Participação no Escuta 360 - Seminário de Leiria

No sábado, 6 de dezembro, vários jovens dos grupos de jovens da nossa diocese participaram num encontro de diálogo e escuta, integrado no projeto nacional «Escuta 360º», promovido pelo @dnpjportugal.

Foi uma manhã lúdica e de partilha, onde cada voz contou e cada história encontrou espaço para ser acolhida.

Que todos os nossos jovens se tenham sentido verdadeiramente ouvidos e, acima de tudo, parte viva e essencial da Pastoral Juvenil da nossa diocese e do país.

Seguimos juntos, em caminho, a construir uma Igreja que escuta, acolhe e caminha com os jovens.

Os jovens da Paróquia da Marinha Grande, não quiseram ficar de fora e marcaram a sua  presença. Foram 5 os jovens que, embora apreensivos, aceitaram o desafio com um sorriso nos lábios,  alegria no olhar e boa disposição. Quando regressaram vinham bastante animados e entusiasmados com esta experiência. 

Deixamos aqui dois dos testemunhos da vivência desta manhã.

Gostei muito da experiência. Foi interessante e ajudou-me a ouvir, partilhar e a entender experiências e opiniões de outros jovens em relação à igreja. Penso que é uma  atividade que deve ser repetida. Para mim  foi um momento importante para não me sentir sozinha na minha caminhada de fé.

 Violeta Ferreira

A experiência da Escuta 360º foi muito importante para nós, porque ajudou-nos a pensar no papel dos jovens na Igreja e no que sentimos no dia a dia. Percebemos que a nossa geração se preocupa com os outros e gosta de ajudar, mas também que muitos jovens precisam de sentir motivação e alguém que os acompanhe.
Falámos sobre como não existe um “mundo ideal” para os jovens, mas que é possível construir um caminho melhor para cada um. Notámos também que a Igreja tem acolhido mais os jovens, e que isso faz diferença. O compromisso é algo que funciona bem nos grupos de jovens e ter pessoas com quem nos identificamos ajuda-nos a estar mais motivados.
Aprendemos que está nas mãos dos jovens a realização dos seus sonhos e que a participação na Igreja depende muito da realidade de cada pessoa. Somos uma geração que fala muito de inclusão e que ainda está a aprender a vivê-la todos os dias.
No geral, gostámos da experiência. Foi interessante porque deu para partilhar ideias, ouvir os outros e perceber melhor o que sentimos. Achamos que devia acontecer mais vezes, porque faz falta este espaço de escuta e diálogo.

Matilde Silva

O Santuário de Fátima inaugurou, este sábado, uma nova exposição temporária intitulada ‘Refúgio e Caminho’, dedicada ao centenário das aparições da Virgem Maria à Irmã Lúcia, quando esta residia na Galiza, Espanha, em 1925 e 1926.

A mostra reúne objetos pessoais da vidente nunca exibidos ao público, obras de arte de grande relevo, incluindo duas pinturas classificadas como Tesouro Nacional, e um conjunto de instalações que propõem ao visitante uma “experiência espiritual e contemplativa única”.

“A exposição dá corpo ao primeiro ciclo de um programa de quatro anos, que se estende até 2029, dedicado aos centenários das aparições de Pontevedra e Tuy. O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre este período menos conhecido da biografia de Lúcia de Jesus e da própria mensagem de Fátima”, indica uma nota divulgada pelo Santuário de Fátima.

Entre os itens apresentados ao público pela primeira vez encontram-se o hábito de religiosa doroteia da Irmã Lúcia, várias cartas manuscritas, um crucifixo, as canetas com que redigiu parte das suas memórias, uma castanhola e diversos materiais de lavores, como agulhas, linhas e um dedal.

Particular destaque merece um conjunto de miniaturas litúrgicas criadas pela própria Irmã Lúcia, durante o período em que viveu com as Irmãs de Santa Doroteia, peças de grande delicadeza que ilustram a criatividade e sensibilidade da vidente.

