Não está, mas está

Há alguns dias, um amigo meu fez-me notar que, na primeira temporada da série The Young Pope, o fictício Papa Pio XIII impede que sejam feitos souvenirs e outros produtos com a sua imagem, pois somente Deus é o verdadeiro protagonista. Disse-me isso comentando o espanto que os turistas e peregrinos, em pleno Ano Jubilar, manifestam diante da falta de “lembranças” com a imagem de Leão XIV.

Aparentemente, o Vaticano (o próprio Leão XIV?) ainda não autorizou o uso da imagem do Papa para esse fim. Seria bom que essa autorização nunca chegasse e começássemos a valorizar a imagem do Papa, seja ele quem for, sem a necessidade de a explorar nos mais variados objetos, alguns de gosto duvidoso.

Em muitas ocasiões, essa comercialização da imagem papal é acompanhada por um culto insano – muitas vezes inconsciente –, mas que alimenta uma forma de religiosidade que fica nesse ponto, sem avançar mais, sem crescer na fé, sem questionar nada que permita aprofundar o caminho que todos os cristãos devemos percorrer. Pode-se dizer que, às vezes, isso toca a idolatria.

Podemos dizer, assim, que Leão XIV, pelo menos por enquanto, não está prestes a entrar no mercado de lembranças que alimentam as lojas nos arredores da Praça de São Pedro. Essa «ausência comercial» leva algumas pessoas a dizer que ele não está, mas ele está. Na verdade, ele está desde o início, mas, para alguns, era um «estar tranquilo».

Provavelmente viam essa «calma» porque não se deram ao trabalho de ouvir ou ler, sobretudo ler as suas homilias, discursos, catequeses, alocuções do ângelus… Mas, de repente, o letargo desses alguns foi abalado porque Leão XIV incluiu no missal romano uma fórmula litúrgica para rezar pela guarda da «casa comum» e ele próprio celebrou a primeira eucaristia que surpreendeu muitos, em plena natureza, como se fosse uma catedral.

Porquê essa surpresa? Porque acreditavam que todas essas coisas sobre o cuidado da criação, que vêm desde os tempos de João XXIII e que Francisco colocou em primeiro plano, eram coisas de cuidar de plantinhas e floreiras e, com a morte de Francisco, a causa morreu. E nada disso. A ecologia integral, o cuidado da nossa casa comum, é pura Doutrina Social da Igreja.

Na Laudato si’, pela primeira vez Francisco utilizou a expressão «casa comum». Estas duas palavras encerram uma visão do mundo muito concreta e um programa para toda a humanidade – crente e não crente – com uma profunda carga social. Se a Terra é uma casa onde todos habitamos, temos a legitimidade de encontrar o nosso lugar-lar nela; se é comum, deve ser partilhada. Apenas duas palavras apresentam todo um programa social que, ao que parece, Leão XIV está disposto a seguir.

A sua experiência no Peru, onde toda a riqueza natural está sob o olhar e a ação destrutiva de multinacionais sem escrúpulos, como em muitos outros países, permitiu-lhe ver a realidade dessa necessidade ecológica que coloca o ser humano no centro da reflexão e do cuidado.

Parece que, para alguns, de repente Leão XIV está e está de uma forma que começa a não agradar. Ser Leão XIV não implica ser o sucessor de Leão XIII, mas, evidentemente, a intenção de colocar a Doutrina Social da Igreja em cima da mesa será um ponto muito comum nos dois papas. A Doutrina Social da Igreja é evangelho, e apenas evangelho, e no evangelho o centro é sempre o bem-estar da pessoa. Mas Jesus incomodava, não podemos esperar que o magistério de um papa não incomode alguns.

Aliás, em alguns setores, começa-se a dizer que este papa «também é comunista», reafirmando assim que Francisco foi o primeiro. Que falta de originalidade e que pouco conhecimento da história quotidiana da Igreja! No pontificado de Leão XIII, os jornais – único meio de comunicação de massa da época – publicavam em muitas cidades o convite para rezar o rosário em igrejas e catedrais pela conversão do papa comunista. Tudo por causa da publicação da encíclica Rerum novarum.

Como diz o Livro do Eclesiastes (1,9), não há nada de novo sob o sol. É uma pena, porque isso significa que algumas pessoas nunca leram nada e confiaram e confiam no que alguns dizem.

Lembremos: a ecologia integral e, consequentemente, o cuidado da casa comum, nada mais é do que a Doutrina Social da Igreja. E é preciso rezar para que todos vivamos essa conversão.

 

*Cristina Inogés Sanz é teóloga e foi membro do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade por nomeação do Papa Francisco, depois de ter integrado a comissão metodológica de preparação.

Vaticano: Jubileu dos Jovens é o «momento mais esperado» do Ano Santo 2025

O responsável da Santa Sé pela organização do Ano Santo 2025 afirmou hoje que o Jubileu dos Jovens é o “momento mais esperado” e vai contar com peregrinos de 146 países, de 28 de julho a 3 de agosto.

O pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização disse que o Jubileu dos Jovens é o “momento mais esperado” porque “é o mais participativo”, com peregrinos de 146 países, sendo 68% são da Europa e os restantes dos outros continentes, e Roma vai abrir-se “ao mundo”, na apresentação deste encontro mundial.

O Jubileu dos Jovens decorre entre os dias 28 de julho e 3 de agosto, em Roma, e, na conferência de imprensa de apresentação deste encontro, que decorreu hoje no Vaticano,  D. Rino Fisichella fez uma menção especial aos jovens de zonas em guerra, provenientes de países da Europa, África, da Ásia, e da região do Médio Oriente, nomeadamente Ucrânia, Sudão do Sul, Mianmar, Líbano, Iraque, Israel, Síria.

O responsável pela organização do Jubileu 2025 disse que vão participar 1500 jovens da Coreia do Sul, país que vai acolher, em Seul,  a Jornada Mundial da Juventude, em 2027.

No primeiro dia, segundo o arcebispo, meio milhão de peregrinos vão chegar à capital italiana; no segundo é celebrada a Missa de boas-vindas, às 19H00 locais (menos uma em Portugal), na Praça de São Pedro; depois, seguem-se os ‘Diálogos com a Cidade’, com 70 eventos “nas praças de Roma”, dias 30 e 31 de julho.

Foto Agência ECCLESIA/PR

O Circo Massimo vai receber o ‘Dia Penitencial’, na sexta-feira, 1 de agosto, com 200 sacerdotes confessores; os momentos conclusivos do Jubileu dos Jovens com o Papa, a vigília de oração, às 19h00 de sábado, 2 de agosto, e a Missa de envio, às 09h00 de domingo, 3 de agosto, decorrem em Tor Vergata, que acolheu a Missa final da JMJ no Jubileu de 2000, sob a presidência do Papa João Paulo II.

Na vigília de oração, adiantou o arcebispo italiano, três jovens, da Itália, México e Estados Unidos da América, vão fazer perguntas a Leão XIV, que vai responder “nas respetivas línguas”.

Aos jornalistas, D. Rino Fisichella, adiantou que as perguntas ao Papa são sobre “temas extremamente importantes”, como a amizade, o futuro e a esperança.

“Uma grande oportunidade para difundir uma mensagem que o Papa tem em especial: a unidade e a fraternidade”, salientou o pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

O responsável da Santa Sé pela organização do Ano Santo 2025 adiantou que, até ao momento, têm 17 milhões de presenças registadas para as atividades de todo o Jubileu no geral.

Jubileu dos Jovens: Portugal tem «uma das maiores delegações internacionais presentes na capital italiana»

O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), informou hoje que estão mais de 11 mil e 500 jovens inscritos no Jubileu dos Jovens, e um deles vai partilhar o seu testemunho, em Roma.

“A caminho do Jubileu dos Jovens, que decorrerá de 28 de julho a 3 de agosto, em Roma, Portugal contará com 11 527 jovens inscritos, constituindo uma das maiores delegações internacionais presentes na capital italiana”, destaca o DNPJ, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, pelo gabinete de comunicação da CEP.

Segundo o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, da Igreja Católica em Portugal, o “forte envolvimento da juventude portuguesa” nasceu do apelo deixado pelo Papa, no final da JMJ Lisboa 2023, no Parque Tejo; Francisco desafiou os jovens de todo o mundo a encontrarem-se em 2025, em Roma, “para um novo tempo de fé, reconciliação e esperança”, antes da edição internacional da Jornada Mundial da Juventude 2027, em Seul, na Coreia do Sul.

O responsável da Santa Sé pela organização do Ano Santo, dedicado à esperança, disse que o Jubileu dos Jovens é o “momento mais esperado”, com peregrinos de 146 países; segundo o pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, D. Rino Fisichella, 68% são da Europa e os restantes dos outros continentes, de 28 de julho a 3 de agosto, em Roma.

‘A esperança em cada passo’, é o lema da delegação portuguesa que “deseja viver” o Jubileu dos Jovens, do Ano Santo 2025, como “uma oportunidade de renovação espiritual, compromisso social e encontro com a universalidade da Igreja”.

Foto Duarte Mourão Nunes / JMJ Lisboa 2023

O DNPJ organizou um dia para ‘Encontro dos Peregrinos Portugueses’, a partir das 09h00, de 30 de julho (quarta-feira), com Missas e a passagem pela Porta Santa, na Basílica de São Paulo Extramuros, “com a presença de sete bispos portugueses”, seguindo-se a visita às igrejas romanas que são titulares os quatro cardeais portugueses, com “momentos de oração, concertos-oração e uma exposição fotográfica”.

A abertura oficial do Jubileu dos Jovens, com a Missa, presidida pelo Papa Leão XIV, é no dia 29 de julho, às 19H00 locais (menos uma em Portugal), na Praça de São Pedro, seguem-se dois dias de ‘Diálogos com a Cidade’, com 70 eventos “nas praças de Roma”, um ‘Dia Penitencial’, na sexta-feira, 1 de agosto, no Circo Massimo.

