Dia 20 de Junho celebra-se o Dia Mundial do Refugiado, por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovada em 4 de Dezembro de 2000.
Todos os dias há novos refugiados. Todos os dias são dias de refugiados. A toda a hora há famílias a fugir de algum lugar. A toda a hora há pessoas a chorar porque perderam tudo.
Em cada momento, os ataques de grupos armados, os bombardeamentos em guerras locais, as perseguições por motivos religiosos ou políticos são a realidade de milhões de pessoas.
Vemos na televisão, ouvimos na rádio, sentimos angústia pelo que acontece. Apetece-nos mudar de canal. Não conseguimos ver porque nos sentimos impotentes, porque a crueldade nos faz sofrer, porque as autoridades dos países não conseguem mudar o rumo dos acontecimentos.
“Não podemos fazer nada” é o pensamento que a todos ocorre.
É aqui precisamente que entra a necessidade de haver um Dia Mundial do Refugiado. Para nos chamar a atenção. Para nos ajudar a não mudar de canal. Para nos encorajar a tomar consciência dos milhões de dramas e tragédias que acontecem.
Lá longe não podemos fazer nada, ou quase nada. Aqui perto podemos fazer toda a diferença. Ao tomarmos consciência clara do problema, ao conhecermos com detalhe a realidade, estamos a moldar o nosso coração para acolher com humanidade, com espírito fraterno todos aqueles que sabemos trazer consigo experiências traumáticas e dolorosas.
Despertando para a celebração do Dia Mundial do Refugiado estamos a tornar-nos próximos do nosso próximo.
“E quem é o meu próximo?” (Lc 10, 29b)
Jesus dá-nos a resposta com a parábola do bom samaritano. Somos nós chamados hoje a ser este bom samaritano, como comunidade Cristã. Chamados a sermos próximos, a acolher com benevolência quem foge da sua terra, a ajudar a integrar nesta nossa comunidade quem deixou tudo para trás e muitas vezes não tem nada, a recuperar a sua dignidade e a sentir-se pertença de uma nova família.
Somos chamados a continuar a ser testemunhas do Mandamento novo, irmãos em Cristo, filhos do mesmo Pai do Céu e animados pelo mesmo Espírito do Amor.
É nesta perspectiva que podemos considerar a celebração do Dia Mundial do Refugiado como estando plenamente imbuída do espírito Cristão.
Fernando Brites