A exposição inclui ainda duas pinturas classificadas como Tesouro Nacional: “Ecce Homo”, do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e a “Última Ceia”, do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora.

Durante a sessão inaugural, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, expressou gratidão a todos os artistas, criadores, instituições e profissionais envolvidos, destacando a colaboração das entidades que cederam temporariamente peças fundamentais ao percurso expositivo.

Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de Fátima e comissário da exposição, explicou que o projeto resulta de um esforço de investigação continuado ao longo de décadas e dedicou a primeira visita a Luciano Coelho Cristino, antigo diretor do Departamento de Estudos do Santuário, falecido no dia 28 de novembro.

“Queremos que os visitantes tenham uma experiência a partir dos aspetos sensoriais”, sublinha Marco Daniel Duarte.

Os visitantes podem manipular espinhos simbólicos, interagir com ecrãs e ouvir um tema musical original, com batida cardíaca enquanto metáfora do Coração de Maria, composto por Sílvio Vicente, organista titular do Santuário de Fátima.”

 

Com entrada gratuita, a mostra pode ser visitada no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, até 15 de outubro de 2027, nos seguintes horários: 09h00 – 12h30 (última entrada) e 14h00 – 17h30 (última entrada).

A exposição encontra-se aberta todos os dias, exceto na tarde de 24 de dezembro e nos dias 25 de dezembro e 1 de janeiro.

Ao longo dos próximos anos, será também disponibilizada uma programação cultural paralela, com sessões temáticas mensais dedicadas, entre outros temas, à guerra, ao simbolismo do “Ecce Homo” e às interpretações históricas das aparições.



Escuta 360

Juntos, a escutar o futuro

O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) está a dinamizar o processo Escuta 360º - Juntos a escutar o futuro, um caminho de diálogo e participação que procura dar voz às experiências, inquietações, esperanças e desafios dos jovens e de todos os agentes da pastoral juvenil em Portugal.

Mais do que recolher opiniões, trata-se de uma dinâmica sinodal que promove escuta ativa, corresponsabilidade e compromisso com a missão de anunciar o Evangelho às novas gerações. O objetivo é claro: construir um Quadro de Referência para a Pastoral Juvenil em Portugal (QRPJP), significativo, atual e transformador.

Estamos agora no 2º passo do processo – PARTICIPAR (até 31 de dezembro de 2025). Neste momento, todos, todos, todos, são convidados a contribuir através de questionários online (Geral e Jovens). Estes instrumentos foram preparados pelo DNPJ para recolher contributos que permitam desenhar um QRPJP fiel à realidade juvenil e inspirador para o futuro.

Cada contributo é uma semente lançada no coração da Igreja e um gesto concreto de corresponsabilidade, para construir uma pastoral juvenil mais próxima, inclusiva e transformadora.

Questionário para Jovens
Questionário Geral

Mudanças na equipa Vicarial da Vigararia da Marinha Grande

Na nossa Diocese, nos últimos meses, tem sido realizada uma grande mudança de padres entre as várias paróquias, unidades pastorais e vigararias. Neste âmbito também na nossa vigararia irão ocorrer mudanças. Assim, o Senhor Bispo nomeou Vigário Paroquial, para todas as paróquias da nossa vigararia, o P. Adelino Guarda que irá integrar esta equipa de padres ao serviço destas paróquias.

Este é um passo importante também no caminho da criação da Unidade Pastoral, juntamente com a reorganização dos serviços e movimentos das nossas Paróquias. Sâo passos importantes para que as comunidades sejam cuidadas e servidas de forma digna zelosa.