Os momentos conclusivos do Jubileu dos Jovens, com Leão XIV, são a vigília de oração (19h00) e a Missa de envio (09h00), nos dias 2 e 3 de agosto, respetivamente, em Tor Vergata, que acolheu a Missa final da JMJ no Jubileu de 2000, sob a presidência do Papa João Paulo II.

Em Tor Vergata, os “milhares de jovens de todo o mundo”, vão ouvir um “testemunho sobre espiritualidade e oração”, de um jovem português, na tarde do sábado, 2 de agosto, à tarde, antes da vigília com o Papa.

Sete jovens portugueses, de vários pontos do país, escreveram as propostas de oração que a aplicação (app) oficial de oração do Papa, o Click To Pray, vai disponibilizar de 28 de julho a 3 de agosto, três orações por dia para rezar pelo Jubileu dos Jovens; esta iniciativa resulta de uma parceria entre a Rede Mundial de Oração do Papa (Obra Pontifícia confiada aos Jesuítas que tutela o ‘Click To Pray’, que nasceu há 11 anos em Portugal) e o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.

O comunicado enviado pela da Conferência Episcopal Portuguesa lembra ainda o Projeto Give Back – Ecologia Integral e Jubileu 2025, em continuidade com o “compromisso ambiental” assumido na JMJ Lisboa 2023, que consiste na plantação de 25.025 árvores, uma “forma simbólica de restituir à natureza a pegada ecológica da presença juvenil em Roma”; a primeira árvore foi plantada na inauguração do Parque Papa Francisco, em Loures.

Quantos mais clérigos têm de se suicidar?…

A morte do Pe. Matteo Balzano, que recentemente pôs termo à própria vida, é mais do que uma tragédia pessoal. É um grito angustiado de alerta para a Igreja e para a sociedade. Quantos mais padres terão de morrer, para que nos questionemos a sério sobre a sua saúde mental? Quantos mais suicídios, quantas mais vidas destruídas pelo sofrimento, escondido atrás de uma batina, serão necessários para que se olhe de frente este problema? Quantos mais terão de viver no silêncio, as suas dores, ou ver o seu trabalho e a sua pessoa julgados nas redes sociais, sem qualquer espécie de pudor, ou pior ainda, sem a misericórdia que devia ser uma constante no olhar dos cristãos???…

O suicídio, seja ele imediato ou disfarçado de autodestruição lenta, através do álcool, das drogas ou do abuso de medicamentos, ou somente de uma tristeza sem tamanho, tem vindo a crescer entre o clero europeu e latino-americano. Não é de hoje que os padres vivem sob pressão constante: exigências pastorais intermináveis, reuniões, jornadas, atividades e mais atividades. Tudo parece girar à volta do fazer, do organizar, do planear. De um gerir, tantas vezes, de coisas que não se centram diretamente no seu múnus ou nas suas características pessoais. Porque os padres não saem de uma fábrica, padronizados e todos prontos a exercer as mesmas funções. E, pelo meio desse ativismo desenfreado, esquecemo-nos do essencial: a relação humana, o cuidado mútuo, a escuta verdadeira.

Os padres tornaram-se, muitas vezes, prisioneiros de um modelo de Igreja, no qual o sucesso se mede pelo número de fiéis na missa, pelo número de vocações no seminário, pela quantidade de eventos organizados. Não há espaço para a contemplação, para o silêncio, para a partilha honesta das alegrias e das dificuldades. Vive-se para responder a expectativas externas, para corresponder aos gostos e às esperanças de paroquianos (tantas vezes, eles mesmos, marcados pelas infelicidades e desequilíbrios provocados por expectativas pessoais e relacionais impossíveis de atingir) e superiores. Quem não encaixa no molde é criticado, comparado, julgado, empurrado para a solidão, sem olhar às consequências. Por todos os que o rodeiam e sejamos muito claros: isso implica os colegas, os paroquianos, a família…

Na minha opinião (e este é um artigo de opinião) este é sinal de um caminho de ausência de relações humanas saudáveis e desinteressadas, através do qual daríamos espaço ao outro para que desenvolvesse e fizesse morada esta terra com os seus hábitos, gostos e o insubstituível direito à vida privada e discreta. O exemplo de Jesus Cristo é-nos dado, nas narrativas dos Evangelhos, sobretudo, no que toca às relações humanas; não nos transmite, uns atrás outros, regras para desenvolver planos e atividades pastorais, reuniões, jornadas. E eu reflito: se não formos sinceros, saudáveis e transparentes nas nossas relações, servirmos de exemplo a quem? Nada, nem ninguém.

Os presbíteros, para além de terem direito a uma vida fora da estrutura orgânica eclesial, têm direito a terem defeitos. Estamos legitimados a errar, por sermos filhos amados de Deus e pecadores. Faz parte da nossa condição humana podermos falhar. Podemos ter gostos que os nossos paroquianos não apreciam e não entendem. Não temos o dever, que muitos paroquianos e cristãos acham aceitável, de que outros nos carreguem com as suas preferências, esperanças e expectativas.

