Domingo III Advento A

No evangelho desta semana somos convidados a olhar João Batista, estando ele na prisão, por apelar à conversão.

No entanto, mesmo nesta situação tão dura, ele não se fecha em si mesmo. Como profeta que é, João mantém-se fiel à sua missão, mantém-se atento aos acontecimentos da sua época, à ação dos Homens e aos sinais de Deus.

Continuando a comunicar com os seus discípulos, chegam até ele notícias do próprio Jesus. Recebe a confirmação de que o Messias já chegou, pois acontecem toda a espécie de prodígios. Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem e a boa nova é anunciada aos pobres. Os sinais são inequívocos.

Falando à multidão, Jesus tece grandes elogios a João Batista, chama-lhe o maior profeta já nascido. Mas o menor no reino dos céus é maior que ele. Nós podemos ser ainda mais bem-aventurados que João Batista. Nós hoje sabemos que Jesus já cumpriu a sua missão salvífica, ressuscitou, subiu aos céus, está sentado à direita do Pai e envia-nos o seu Espírito Santo que, permanecendo em nós, realiza as obras do Reino de Deus.

Importa estar atentos à Palavra e à ação de Deus nas nossas vidas, para não cair na tentação de ficarmos fechados em nós mesmos.

Somos convidados a voltar o nosso coração para saborear as maravilhas que Deus faz. Independentemente de tudo o que nos possa fazer sentir aprisionados, como a nossa pequenez, os nossos medos, pecados, doenças, situações de dor e injustiças, devemos confiar nos seus desígnios.

A obra de Deus é espiritual e manifesta-se em nós de dentro para fora, se lhe abrirmos o nosso coração. Somos hoje nós que continuamos a nos comunicar com Jesus, e comunicamos ao mundo que Jesus vive e atua nas nossas vidas,  que Jesus é o caminho, a verdade e a vida.

Neste que é o domingo da alegria, somos convidados a saborear, construir e anunciar o Reino de Deus, e a fazer disso a nossa grande alegria.

Domingo II Advento A - 2025

Mateus 3,1-12

Nesta passagem, vemos João Batista no deserto a chamar as pessoas para mudarem de vida. O deserto é um lugar de silêncio e simplicidade, e por isso muitos de nós imaginamos que simboliza um espaço onde podemos pensar melhor em quem somos e no que precisamos de melhorar. Quando João fala no deserto, ele está a mostrar que, para seguir Jesus, às vezes temos de “limpar” o que está dentro de nós e preparar um caminho novo, mais sincero e humilde.

 João Batista batizava as pessoas com água, mas percebeu que muitas iam até ele só porque “toda a gente ia” ou porque queriam cumprir uma obrigação sem perceber o verdadeiro sentido do batismo. Por isso, ele chama alguns de “raça de víboras”, o que significa que estavam a ser falsos ou traidores da própria fé. João queria que o arrependimento fosse verdadeiro, vindo do coração, e não apenas algo feito por fora.

 Ele também nos lembra que não basta dizer que temos fé ou que pertencemos a um povo importante, como os judeus diziam ser descendentes de Abraão. O que Deus quer é que a nossa vida dê frutos — ou seja, que as nossas ações mostrem aquilo em que acreditamos. Ser cristão não é só falar, é agir com amor, justiça e verdade.

João anuncia ainda que virá alguém muito maior do que ele — Jesus — que batizará com o Espírito Santo e com o fogo. Isso quer dizer que Jesus não vem apenas lavar o exterior, como a água faz, mas transformar o interior, o coração, para que sejamos pessoas novas.

 No fundo, a mensagem de João Batista para nós, jovens de hoje, é simples mas muito importante:

devemos converter-nos, mudar o que está errado na nossa vida e viver a fé de forma verdadeira, com humildade e confiança em Deus. Não basta parecer que acreditamos; é preciso viver como Jesus nos ensinou.

