, Pais com a preocupação natural de não saber do Filho, que o procuram por todo o lado e não descansam até o encontrar. Qualquer pai ou mãe ficaria aflito numa situação destas, mas quando encontram o Filho, a reação de Jesus é muito diferente.

Não existe medo, nem preocupação porque, no fundo, nunca está sozinho e que está no lugar onde deve estar: “Por que é que me procuravam? Não sabiam que eu tinha de estar na casa de meu Pai?" Com esta resposta, Jesus deixa a adivinhar que embora se considere filho de Maria e José, a sua verdadeira missão é estar ao serviço de Deus. Ainda assim, apesar dos pais não terem entendido as suas palavras, voltou com eles para Nazaré.

Diz-nos a Escritura que, embora os pais não tenham entendido as palavras, Maria apercebe-se do que se passa e sabe no seu coração que Jesus está a crescer “em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.”. Maria sabe que o seu Filho é especial, mesmo sendo um rapazinho pequeno.

Todos nós queremos ser especiais. Enquanto filhos, enquanto pais, enquanto membros da nossa comunidade. O que nos temos de lembrar é que, à luz de Deus, todos somos especiais. Tal como Jesus, existe dentro de nós uma luz, um dom, que é especial. Jesus foi uma criança como qualquer um de nós foi. Resta-nos encontrar essa criança e essa luz dentro de nós, todos os dias.

 

Ana e Fernando Sousa

Quarto Domingo do Advento - Ano C

O Evangelho sugere que esse projeto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré que encarna na nossa humanidade.

«Feliz aquela que acreditou»

Maria, Sua e nossa mãe, aparece como modelo de Fé e de misericórdia, para nos indicar o caminho.

Maria não precisou de grandes explicações quando lhe foi pedido que colaborasse no projeto de Deus.

Não hesitou, não pediu garantias, não procurou salvaguardar os seus projetos pessoais, não pôs em causa a lógica de Deus…

Confiou simplesmente na Palavra de Deus e entregou-se confiadamente nas mãos de Deus. Maria é a mulher da Fé autêntica, o modelo do crente verdadeiro.

Maria, depois de receber o chamamento de Deus e de aceitar ser a mãe do “Filho do Altíssimo”, pôs-se a caminho.

Não fica fechada na sua casa, mergulhada na contemplação do seu estatuto de mãe de um menino que vai herdar “o trono de seu pai David” e que “reinará eternamente sobre a casa de Jacob”, como lhe disse o mensageiro de Deus.

Transportando o Messias prometido, ela torna-se mensageira da paz. Habitada por notícias felizes, Maria faz-se “evangelizadora”.

Ela leva o “Evangelho” ao encontro daqueles que esperam ansiosamente a Boa notícia da chegada libertadora de Deus. É assim que ela prepara o nascimento daquele menino que vem mudar o curso da história dos homens.

Nestes dias que antecedem a celebração do nascimento de Jesus,

- Temos sido mensageiros da paz que Jesus veio oferecer ao mundo e aos homens?

- Temos sido porta-vozes da Boa notícia da chegada da salvação?

Terceiro Domingo do Advento - Ano C

O Evangelho de Lucas 3, 10-18  apresenta o papel de João Batista a  anunciar  a chegada de Jesus Cristo . Messias orientou  o povo a viver de forma justa e solidária.

 A multidão pergunta “O que devemos fazer?”, e João Batista responde com orientações práticas: compartilhar bens com os necessitados e agir com honestidade. Ele dá grande importância a essa ideia para chamar a atenção das pessoas para a necessidade de mudar de vida. O seu batismo com água é apenas preparatório, para anunciar um Messias mais poderoso, que batizará com o Espírito Santo e com o fogo.

Matilde,
9º ano - centro de catequese da igreja Paroquial

Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, Segundo Domingo do Advento - Ano C

Este texto do segundo domingo do advento coincide com a Solenidade da Imaculada Conceição, e que texto melhor para nos lembrar o significado do advento!

Neste Evangelho que nos conta a vinda do anjo Gabriel para anunciar a Nossa Senhora que ela tinha sido a eleita pode fazer-nos lembrar de várias coisas:

A primeira sem dúvida que é o poder que Deus tem: só nesta passagem temos dois milagres! A imaculada Conceição de Maria e a gravidez da sua prima , Isabel, a que achavam estéril! Estes milagres não só mostram o poder de Deus como o quão bondoso Ele é! Os milagres d’Ele são de criação, para trazer o bem a todos.