Teremos de suportar o permanente peso das críticas, das comparações cruéis, da pressão que transformou o amor em julgamento? “Ele não sorri”; “Ele não quer envolver-se em determinadas ações” … Quantas vezes eu e outros presbíteros ouvimos estas palavras? Não podemos continuar a viver de aparência, nem a exigir perfeição dos outros, enquanto esquecemos de ver o coração por trás de cada gesto. Não são os atos vazios, a decoração da Igreja, as cerimónias marcadas por liturgias pesadas e sem falhas, que farão de um sacerdote uma verdadeira testemunha de Cristo. Será o apoio, a escuta, o acolhimento genuíno.

Não podemos esquecer que Judas Iscariotes traiu Jesus Cristo, porque Ele não correspondeu às suas preferências, esperanças e expectativas! Não podemos admitir cristãos com os mesmos propósitos de Judas Iscariotes. A perseguição mais difícil de suportar, infelizmente, já não vem do exterior. Habita entre nós. Apresenta-se disfarçada sob o tradicionalismo e o conservadorismo anacrónico e superficial, com posições de autoridade, sorrisos forçados e discursos grandiloquentes. O espaço para a verdadeira caridade quase desapareceu. Falta cuidado genuíno. O amor capaz de ouvir, receber e apoiar tornou-se raro, ou seja, no meio desta cultura de exigência e aparência, a verdadeira caridade — a que acolhe, escuta, ampara — vai desaparecendo.

Ainda há quem acredite que um padre deve ser infalível, imperturbável, um ‘super-homem’, protegido pela batina. Mas a realidade é outra: nós os padres somos homens, com fragilidades, limites, necessidades e desejos de pertença e compreensão. Somos, sobretudo, irmãos nossos na Fé, o nosso próximo. E o que nos é pedido que façamos ao próximo? Que o olhemos como um “rosto que incomoda maravilhosamente a vida” e que “encontramos ao longo do caminho e pelo qual nos deixamos mover e comover: mover dos nossos planos e prioridades e comover intimamente por aquilo que vive aquela pessoa, para lhe dar lugar e espaço na nossa caminhada”, pois “é um rosto que revela a nossa humanidade tantas vezes atribulada e ignorada” (Francisco, 2019[1]).

Ser padre não é sinónimo de suportar tudo até à exaustão. Ser ‘in persona Christi’ não é ser mártir de um sistema que não cuida dos seus. A saúde mental e emocional dos presbíteros devia ser uma prioridade absoluta, não um tema tabu ou secundário. Quando um padre pede ajuda, não pode ser encaminhado para um terapeuta apenas ‘da confiança da diocese’. O caminho para a cura exige liberdade, confiança e respeito pela intimidade de cada um.

Fingir que tudo está bem, enquanto tantos sofrem em silêncio, sem apoio genuíno, a bem de uma imagem que não nos cura, nem nos acolhe, mas que vê no ritual o caminho do tratamento, é a antítese do que é necessário, ou seja, o acolhimento.

A Igreja precisa urgentemente de reaprender a ser comunidade de cuidado, de proximidade, de compaixão ativa. Precisa de aceitar que os padres têm direito a errar, a ter interesses próprios, a viver uma vida privada e discreta. Só quando percebermos que são, antes de mais, pessoas e que, sendo-o, demonstrarão genuína capacidade de compreender e ajudar os demais, haverá possibilidade de erguer uma Igreja mais humana e menos letal para os seus.

E deixo um lamento final: sei que este texto tocará muitos positivamente, por sentirem exatamente o que acabo de referir, por perceberem que não estão sós. E é verdade, não estão e Deus vela por cada um. Mas outros porão em prática, muito rapidamente, o tal empenho em opinar negativamente, avaliando a verdade e a sinceridade como falhas que impedem alguém de ser um bom presbítero, ou um presbítero com o desejo profundo e honesto de servir Nosso Senhor. Disse-o: não somos moldados fixamente; não desejamos todos ter o mesmo tipo de missão. E com estes comportamentos estamos a perder os talentos de muitos que, não sendo obrigatoriamente párocos, por exemplo, poderão ser exemplares noutras funções, pois o que verdadeiramente importa no compromisso sacerdotal é ser uma testemunha ativa e competente naquilo que se sente como vocação e que não é somente a vida paroquial. Ninguém é mais fraco por não ser pároco; ao invés pode ser um bom docente, um bom diretor de um departamento, um bom músico, etc. e assim cumprirem “a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens pela fé, pelo batismo e pelo cumprimento dos mandamentos consigam a salvação” (cf. Mt 28, 18).  Fica o lamento, mas também a dica e a deixa: quem tem estes problemas é capaz de muito e de bem fazer. Não esqueçam.

Quantos mais clérigos têm de se suicidar para que finalmente se mude de caminho?