 Jovens da catequese do 8º ano da Marinha Grande

Imaculada conceição da Virgem Santa Maria

Lc 1,26-38

 - O evangelista mostra-nos, ao descrever a aparição do anjo a Maria, que Deus não é distante, está ao nosso alcance, não está longe e pode transformar a vida de qualquer um de nós como fez com Maria.

Cabe a cada qual decidir, aceitar ou não o convite. Ao responder "sim" Ele pode transformar nossas vidas, despertar-nos à vocação, ao Seu amor por nós. 

Deus não se impõe, Ele espera ser acolhido, age naquilo que aos nossos olhos nos parece impossível tal como aconteceu com Maria "...como é isso possível se não conheço homem..."

Maria ouviu a Palavra, meditou -a, perguntou e respondeu segura e confiante.

Mostrou como viver a fé com humildade, abertura e coragem.

Que Maria Nossa Mãe nos sirva de exemplo, guia e confiança.

- O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a Maria para anunciar que ela seria a Mãe de Jesus. Maria ficou assustada, mas o anjo explicou que ela tinha sido escolhida por Deus e que o Espírito Santo viria sobre ela. Mesmo sem entender tudo, Maria confiou e disse: “faça-se em mim segundo a tua palavra”. Este momento mostra a fé, humildade e obediência de Maria.

- O Evangelho da Anunciação mostra-nos que Deus entra na nossa vida de forma simples. Maria era uma jovem comum, mas foi convidada a fazer algo importante. Isso lembra-nos que também nós, no nosso dia a dia, podemos fazer o bem através de pequenas atitudes.

Quando o anjo diz “não tenhas medo”, percebemos como esta mensagem é atual. Todos enfrentamos dúvidas e preocupações, mas a confiança de Maria inspira-nos a continuar, mesmo sem termos todas as respostas.

O seu “sim” é um exemplo para nós, pais e famílias: ouvir mais, ter calma, procurar o que é realmente importante, termos paciência, ajudarmos quem precisa e fazermos escolhas com amor.

Este texto lembra-nos que Deus conta connosco — nas coisas simples, em casa, no trabalho e na relação com os nossos filhos — para levar esperança e construir um ambiente melhor à nossa volta.

- Como pais catequista e adolescentes do 9º ano olhámos cada um este texto que tantas vezes nos chega, mas que sempre nos traz uma mensagem nova.

De esperança de que a Deus nada é impossível, de confiança de que Ele se faz próximo da nossa humanidade e compreende o que é preciso a todos e cada um. E que necessitamos de não duvidar, mesmo que muitas vezes não consigamos compreender.   Os adolescentes cada vez duvidam e questionam mais, necessitamos de ver e ouvir com os olhos da e só assim conseguiremos chegar mais perto do “ Sim “de Maria, e contagiar os que nos rodeiam.

Jovens e Pais do 9º ano da catequese do centro da igreja Paroquial

Domingo I Advento A - 2025

No primeiro Domingo do Advento, abre-se diante de nós um Novo Ano Litúrgico (Ano A) e, com ele, a celebração do único Mistério de Cristo. Começa um novo caminho de fé: momento especial para preparar os corações, no desejo de acolher a primeira vinda de Jesus, na expectativa para a segunda vinda de Cristo.

Neste Novo Ano Litúrgico, a Igreja propõe a leitura e meditação do Evangelho de São Mateus!

O primeiro Domingo do Advento o Senhor transmite a Palavra do Evangelho de (Mt 24,3744), onde somos convidados a ficar vigilantes e atentos aos sinais: "Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do Homem..." Devemos estar preparados, numa atitude de humildade e vigilância à chegada de Cristo que Vem...

"Nos dias que precederam ao Dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento..." Este é um contexto da vida cotidiana, mas é preciso ter atenção para não ficar demasiado ocupados com os bens terrenos e olhar com satisfação só para as necessidades imediatas (a grande tentação da vida de hoje).