No próximo fim de semana será apresentado nas quatro paróquias que constituem a nossa vigararia da Marinha Grande. O P. Lucas Lucamba irá ser nomeado para outras paróquias da Diocese, nomeadamente para a Vigararia de Porto de Mós. Pelo que deixará de prestar serviço, no início de dezembro, nesta vigararia e mais concretamente na paróquia de Maceira, onde esteve ao serviço como vigário Paroquial nos últimos anos.

O padre Adelino Presidirá à Eucaristia dominical no próximo Domingo, motivo pelo qual foi alterado o horário para as 11h30.

Damos as boas-vindas ao P. Adelino Guarda e deixamos uma palavra de agradecimento ao P. Lucas desejando que continue a servir a Igreja nas novas paróquias que lhe irão ser atribuídas com a mesma disponibilidade e alegria.

 

Pe. Patrício Oliveira
Pe. Cristiano Saraiva
Pe. Nuno Gil

Papa fala em «manipulação ideológica» na perseguição aos cristãos

O Papa denunciou no dia 16 Nov., no Vaticano, a perseguição aos cristãos, criticando atos de violência e de deturpação da mensagem da Igreja.

“A perseguição aos cristãos não acontece apenas com armas e maus-tratos, mas também com as palavras, ou seja, através da mentira e da manipulação ideológica”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

Perante mais de 20 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, por ocasião do Dia Mundial dos Pobres, Leão XIV recordou a passagem do Evangelho de São Lucas, lida nas celebrações dominicais, que faz “refletir sobre as tribulações da história e o fim das coisas”.

“Infelizmente, recebemos diariamente notícias de conflitos, calamidades e perseguições que atormentam milhões de homens e mulheres”, observou.

“Caríssimos, ao longo de toda a história da Igreja, são principalmente os mártires que nos lembram que a graça de Deus é capaz de transfigurar até mesmo a violência em sinal de redenção”, recordou ainda.

Sobretudo quando oprimidos por esses males físicos e morais, somos chamados a dar testemunho da verdade que salva o mundo, da justiça que liberta os povos da opressão, da esperança que indica a todos o caminho da paz.”

O Papa falou, em particular, da situação na Nigéria, Moçambique, Bangladesh, Sudão e em várias partes do mundo onde “os cristãos sofrem discriminação e perseguição”, com “notícias de ataques a comunidades e locais de culto”.

“Deus é um Pai misericordioso e deseja a paz entre todos os seus filhos”, declarou.

Falando aos participantes no Jubileu dos Pobres, o pontífice quis agradecer a todos os que “nas dioceses e nas paróquias, promoveram iniciativas de solidariedade com os mais desfavorecidos”.

“Neste dia, entrego novamente a exortação apostólica ‘Dilexi te’, sobre o amor aos pobres, documento que o Papa Francisco estava a preparar nos últimos meses de vida e que, com grande alegria, concluí”, referiu.

Leão XIV associou-se ainda à celebração do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, evocando anualmente no terceiro domingo de novembro.

“Neste dia, recordamos também todos aqueles que morreram em acidentes rodoviários causados, com demasiada frequência, por comportamentos irresponsáveis. Que cada um faça um exame de consciência sobre isto”, apelou.



Oratórios da Sagrada Família - Advento 2025

O MMF da Marinha Grande, em parceria com a nossa Paróquia, vem convidar a comunidade a participar na campanha _ "Oratórios da Sagrada Família - Advento 2025"

As inscrições são feitas pelo telemóvel _ 912 242 519 (Isabel Bandeira) ou no cartório.

O prazo termina no dia 19 de Novembro, inclusive.

A cerimónia de entrega dos primeiros Oratórios, realiza-se, no dia 01 de Dezembro, no final da missa das 18 e 30 horas.