Padre Miguel Lopes Neto,
Diocese do Algarve

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[1] Francisco (2019). Angelus. Visita ao Lar do Bom Samaritano, Jornada Mundial da Juventude, no Panamá. Vatican News, https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-01/papa-francisco-panama-jmj-2019-discurso-lar.html.

Jubileu dos Catequistas de Leiria-Fátima

Para dar início ao próximo ano pastoral, de 2025+26, o Serviço Diocesano de Catequese convida os catequistas da diocese de Leiria-Fátima para um encontro, na tarde de sábado, dia 20 de setembro, em ambiente jubilar.

Na semana anterior ao Jubileu dos Catequistas em Roma, que se realiza de 26 a 28 de setembro, que terá também a participação de um grupo de Leiria-Fátima, o SDC está a programar este “Jubileu dos Catequistas” em Leiria, com início às 14h30, no Seminário, e conclusão com a participação na celebração da Eucaristia, presidida por D. José Ornelas, às 19h, na Sé.

O programa tem início às 14h30, no Seminário de Leiria, com o acolhimento e oração inicial, seguido de um breve tema de reflexão inicial: «Jubileu, esperança e misericórdia». Às 15h30 haverá atividades, com três ateliers de cerca de 30 minutos cada, todos com três horários diferentes, com os temas «O Desafio da Santidade», «Da Criação ao Criador: Ecologia Integral» e «Maria, Mãe da Esperança». Das 15h30 às 18h00 decorrem também duas propostas permanentes: um tempo de Adoração, e um Percurso Penitencial e Celebração da Reconciliação. Às 18h00 será a deslocação para a Sé, que inclui uma breve peregrinação e entrada na Sé, culminando com a celebração da Eucaristia às 19h.

Esta proposta é o convite aos catequistas da Diocese para viverem uma tarde em dinâmica jubilar, de encontro com Jesus Cristo, fonte da Esperança e da Misericórdia, em ambiente de oração, reflexão, partilha e celebração da Fé. Para participar, pedimos que façam uma inscrição no formulário próprio [https://forms.gle/zWikxYBo5kC4WgJU8], ou através dos contactos do SDC, até ao dia 13 de setembro de 2025, para podermos ter preparados os materiais e dinâmicas para os participante.

MENSAGEM DO SANTO PADRE LEÃO XIVPARA O V DIA MUNDIAL DOS AVÓS E DOS IDOSOS

“Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança” (cf. Sir 14, 2)

Queridos irmãos e irmãs,

Jubileu que estamos a viver ajuda-nos a descobrir que a esperança é, em todas as idades, perene fonte de alegria. Além disso, quando é provada pelo fogo de uma longa existência, torna-se fonte de uma bem-aventurança plena.

A Sagrada Escritura apresenta vários casos de homens e mulheres já avançados em idade que o Senhor inclui nos seus desígnios de salvação. Pensemos em Abraão e Sara: já idosos, permanecem incrédulos diante da palavra de Deus, que lhes promete um filho. A impossibilidade de gerar parecia ter fechado o seu olhar de esperança para o futuro.

A reação de Zacarias ao anúncio do nascimento de João Batista não é diferente: «Como hei-de verificar isso, se estou velho e a minha esposa é de idade avançada?» (Lc 1, 18). A velhice, a esterilidade e a diminuição das forças parecem extinguir as esperanças de vida e fecundidade de todos esses homens e mulheres. E parece também puramente retórica a pergunta que Nicodemos faz a Jesus, quando o Mestre lhe fala de um “novo nascimento”: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez, e nascer?» (Jo 3, 4). Pois bem, em todas as ocasiões em que aparece uma resposta aparentemente óbvia, o Senhor surpreende os seus interlocutores com uma intervenção salvífica.

Os idosos, sinais de esperança

Na Bíblia, Deus mostra várias vezes a sua providência dirigindo-se a pessoas idosas. Foi o que aconteceu a Abraão, Sara, Zacarias, Isabel e também com Moisés, chamado a libertar o seu povo quando tinha oitenta anos (cf. Ex 7, 7). Com estas escolhas, Ele ensina-nos que, aos seus olhos, a velhice é um tempo de bênção e graça e que, para Ele, os idosos são as primeiras testemunhas da esperança. «O que é este tempo da velhice? – pergunta-se Santo Agostinho a este respeito, e continua – Deus responde-te assim: “Oh, que a tua força desapareça de verdade, para que em ti permaneça a minha força e possas dizer com o Apóstolo: quando sou fraco, então é que sou forte”» (Enarr. In Ps. 70, 11). Assim, a constatação de que hoje o número daqueles que estão avançados em idade aumenta cada vez mais torna-se, para nós, um sinal dos tempos que somos chamados a discernir, para ler bem a história que vivemos.