"Até ao dia em que Noé entrou na Arca..." Aqui Noé é apresentado como exemplo de prudência. Na sua vida cotidiana, construiu a Arca da Salvação, percebeu os sinais dos tempos pelos quais Deus se comunica com a Humanidade.

Enquanto os outros "não deram por nada, até que veio o Dilúvio, que a todos levou." Mais que um alerta, é também uma chamada de atenção aos sinais reveladores de Deus, para que não sejamos apanhados de surpresa pelo "Dilúvio".

O convite feito por Jesus é que devemos viver em estado constante de preparação para o encontro do Senhor, uma vez que ELE já Veio... não esquecendo a dimensão da Sua segunda Vinda.

6° ano da M.G.

Domingo I Advento - 2025

Mt 24, 37-44

O Advento é um tempo de preparação: preparação para o Natal, para a vinda de Jesus, Nosso Senhor. É também um tempo que nos convida a olhar para a vida com mais profundidade, a reconhecer que cada dia é uma oportunidade única.

A leitura do Evangelho lembra-nos que devemos viver o presente como se fosse o nosso último dia. Não sabemos o dia de amanhã; não sabemos se teremos novamente ao nosso lado aqueles que amamos, nem se teremos outra chance de fazer o bem que deixamos para depois. O amanhã não nos pertence, e os nossos planos futuros dependem, muitas vezes, das atitudes que tomamos hoje.

Tendemos a pensar que certas coisas só acontecem aos outros, que a vida nos dará sempre mais tempo, mais oportunidades. Mas será mesmo assim? A verdade é que não controlamos tudo, e por isso é tão importante viver com consciência, intenção e gratidão.

Mesmo com dificuldade, procuro viver cada dia da melhor forma possível, para que não haja arrependimentos. Ainda assim, no meio da correria diária, é frequente deixarmos para segundo plano aquilo que realmente importa: a família, os amigos, aqueles que fazem parte da nossa vida e que por vezes tomamos como adquiridos. Adiamos gestos, palavras e cuidados, acreditando que “amanhã farei”, “amanhã digo”, “amanhã resolvo”. Mas… e se o amanhã não chegar? E se for tarde demais?

O momento de fazer é o AGORA.

O Evangelho convida-nos a não adiar o essencial, a não andar distraídos, mas antes a viver o dia de hoje com verdade, com amor e com presença. A não deixar por dizer o que o coração sente, a não adiar o bem que podemos fazer. Viver como se cada dia fosse único – porque, na realidade, é.

Significa escolher todos os dias o que realmente importa: a família, os amigos, a oração, a bondade, a verdade, a presença de JESUS na nossa vida. 


Tânia Pedrosa

Domingo XXXIII Tempo Comum Ano C

Assim como o Templo caiu, o orgulho e as certezas vazias de hoje cairão.

A nossa vida assenta nos pilares da verdade, a caridade e a confiança em Deus que nem o tempo nem a destruição podem abalar.

Jesus não nos fala para semear o pavor, mas fala para nos convidar à serenidade e à fé.

Esta leitura é um convite à calma e à vigilância: o mundo muda, mas quem vive enraizado na fé não teme o ruir das pedras pois os nossos pilares são construídos na fé podem abanar, mas não caem.

Paula Sobreira, catequista 5º ano

Domingo XXXII Tempo Comum - Dedicação da basílica de Latrão

As leituras proclamadas na Eucaristia de 9 de Novembro estão relacionadas com a Festa da Dedicação da Basílica de S. João de Latrão, Catedral do Papa, Bispo de Roma. Porque, liturgicamente, está classificada como “Festa”, ela tem precedência sobre o Tempo Comum.

Todas as dioceses têm a sua Sede onde o respectivo Bispo tem a sua Cátedra, a partir da qual ensina, administra e governa a porção do Povo de Deus a si confiada.

A liberdade religiosa decretada pelo imperador Constantino permitiu aos Cristãos começarem a construir os templos onde a Igreja se reunia e a serem consagrados a Deus, ou dedicados a Deus, através de celebração solene.