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIV PARA O IX DIA MUNDIAL DOS POBRES

Tu és a minha esperança (cf. Sl 71,5)

1. «Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus» (Sl 71,5). Essas palavras emanam de um coração oprimido por graves dificuldades: «Fizeste-me sofrer grandes males e aflições mortais» (v. 20), diz o Salmista. Apesar disso, o seu espírito está aberto e confiante, porque firme na fé reconhece o amparo de Deus e o professa: «És o meu rochedo e a minha fortaleza» (v. 3). Daí deriva a confiança inabalável de que a esperança n’Ele não decepciona: «Em ti, Senhor, me refugio, jamais serei confundido» (v. 1).

No meio das provações da vida, a esperança é animada pela firme e encorajadora certeza do amor de Deus, derramado nos corações pelo Espírito Santo. Por isso, ela não decepciona (cf. Rm 5, 5) e São Paulo pode escrever a Timóteo: «Pois se nós trabalhamos e lutamos, é porque pomos a nossa esperança no Deus vivo» (1 Tm 4, 10). O Deus vivo é, verdadeiramente, o «Deus da esperança» (Rm 15, 13), que em Cristo, pela sua morte e ressurreição, se tornou a «nossa esperança» (1 Tm 1, 1). Não podemos esquecer que fomos salvos nesta esperança, na qual precisamos permanecer enraizados.

2. O pobre pode tornar-se testemunha de uma esperança forte e confiável, precisamente porque professada numa condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização. Ele não conta com as seguranças do poder e do ter; pelo contrário, sofre-as e, muitas vezes, é vítima delas. A sua esperança só pode repousar noutro lugar. Reconhecendo que Deus é a nossa primeira e única esperança, também nós fazemos a passagem entre as esperanças que passam e a esperança que permanece. As riquezas são relativizadas perante o desejo de ter Deus como companheiro de caminho porque se descobre o verdadeiro tesouro de que realmente precisamos. Ressoam claras e fortes as palavras com que o Senhor Jesus exortou os seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam» (Mt 6, 19-20).

3. A pobreza mais grave é não conhecer a Deus. Recordou-nos isso o Papa Francisco quando escreveu na Evangelii gaudium: «A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé» (n. 200). Há aqui uma consciência fundamental e totalmente original sobre como encontrar em Deus o próprio tesouro. Realmente, insiste o apóstolo João: «Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 Jo 4, 20).

É uma regra da fé e um segredo da esperança: embora importantes, todos os bens desta terra, as realidades materiais, os prazeres do mundo ou o bem-estar económico não são suficientes para fazer o coração feliz. Frequentemente, as riquezas iludem e conduzem a situações dramáticas de pobreza, sendo a primeira dessas ilusões pensar que não precisamos de Deus e conduzir a nossa vida independentemente d’Ele. Vêm-me à mente as palavras de Santo Agostinho: «Seja Deus todo motivo de presumires. Sente necessidade d’Ele para que Ele te cumule. Tudo o que possuíres fora d’Ele é imensamente vazio» (Enarr. in Ps. 85,3).

4. A esperança cristã, à qual a Palavra de Deus remete, é certeza no caminho da vida, porque não depende da força humana, mas da promessa de Deus, que é sempre fiel. Por isso, desde os primórdios, os cristãos quiseram identificar a esperança com o símbolo da âncora, que oferece estabilidade e segurança. A esperança cristã é como uma âncora, que fixa o nosso coração na promessa do Senhor Jesus, que nos salvou com a sua morte e ressurreição e que retornará novamente no meio de nós. Esta esperança continua a indicar como verdadeiro horizonte da vida os «novos céus» e a «nova terra» (2 Pe 3, 13), onde a existência de todas as criaturas encontrará o seu sentido autêntico, visto que a nossa verdadeira pátria está nos céus (cf. Fl 3, 20).

Consequentemente, a cidade de Deus compromete-nos com as cidades dos homens, que, desde agora, devem começar a assemelhar-se àquela. A esperança, sustentada pelo amor de Deus derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5, 5), transforma o coração humano em terra fértil, onde pode germinar a caridade para a vida do mundo. A Tradição da Igreja reafirma constantemente esta circularidade entre as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. A esperança nasce da fé, que a alimenta e sustenta, sobre o fundamento da caridade, que é a mãe de todas as virtudes. E precisamos de caridade hoje, agora. Não é uma promessa, mas uma realidade para a qual olhamos com alegria e responsabilidade: envolve-nos, orientando as nossas decisões para o bem comum. Em vez disso, quem carece de caridade não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo.