Com efeito, só se compreende a vida da Igreja e do mundo na sucessão das gerações. Por isso, abraçar um idoso ajuda-nos a entender que a história não se esgota no presente, nem em encontros rápidos e relações fragmentárias, mas se desenrola rumo ao futuro. No livro do Génesis, encontramos o comovente episódio da bênção dada por Jacó, já idoso, aos filhos de José, seus netos: as suas palavras os exortam a olhar com esperança para o futuro, como o tempo das promessas de Deus (cf. Gn 48, 8-20). Portanto, se é verdade que a fragilidade dos idosos precisa do vigor dos jovens, é igualmente verdade que a inexperiência dos jovens precisa do testemunho dos idosos para projetar o futuro com sabedoria. Quantas vezes os nossos avós foram para nós um exemplo de fé e devoção, de virtudes cívicas e compromisso social, de memória e perseverança nas provações! A nossa gratidão e coerência nunca serão suficientes para agradecer este bonito legado que nos foi deixado com tanta esperança e amor.

Sinais de esperança para os idosos

Desde as suas origens bíblicas, o Jubileu representou um tempo de libertação: os escravos eram libertados, as dívidas perdoadas, as terras devolvidas aos seus proprietários originais. Era um momento de restauração da ordem social desejada por Deus, em que se sanavam as desigualdades e as opressões acumuladas ao longo dos anos. Na sinagoga de Nazaré, Jesus renova estes eventos de libertação quando proclama a boa nova aos pobres, a visão aos cegos, a soltura dos prisioneiros e o retorno à liberdade para os oprimidos (cf. Lc 4, 16-21).

Olhando para os idosos nesta perspectiva jubilar, também nós somos chamados a viver com eles uma libertação, sobretudo da solidão e do abandono. Este ano é o momento propício para realizá-la: a fidelidade de Deus às suas promessas ensina-nos que há uma bem-aventurança na velhice, uma alegria autenticamente evangélica que nos convida a derrubar os muros da indiferença na qual os idosos estão frequentemente encerrados. Em todas as partes do mundo, as nossas sociedades estão a habituar-se, com demasiada frequência, a deixar que uma parte tão importante e rica do seu tecido social seja marginalizada e esquecida.

Perante esta situação, é necessária uma mudança de atitude, que testemunhe uma assunção de responsabilidade por parte de toda a Igreja. Cada paróquia, associação ou grupo eclesial é chamado a tornar-se protagonista da “revolução” da gratidão e do cuidado, a realizar-se através de visitas frequentes aos idosos, criando para eles e com eles redes de apoio e oração, tecendo relações que possam dar esperança e dignidade àqueles que se sentem esquecidos. A esperança cristã impele-nos continuamente a ousar mais, a pensar em grande, a não nos contentarmos com o status quo. Neste caso específico, a trabalhar por uma mudança que devolva aos idosos a estima e o afeto.

Por isso, o Papa Francisco quis que o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos fosse celebrado, em primeiro lugar, encontrando aqueles que estão sozinhos. E decidiu-se, pela mesma razão, que aqueles que não puderem vir a Roma neste ano em peregrinação podem «obter a Indulgência jubilar se se deslocarem para visitar por um côngruo período […] idosos em solidão […] quase fazendo uma peregrinação em direção a Cristo presente neles (cf. Mt 25, 34-36)» (Penitenciaria Apostólica, Normas sobre a Concessão da Indulgência Jubilar, III). Visitar um idoso é um modo de encontrar Jesus, que nos liberta da indiferença e da solidão.

Na velhice, pode-se ter esperança

O livro de Ben Sirá afirma que a bem-aventurança é daqueles que não perderam a esperança (cf. 14, 2), dando a entender que na nossa vida – especialmente se for longa – podem existir muitos motivos para sempre lançar o olhar para o passado, em vez de olhar para o futuro. No entanto, como escreveu o Papa Francisco durante a sua última internação no hospital, «o nosso físico é débil mas, mesmo assim, nada nos pode impedir de amar, de rezar, de nos doarmos, de sermos uns pelos outros, na fé, sinais luminosos de esperança» (Angelus, 16 de março de 2025). Possuímos uma liberdade que nenhuma dificuldade pode tirar-nos: a de amar e rezar. Todos, sempre, podemos amar e rezar.

O bem que desejamos às pessoas que nos são caras – ao cônjuge com quem compartilhamos grande parte da vida, aos filhos, aos netos que alegram os nossos dias – não desaparece quando as forças se esvaem. Pelo contrário, muitas vezes é justamente o carinho deles que desperta as nossas energias, trazendo-nos esperança e conforto.

Estes sinais de vitalidade do amor, que têm a sua raiz em Deus mesmo, dão-nos coragem e recordam-nos que «mesmo se, em nós, o homem exterior vai caminhando para a ruína, o homem interior renova-se, dia após dia» (2 Cor 4, 16). Por isso, sobretudo na velhice, perseveremos confiantes no Senhor. Deixemo-nos renovar todos os dias, na oração e na Santa Missa, pelo encontro com Ele. Transmitamos com amor a fé que vivemos na família e nos encontros quotidianos durante tantos anos: louvemos sempre a Deus pela sua benevolência, cultivemos a unidade com as pessoas que nos são caras, abramos o nosso coração aos que estão mais longe e, em particular, aos necessitados. Assim, seremos sinais de esperança, em todas as idades.

