Pier Giorgio Frassati é um Santo dos nossos dias, um Santo do século XX.
Foi proclamado Beato pelo Papa João Paulo II em 1990.
Pier Giorgio Frassati nasceu em Turim em 6 de abril de 1901, filho de Alfredo Frassati, fundador e diretor do jornal "La Stampa".
A família era rica e vivia a fé de uma forma bastante formal e assim sendo tinha tudo para ser um jovem afastado dos problemas do mundo.
Desde novo, Pier Giorgio destacou-se pela sua vivacidade, altruísmo e capacidade de envolver os outros. Frequentou as escolas salesianas, onde se apaixonou pelos estudos e desenvolveu um forte sentido de justiça social.
Durante a adolescência, Pier Giorgio aproximou-se das atividades caritativas através da obra de São Vicente de Paulo, dedicando-se aos pobres dos subúrbios de Turim.
A sua fé nunca foi abstrata, mas tangível e concreta: estudante de engenharia de minas na Universidade Politécnica de Turim, empenhou-se em pôr em prática o Evangelho na vida quotidiana.
O seu dia é marcado pela oração, missa e comunhão, que considera "o seu pequeno-almoço".
Mas não deixa de ser também um jovem moderno, desportivo e amante da natureza. A sua paixão pelas montanhas tornou-se uma escola de vida: o sacrifício da subida, a beleza da criação, a fraternidade com os amigos era para ele um sinal do amor de Deus.
Organiza frequentemente excursões e momentos de reflexão, aliando alegria e espiritualidade de forma espontânea e contagiante.
Pier Giorgio vê o rosto de Cristo nos pobres. Dedica grande parte do seu tempo livre a ajudar os necessitados, levando alimentos, medicamentos, roupas, conforto e acima de tudo dignidade. Não se limita a gestos episódicos, mas cria relações de confiança e amizade. A sua caridade estava escondida: a sua família ignorava frequentemente os detalhes do seu apostolado, que só foram descobertos após a sua morte. Frassati também se empenhou na promoção da justiça, participando de movimentos católicos, manifestações políticas em defesa da fé e da liberdade, sempre com um estilo calmo e respeitoso.
O seu lema, “Verso l'alto” ou seja “Rumo ao alto” ou "Para cima", representa bem o seu caminho em direção à perfeição moral e espiritual, mas também o desejo de melhorar a sociedade.
A espiritualidade de Pier Giorgio é fortemente cristocêntrica. A relação com Jesus, vivida na Eucaristia e na oração pessoal, é a força motriz da sua existência. Escrevia frequentemente aos seus amigos exortações para viverem a fé não como um «rótulo», mas como uma experiência radical de amor e misericórdia. A sua devoção a Nossa Senhora era constante: recitava o Rosário, levava sempre consigo a imagem da Virgem e confiava as dificuldades da vida à sua intercessão.
Pier Giorgio viveu a fé com alegria e simplicidade: nunca se abandonou ao pessimismo, mesmo diante das dificuldades familiares, do fracasso escolar ou das deceções amorosas. O seu sorriso, a sua simpatia e a sua capacidade de trabalhar em grupo são instrumentos de evangelização.
Em junho de 1925, Pier Giorgio adoeceu com poliomielite fulminante.
A família, empenhada em cuidar da avó moribunda, percebe a gravidade da situação tarde demais.
Faleceu em 4 de julho de 1925, cercado pelo carinho de seus entes queridos.
A notícia da sua morte espalhou-se imediatamente entre os pobres de Turim, que acorreram em massa ao funeral, tornando visível a extensão do seu apostolado oculto.
A reputação de santidade de Pier Giorgio Frassati cresceu rapidamente. Em 1932 iniciou-se o processo de beatificação, que culminou em 20 de maio de 1990 com a proclamação do beato pelo Papa João Paulo II. O Papa chama-lhe «o homem das oito bem-aventuranças», reconhecendo nele uma síntese viva da mensagem evangélica.
O corpo de Pier Giorgio, encontrado incorrupto, foi trasladado para a Catedral de Turim, onde muitos peregrinos vão pedir a sua intercessão.
Frassati tornou-se o Santo padroeiro dos jovens, estudantes universitários, montanhistas e aqueles que se dedicavam ao voluntariado social.
A mensagem de Pier Giorgio Frassati é muito importante neste mundo marcado pelo individualismo, pela superficialidade e pela busca do sucesso pessoal. A sua vida é um convite a redescobrir a beleza da gratuidade, do serviço, da fraternidade e da fé vivida com alegria. O seu testemunho mostra que a santidade é possível para todos, mesmo na vida comum, entre o estudo, o trabalho, o desporto e a amizade.
Pier Giorgio Frassati ensina que a fé não se opõe à alegria, mas realiza-a plenamente; que a caridade não é apenas assistência, mas partilha. Esse compromisso não é um sacrifício estéril, mas a construção do futuro.
Joaquim Mexia Alves