5. O convite bíblico à esperança traz consigo o dever de assumir, sem demora, responsabilidades coerentes na história. Com efeito, a caridade é «o maior mandamento social» (Catecismo da Igreja Católica, 1889). A pobreza tem causas estruturais que devem ser enfrentadas e eliminadas. À medida que isso acontece, todos somos chamados a criar novos sinais de esperança que testemunhem a caridade cristã, como fizeram, em todas as épocas, muitos santos e santas. Os hospitais e as escolas, por exemplo, são instituições criadas para expressar o acolhimento aos mais fracos e marginalizados. Eles deveriam fazer parte das políticas públicas de todos os países, mas as guerras e as desigualdades frequentemente ainda o impedem. Hoje, cada vez mais, as casas-família, as comunidades para menores, os centros de acolhimento e escuta, as refeições para os pobres, os dormitórios e as escolas populares tornam-se sinais de esperança: são tantos sinais, muitas vezes ocultos, aos quais talvez não prestemos atenção, mas que são muito importantes para se desvencilhar da indiferença e provocar o empenho nas diversas formas de voluntariado!

Os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho. Por isso, o Dia Mundial dos Pobrespretende recordar às nossas comunidades que os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos. Todas as formas de pobreza, sem excluir nenhuma, são um apelo a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperança.

6. Este é o convite que emerge da celebração do Jubileu. Não é por acaso que o Dia Mundial dos Pobres seja celebrado no final deste ano de graça. Quando a Porta Santa for fechada, deveremos conservar e transmitir os dons divinos que foram derramados nas nossas mãos ao longo de um ano inteiro de oração, conversão e testemunho. Os pobres não são objetos da nossa pastoral, mas sujeitos criativos que nos estimulam a encontrar sempre novas formas de viver o Evangelho hoje. Diante da sucessão de novas ondas de empobrecimento, corre-se o risco de se habituar e resignar-se. Todos os dias, encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, às vezes, pode acontecer que sejamos nós mesmos a possuir menos, a perder o que antes nos parecia seguro: uma casa, comida suficiente para o dia, acesso a cuidados de saúde, um bom nível de educação e informação, liberdade religiosa e de expressão.

Promovendo o bem comum, a nossa responsabilidade social tem o seu fundamento no gesto criador de Deus, que dá a todos os bens da terra: assim como estes, também os frutos do trabalho do homem devem ser igualmente acessíveis. Com efeito, ajudar os pobres é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade. Como observa Santo Agostinho: «Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades sobre isto» (Comentário à 1 Jo, VIII, 5).

Desejo, portanto, que este Ano Jubilar possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, além de novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais se alcançará com armas. Congratulo-me com as iniciativas já existentes e com o empenho que é manifestado diariamente a nível internacional por um grande número de homens e mulheres de boa vontade.

Confiemos em Maria Santíssima, Consoladora dos aflitos, e com Ela entoemos um canto de esperança, fazendo nossas as palavras do Te Deum: «In Te, Domine, speravi, non confundar in aeternum – Em Vós espero, Meu Deus, não serei confundido eternamente».

Vaticano, 13 de junho de 2025, memória de Santo António de Lisboa, Patrono dos pobres

LEÃO PP. XIV

Igreja precisa de pastores santos, não de funcionários solitários

Na carta enviada ao Seminário Maior Arquidiocesano "São Carlos e São Marcelo" de Trujillo, no Peru, Leão XIV ressalta "a oração e a busca da verdade não são caminhos paralelos, mas uma única estrada que conduz ao Mestre". Segundo o Pontífice, "um sacerdote isolado é vulnerável. A fraternidade e a comunhão sacerdotal são intrínsecas à vocação".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Leão XIV enviou uma carta ao Seminário Maior Arquidiocesano "São Carlos e São Marcelo" de Trujillo, no Peru, por ocasião dos quatrocentos anos de sua fundação.