Vaticano, 26 de junho de 2025

LEÃO PP. XIV

Diocese celebra 451 anos da dedicação da sua catedral

A Diocese de Leiria-Fátima vai assinalar, no domingo, 13 de julho, o 451.º aniversário da dedicação da sua catedral, com uma celebração eucarística às 19h00, presidida por D. José Ornelas.

Antes da Eucaristia, pelas 16h00, será apresentado o livro Leiria Sacra: Identidade, Património, Museologia, na igreja de São Pedro, em Leiria, que foi a segunda igreja catedral da Diocese, antes da actual.

A celebração da dedicação da catedral é um momento significativo de comunhão para toda a Igreja diocesana. A dedicação de uma igreja é o rito pelo qual o bispo consagra um edifício ao culto divino, tornando-o espaço sagrado para a oração, a escuta da Palavra e a celebração dos sacramentos.

A catedral, ou sé, é a igreja-mãe da Diocese, onde se encontra a cátedra do bispo – símbolo da sua missão de pastor e mestre da fé, e sinal de unidade para os crentes. Por isso, a Igreja recomenda que os fiéis nutram por ela grande amor e veneração.

Criada em 1545, a Diocese de Leiria teve inicialmente como catedral a igreja de Nossa Senhora da Pena, no castelo. Em 1548, a sede passou para a igreja de São Pedro, até à construção da actual catedral, iniciada em 1559 e dedicada em 1574. Em 2014, o edifício foi classificado como monumento nacional.

Para os que desejam aprofundar o conhecimento sobre este templo, está disponível a obra Catedral de Leiria – História e arte (2005), coordenada por Virgolino Ferreira Jorge.

Todos os fiéis diocesanos são convidados a participar nesta celebração, que reforça o sentido de pertença à porção do Povo de Deus que é a Diocese de Leiria-Fátima.

Jubileu Jovens: Portugal leva a Roma mais de 11 mil jovens peregrinos

Rezemos também pelos jovens da nossa Paróquia que fazem parte destes 11.000

Lisboa, 04 jul 2025 (Ecclesia) – Pedro Carvalho, diretor do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil, disse que após a eleição do Papa Leão XIV, registou-se “um pico de inscrições” e a organização portuguesa vai levar ao Jubileu dos jovens, mais de 11 mil participantes.

“Depois da eleição do Papa Leão XIV houve um pico de inscrições. É curioso, mas as pessoas vão para o encontro com Cristo vivo, independentemente do Papa. Eu já vivi essa transição com o Papa Bento XVI, que teve o primeiro grande encontro com a juventude na jornada de Colónia, em 2005, e a transição foi muito rápida. O que move é Jesus e, obviamente, haverá frases impactantes e inspiradoras para estes jovens, obviamente que haverá uma nova geração do Papa Leão e que se vai gritar a ‘juventude do Papa”, indica à Agência ECCLESIA o responsável nacional pela área da juventude nos serviços da Conferência Episcopal portuguesa.

A Igreja Católica está a celebrar o Jubileu do Ano Santo de 2025 e convocou os jovens para um encontro entre os dias 28 de julho e 3 de agosto.

Pedro Carvalho, director do Serviço Nacional de Pastoral Juvenil

Pedro Carvalho dá conta de 11 mil e 400 participantes inscritos, prevendo que este número possa aumentar ainda até à data de início, disponíveis para a festa nas ruas, para o calendário previsto das atividades como os “diálogos na cidade”, também os encontros Papa Leão XIV.

A delegação portuguesa vai ter um encontro nacional no dia 30 e está prevista a elaboração de um programa que leve os peregrinos portugueses a um percurso pelas igrejas portuguesas ligadas aos cardeais lusitanos.

“Queremos ligar Roma à história dos cardeais portugueses e portanto está a ser desenhado um programa para cada igreja, onde os jovens possam fazer o percurso, com oração, música e exposições”, conta.

O responsável assinala a “vitalidade” da Igreja em Portugal e os números “expressivos” previstos para o Jubileu, decorrente da realização e mobilização que a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 fez resultar.

“Nós somos muito mais do que aqueles que participaram na JMJ Lisboa 2023. Além dos jovens, também existe muita gente – acompanhadores, animadores, responsáveis de grupos – que querem continuar este caminho sobretudo com eles. O que nós aprendemos com a JMJ foi que tivemos que começar a pensar em trabalhar com os jovens, e não para eles. E isso está a acontecer e estes projetos que eu tenho visto surgiram por eles”, regista.

Pedro Carvalho explica que encontra pelo país “jovens comprometidos com a sua fé, com a comunidade” e que o acompanhamento é “necessário” para que os jovens sejam “felizes e comprometidos, que testemunhem Cristo vivo juntos dos seus amigos e família”.