A consagração, ou dedicação a Deus, da Catedral do Papa teve lugar no ano 320 e, por esse motivo, ela é considerada a “mãe e cabeça de todas as igrejas”. Ao celebrar a Festa da Dedicação da Basílica de S. João de Latrão a Igreja celebra também a unidade de todos os fiéis, congregados em torno dos seus Bispos.

Esta celebração não é, então, a simples recordação de um facto da História. Ela representa a unidade do Povo de Deus e celebra o mistério da Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica, como rezamos no Credo.

As leituras proclamadas na Liturgia deste Domingo reflectem de um modo muito rico a realidade transcendente que é a nossa vida em Deus e a Vida que brota de Deus e se derrama em nós.

Ezequiel, numa linguagem vibrante de simbolismos, fala de purificação realizada pelas águas que saem do templo de Deus, as quais dão alento a todo o ser vivo, tornam os frutos abundantes e espalham vida por toda a parte, tornando sãs as águas insalubres.

Esta prefiguração anunciada no Antigo Testamento realiza-se plenamente em Cristo, que purifica Ele próprio o templo de Deus, com a autoridade de Deus porque Ele mesmo é Deus. Na passagem do Evangelho que escutamos Jesus anuncia, em linguagem só entendida totalmente depois da sua Ressurreição, que Ele próprio é o Templo de onde brotam as águas abundantes que dão Vida plena, no qual todos os crentes adorarão a Deus em Espírito e Verdade.

São Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, por sua vez ensina que, tendo como alicerce Jesus Cristo, todos os fiéis são templos de Deus, habitados pelo Espírito Santo de Deus e construtores do edifício santo que é a Igreja de Deus, afirmando: “Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo e vós sois esse templo.”

Fernando Brites

Dia de Finados

Hoje é o dia de Finados, os “finalizados” pelo tempo e pela vida. Hoje são eles, amanhã seremos nós nesta lista. Finados e finalizados os nossos dias, seremos julgados por nossas boas obras que são fruto de uma vida que foi ou não cingida e iluminada, como narra o evangelho de hoje.

Porém, esta vida não tem a última palavra. Depois dela, há uma eternidade à nossa espera. Nossas almas são imortais; nas palavras da serva de Deus Chiara Corbella Petrillo: “Nós nascemos e jamais morreremos”.

A Igreja hoje nos convida a uma reflexão sobre o fato de que, embora seja uma experiência universal, a de que nós todos estamos destinados à morte, é também uma realidade que nós somos imortais, ou seja, que existe algo de imortal em nós, a nossa alma.

É claro que a imortalidade da alma não é a única verdade em que nós cristãos cremos. Deus revelou que, embora o corpo seja mortal, Ele irá ressuscitá-lo no último dia, e então, no fim da história, as nossas almas, que são imortais e eternas, serão reunidas mais uma vez com o próprio corpo, umas para a felicidade eterna, outras para a desgraça eterna.

No tempo de Jesus, os rins eram o lugar onde o ser humano guardava as paixões que poderiam desordenar a vida: ira, raiva, ódio, desejos sexuais,

preguiça, gula. Tudo o que é ímpeto e desregramento estava no rim. Por isso, Jesus nos ensina que para viver bem, ter uma santa morte e estar pronto para quando ela chegar é preciso cingir, ou seja, amarrar de forma apertada, nossos rins, nossas paixões. Só vive bem quem se aperta e domina a si mesmo.

Para bem viver essa vida que é frágil e tão rápida é preciso manter-se iluminado pelas lâmpadas da fé, não bastando apenas a luz da ciência, dos livros e da própria perspicácia humana. Como nos assegura o salmista: Lâmpada para os meus pés, luz para os meus caminhos é a tua Palavra.

Só está pronto para a chegada da morte, que é o próprio Jesus que chega à nossa porta, quem está cingido por uma vida sóbria e iluminada pelo Evangelho de cada dia.

Marília Ribas