Leão XIV ressalta, no texto, que a primeira tarefa deste seminário "continua sendo a mesma: estar com o Senhor, deixar que Ele os forme, conhecê-Lo e amá-Lo, para poderem se assemelhar a Ele". "Por isso, a Igreja quis que existissem os seminários, lugares para custodiar essa experiência e preparar aqueles que serão enviados para servir ao santo Povo de Deus", sublinha o Papa, compartilhando algumas atitudes que "sempre foram o fundamento seguro do ministério dos sacerdotes".

Doação total da existência

Primeiramente, "é necessário deixar que o Senhor esclareça as motivações e purifique as intenções". De acordo com Leão XIV, "o sacerdócio não pode ser reduzido a 'chegar à Ordenação' como se fosse uma meta externa ou uma saída fácil para os problemas pessoais. Não é uma fuga do que não se quer enfrentar, nem um refúgio diante de dificuldades afetivas, familiares ou sociais; tampouco uma promoção ou um abrigo, mas uma doação total da existência. Somente na liberdade é possível doar-se: preso a interesses ou medos, ninguém se entrega, pois «somos verdadeiramente livres quando não somos escravos»", ressalta o Papa usando um trecho de Santo Agostinho. "O decisivo não é 'ordenar-se', mas ser verdadeiramente sacerdotes", sublinha.

"A vida no seminário é um caminho de retificação interior. É preciso deixar que o Senhor sonde o coração e mostre com clareza o que motiva nossas decisões. Ter intenção reta significa poder dizer a cada dia, com simplicidade e sinceridade: “Senhor, quero ser teu sacerdote, não para mim, mas para o teu povo”. Essa transparência é cultivada por meio da confissão frequente, da direção espiritual sincera e da obediência confiante àqueles que guiam nosso discernimento. A Igreja pede seminaristas de coração puro, que busquem Cristo sem duplicidade e não se deixem prender pelo egoísmo ou pela vaidade", escreve ainda o Papa Leão.

Segundo o Pontífice, "isso requer discernimento contínuo. A sinceridade diante de Deus e dos formadores protege da autojustificação e ajuda a corrigir a tempo o que não é evangélico. Um seminarista que aprende a viver com essa clareza torna-se um homem maduro, livre da ambição e do cálculo humano, livre para se entregar sem reservas. Dessa forma, a ordenação será a confirmação alegre de uma vida configurada com Cristo desde o seminário e o início de um caminho autêntico".

Tempo dedicado à oração, investimento mais fecundo da vida

Outra atitude é que "o coração do seminarista se forma na relação pessoal com Jesus. A oração não é um exercício acessório, nela se aprende a reconhecer a sua voz e a deixar-se conduzir por Ele. Quem não reza, não conhece o Mestre; e quem não O conhece, não pode amá-Lo de verdade nem se configurar com Ele. O tempo dedicado à oração é o investimento mais fecundo da vida, porque nela o Senhor molda os sentimentos, purifica os desejos e fortalece a vocação. Não pode falar de Deus quem pouco fala com Deus! Cristo se deixa encontrar de maneira privilegiada na Sagrada Escritura. É preciso aproximar-se dela com reverência, com espírito de fé, buscando o Amigo que se revela em suas páginas. Ali, quem se tornará sacerdote, descobre como Cristo pensa, como Ele vê o mundo, como Ele se comove com os pobres e, aos poucos, vai se revestindo dos mesmos critérios e atitudes".