“O desafio é como é que nós podemos ser cristãos no nosso dia-a-dia: como é que eu, enquanto jovem, posso ser cristão quando estou a praticar desporto? Como é que eu posso ser cristão quando estou com o meu grupo de amigos? Quando estou num concerto? Ou quando estou com os meus amigos…o desafio é levarmos para a vida esta forma de seguir Cristo e de ser cristão”, traduz.

O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil tem o objetivo de plantar 25 mil e 25 árvores, para reduzir a pegada de CO2 das viagens para o Jubileu dos Jovens, e a primeira foi plantada na inauguração do parque Papa Francisco, em Loures.

Pedro Carvalho recorda que a oliveira está ligada à paz, “a paz desarmada e desarmante que o Papa Leão XIV nos pede”, e que a plantação de árvores quer, para além da questão da sustentabilidade, ser esse símbolo de reconciliação, cultivado pelos jovens.

“Em Roma vão estar centenas de jovens e países representados e, tal como aconteceu em Lisboa, queremos dar o exemplo de que é possível na rua, nos encontros, coabitar e estar junto, em paz, em harmonia, em diálogo. E depois trazer essa inspiração para o nosso dia-a-dia, sendo construtores da paz desarmada e desarmante. Acredito que isso irá acontecer”, finaliza.

A conversa com Pedro Carvalho vai estar no centro do programa ECCLESIA, emitido este sábado, na Antena 1, pelas 6h.

Festival Jovens Portugal - 2ª Edição

Depois do testemunho da mãe do Carlo Acutis, da saudação calorosa do nosso querido Papa Francisco e de tantos momentos fortes e alegres que vivemos em 2024, o Festival Jovens de Portugal está de volta!

De 14 a 17 de Agosto, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, viveremos dias de muita animação, de grandes ensinamentos e testemunhos.
Este ano em que celebramos o Jubileu da Esperança, temos como tema "Deus é o nosso amor e a nossa esperança".

Este evento terá a presença de vários sacerdotes que falarão sobre a esperança ligada à vida interior, à santidade, aos pastorinhos, entre outros. No dia da Assunção de Nossa Senhora, participaremos na Procissão de Velas e, dia 16 à noite teremos um concerto inédito da grande Banda Reale, presente em Portugal na JMJ Lisboa 2023. Para além do concerto, vão partilhar connosco o seu grande testemunho. E para terminar, no último dia peregrinaremos até aos Valinhos e visitaremos a casa dos pastorinhos.

O Festival é gratuito e as inscrições já estão abertas e poderão inscrever-se de forma rápida e fácil através deste link  https://forms.office.com/r/0SkkVp8T4b

Site do Festival:  https://www.festivaljovensportugal.com/
Instagram:  https://www.instagram.com/festival.jovens/
Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=61558684432293

DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELA SANTIFICAÇÃO DOS SACERDOTES

27 de junho de 2025

Nota pastoral

CORAÇÃO A CORAÇÕES

Junho, mês tradicional de uma devoção muito vincada ao Sagrado Coração de Jesus. A humanidade de Jesus traduzida num coração que ama, que sofre, que se compadece, que não fica indiferente diante de ninguém.

É nesta moldura de coração a corações, que recordamos e rezamos o dom do sacerdócio na sua plena santificação. Não em formato genérico ou estandardizado, mas pessoal e personalizado, com uma história que nos une e nos aproxima. Particularmente daqueles sacerdotes que são reconhecidos como parte da família de cristãos a quem servem, e onde eles próprios fazem desses que lhes foram confiados, a sua família. Coração de sacerdote no coração de todos.

Assim, no dia 27 de junho, Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, avivemos os sacerdotes, no nome do qual conhecemos a voz, nos laços que geraram connosco, na condição em que se encontram hoje e coloquemo-los todos no Sagrado Coração de Jesus. Guardados, acolhidos, confortados e recolhidos. Coração de sacerdote no Coração de Jesus.

Agradeçamos o dom do sacerdócio na oração e valorizemos com palavras e gestos de estímulo, olhos nos olhos, coração a coração, aqueles que se cruzam nos nossos percursos.

 D. Vitorino José Pereira Soares,
Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios

ORAÇÃO PELA SANTIFICAÇÃO DOS SACERDOTES

Senhor,
hoje procuramos a companhia
do teu terno Coração,
procuramos-te a ti,
que tens palavras
que fazem arder o peito,
que derramas compaixão
sobre os mais pequenos e pobres,
os que sofrem
e sobre todas as misérias humanas.
Desejamos conhecer-te melhor,
contemplar-te no Evangelho,
estar contigo e aprender de ti,
da caridade com que te deixaste tocar
por todas as pobrezas.
Dá-nos, Tu que nos mostraste o amor do Pai
amando-nos sem medida
com o teu Coração divino e humano,
a graça do encontro contigo,
de um encontro que mude,
modele e transforme os nossos planos;
para que só te busquemos a ti,
em todas as circunstâncias,
na oração, nos trabalhos,
nos encontros e na rotina diária.
Sê para nós fonte de onde brota
toda a consolação.
Ámen.

(Papa Leão XIV)