Uma coisa muito importante que acontece neste evangelho é a resposta que Maria dá ao anjo. Foi o sim de Maria que proporcionou a vinda de Jesus ao mundo!! Será que nós dizemos que sim aos desafios que nos são postos no dia à dia?? Se calhar nem sempre…

Todos sabemos que o advento é o tempo de nos prepararmos para a vinda do menino Jesus. Descoramos as nossas casas, planeamos a nossa ceia, compramos presentes… Isto tudo nos sabe bem fazer, e pode fazer parte do nosso advento, mas o ponto chave é mesmo o menino Jesus. Quando ele veio ao mundo através da Virgem Maria, não tinha conforto quase nenhum. Se não fossem as palhinhas da manjedoura nem como se abrigar do frio tinha!

E hoje em 2024? Aonde é que ele vem? Aos nossos corações claro! E lá, vai ter conforto? Como podemos preparar os nossos corações para o receber?

Lembram-se do sim de Maria? É assim que preparamos os nossos corações. A dizer que sim, a servir, a ser amigos, a amar. Porque Jesus, já crescido, disse “tudo o que fazeis a algum desses meus pequenos irmãos, a mim o fizeram”; vamos por isso fazer um esforço este advento e preparar o nosso coração aprendendo a servir como Maria.

7º ano da catequese da Marinha Grande

O Grãos de Areia vai voltar

O Grãos de Areia era o boletim paroquial da nossa comunidade, todos os meses partilha artigos de opinião, formação, algumas notícias, etc. era realmente um trabalho oportuno e interessante, apesar de limitado pelo espaço e pelos custos. Acabou por adormecer com a pandemia, mas não desapareceu a certeza que é importante manter não só a comunicação, mas também a oportunidade de formar e alargar horizontes.

Curiosamente, a mesma pandemia, que ditou a pausa, mostrou novos caminhos a explorar: o site da paróquia, as redes sociais, o WhatsApp, surgem agora como forma de chegar a mais pessoas, sem as limitações de espaço. Vamos iniciar várias rubricas, a primeira esta semana com um desafio lançado às famílias da catequese: um breve comentário ao Evangelho do Domingo.

Queremos também contar as histórias das pessoas que foram e são parte da história da comunidade;
lançar alguns temas de formação litúrgica, espiritualidade e ainda um espaço de perguntas e respostas.

Mais novidades nos próximos dias

Primeiro Domingo do Advento - Ano C

Na minha opinião, a Liturgia da Palavra do primeiro domingo do Advento (tempo tão especial de preparação espiritual e conversão para a celebração do Natal — a vinda de Cristo), transmite uma mensagem clara e profunda de esperança, vigilância, conversão e preparação para o encontro com Cristo.

Esperança: a liturgia lembra-nos que Deus é fiel às suas promessas. Ele trará justiça, salvação e restauração ao seu povo. Para mim, é um convite a confiar no Senhor, a aceitar a sua vontade e a acreditar que Ele age em nosso favor, mesmo nas situações mais difíceis da nossa vida.

Conversão e Vigilância: Sinto que somos chamados a abandonar tudo o que nos distrai do essencial, a viver com retidão e a cuidar mais da nossa relação com Deus. É um apelo forte à transformação interior, que exige atenção às nossas atitudes e uma entrega verdadeira às coisas que realmente importam.

Preparação para o Encontro com Cristo: Seja no Advento, na Páscoa ou em qualquer outro momento da nossa vida, acredito que é essencial procurarmos uma santidade ativa, crescendo no amor e na caridade. Preparar o coração para Cristo é viver com fé, esperança e amor, orientando as nossas ações para o bem a fim de alcançarmos o Reino de Deus.

Resumindo, para mim, a Liturgia deste primeiro domingo do Advento é um apelo poderoso para que nos preparemos espiritualmente, em oração e também através de ações concretas, para acolher Cristo nas nossas vidas. É um convite para abrirmos o coração à alegria e ao mistério do Natal, deixando que esta preparação transforme o nosso dia a dia.

Judite Silva, “mãe da catequese” do oitavo ano