"A Igreja sempre reconheceu que o encontro com o Senhor precisa se enraizar na inteligência e se tornar doutrina", recorda Leão XIV. "Por isso, o estudo é um caminho indispensável para que a fé se torne sólida, fundamentada e capaz de iluminar os outros. Aqueles que se preparam para o sacerdócio não dedicam tempo aos estudos acadêmicos por mera erudição, mas por fidelidade à sua vocação. O trabalho intelectual, especialmente o teológico, é uma forma de amor e serviço, necessária à missão, sempre em plena comunhão com o Magistério", ressalta o Papa no texto.

Eucaristia, centro da existência

A oração e a busca da verdade não são caminhos paralelos, mas uma única estrada que conduz ao Mestre. A piedade sem doutrina torna-se sentimentalismo frágil; a doutrina sem oração torna-se estéril e fria. Cultivem ambas com equilíbrio e paixão, sabendo que só assim poderão proclamar autenticamente o que vivem e viver coerentemente o que proclamam.Quando a inteligência se abre à verdade revelada e o coração se inflama na oração, a formação torna-se fecunda e prepara para um sacerdócio sólido e luminoso.

"A vida espiritual e a vida intelectual se orientam para o altar, lugar onde se constrói e se revela plenamente a identidade sacerdotal", recorda o Papa Leão. "Ali, no Santo Sacrifício, o sacerdote aprende a oferecer a sua vida, como Cristo na cruz. Alimentado pela Eucaristia, descobre a unidade entre ministério e sacrifício, e compreende que a sua vocação consiste em ser sacrifício com Cristo. Assim, quando a cruz é abraçada como parte inseparável da vida, a Eucaristia deixa de ser vista apenas como um rito e torna-se o verdadeiro centro da existência", sublinha o Pontífice.

A Igreja precisa de pastores santos

De acordo com Leão XIV, "a união com Cristo no Sacrifício Eucarístico se prolonga na paternidade sacerdotal, que não gera segundo a carne, mas segundo o Espírito. Ser pai não é algo que se faz, mas algo que se é. Da mesma forma, o sacerdote carrega todo o povo no seu coração, intercede por ele, o acompanha nas suas lutas e o sustenta na fé. A paternidade sacerdotal consiste em refletir a face do Pai, para que todo aquele que encontra o sacerdote intua o amor de Deus". "Essa paternidade se expressa em atitudes de entrega: o celibato como amor indiviso a Cristo e à sua Igreja, a obediência como confiança na vontade de Deus, a pobreza evangélica como disponibilidade para todos, e a misericórdia e a fortaleza que acompanham as feridas e sustentam na dor. Nelas se reconhece o sacerdote como verdadeiro pai, capaz de guiar seus filhos espirituais para Cristo com firmeza e amor. Não existe paternidade pela metade, nem sacerdócio pela metade", ressalta.

O Papa ressalta que "os candidatos ao sacerdócio são chamados a fugir da mediocridade, em meio a perigos muito concretos: a mundanidade que dissolve a visão sobrenatural da realidade, o ativismo que esgota, a dispersão digital que rouba a interioridade, as ideologias que desviam do Evangelho e, não menos grave, a solidão de quem pretende viver sem o presbitério e sem o seu bispo. Um sacerdote isolado é vulnerável. A fraternidade e a comunhão sacerdotal são intrínsecas à vocação. A Igreja precisa de pastores santos que se entreguem juntos, não de funcionários solitários; só assim poderão ser testemunhas críveis da comunhão que pregam".

Dia de Todos os Santos

Os grupos de catequese da infância e da adolescência celebraram a santidade com alegria, criatividade e fé! Ao longo da tarde, os nossos catequizandos participaram em várias atividades que os aproximaram da vida dos santos: jogos e histórias para conhecerem os seus exemplos de fé e um desfile cheio de cor e significado. Houve ainda um lanche partilhado, onde não faltaram os tradicionais bolinhos e merendeiras.

O grupo de catequizandos, pais e catequistas caracterizados participaram no cortejo de entrada da missa, celebrando todos os santos com coração cheio!

Esta festa lembrou-nos que a santidade não é distante — é possível, é alegre, é para todos! Porque Holywins — a santidade vence.

«Abuso do nome de Deus»

Papa alerta contra «abuso do nome de Deus», que leva ao fundamentalismo religioso e extremismo

Leão XVI convida ao diálogo inter-religioso, procurando respostas comuns a desafios como o desenvolvimento da inteligência artificial

Cidade do Vaticano, 29 out 2025 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje, no Vaticano, para o “abuso do nome de Deus”, que leva ao fundamentalismo religioso e extremismo, assinalando evocando os 60 anos da declaração ‘Nostra aetate’, do Concílio Vaticano II.

“Juntos, devemos estar vigilantes contra o abuso do nome de Deus, da religião e do próprio diálogo, bem como contra os perigos representados pelo fundamentalismo religioso e pelo extremismo”, disse, na audiência geral, que reuniu responsáveis de várias confissões para assinalar o aniversário do documento conciliar, dedicado à relação da Igreja Católica com as outras religiões.

Leão XIV destacou que, 60 anos depois, é necessário agir em conjunto, para responder aos desafios do mundo contemporâneo.

“Mais do que nunca, o nosso mundo precisa da nossa unidade, da nossa amizade e da nossa colaboração. Cada uma das nossas religiões pode contribuir para aliviar o sofrimento humano e cuidar da nossa casa comum, o nosso planeta Terra”, indicou, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

As nossas respetivas tradições ensinam a verdade, a compaixão, a reconciliação, a justiça e a paz. Devemos reafirmar o nosso serviço à humanidade em todos os momentos”.

A intervenção do Papa, um dia após as celebrações oficiais do 60.º aniversário da ‘Nostra Aetate’, no Vaticano, convidou os responsáveis religiosos a “abordar o desenvolvimento responsável da inteligência artificial”.

“Se for concebida como uma alternativa ao humano, pode violar gravemente a sua infinita dignidade e neutralizar as suas responsabilidades fundamentais. As nossas tradições têm um imenso contributo a dar para a humanização da técnica e, por conseguinte, para inspirar a sua regulamentação, para proteger os direitos humanos fundamentais”, sustentou.

Leão XIV afirmou que “a paz começa no coração dos homens”, sendo esta uma esperança fundamentada na fé de cada pessoa e na convicção de que “um mundo novo é possível”.

“Há 60 anos, a ‘Nostra Aetate’ trouxe esperança ao mundo do pós-II Guerra Mundial. Hoje, somos chamados a restabelecer essa esperança no nosso mundo devastado pela guerra e no nosso ambiente natural degradado. Trabalhemos juntos, porque se estivermos unidos, tudo é possível. Garantamos que nada nos divide”, apelou.

O encontro terminou com um momento de silêncio.

“Aoração tem o poder de transformar as nossas atitudes, os nossos pensamentos, as nossas palavras e as nossas ações”, concluiu o pontífice.

Após a reflexão, o Papa dirigiu uma saudação especial aos vários grupos presentes, incluindo os peregrinos de língua portuguesa: “Queridos irmãos e irmãs, cada cristão é chamado a participar do esforço pela unidade, levando a esperança ao coração da sociedade. Nunca nos esqueçamos de que o verdadeiro relacionamento com o Senhor conduz sempre à paz e à concórdia”.

Leão XIV recordou ainda que, nos próximos dias, a liturgia católica comemora os fiéis defuntos.

“A oração pelos nossos entes queridos lembra-nos que a nossa pátria está nos céus. Que os esforços para obter os bens temporais, necessários na vida terrena, brotem sempre do amor e da fidelidade à verdade do Evangelho, que não passam porque têm a sua fonte no próprio Deus”, apelou.