Re-abertura da Casa da irmã Lúcia

A Casa da Irmã Lúcia, em Aljustrel, vai ser reaberta ao público esta sexta-feira, após oito meses de renovação, a partir da museologia do século XXI, para apresentar a peregrinos e visitantes “uma das mais importantes figuras do catolicismo contemporâneo”.

“Olhamos para esta casa na expectativa daquilo que os peregrinos também aqui querem encontrar: é, de facto, a Casa da Lúcia, mas não da Lúcia doroteia nem da Lúcia carmelita, mas sim da Lúcia da infância”, disse Marco Daniel Duarte, diretor do Departamento de Estudos e do Museu do Santuário de Fátima, numa visita ao espaço.

Segundo o responsável, o objetivo das intervenções multidisciplinares foi “trabalhar o espaço a partir da materialidade, mas sobretudo a partir do intangível, da imaterialidade”.

Reconstruída em 1885, foi nesta casa nasceu Lúcia, uma das três videntes de Fátima, no dia 28 de março de 1907, tendo ali vivido até aos 14 anos de idade.

Os responsáveis do Santuário de Fátima indicam que este foi um “lugar de convivialidade não apenas da família constituída por António dos Santos e Maria Rosa, seus pais, mas também a ‘casa de todos’, dos vizinhos, entre os quais militas crianças”.

Já desde o tempo das Aparições, em 1917, era a esta casa que acorriam os peregrinos que procuravam falar com Lúcia; hoje, o espaço é apresentado como destino de peregrinos e visitantes, cerca de 300 mil por ano, que procuram “encontrar as raízes primeiras do fenómeno de Fátima”.

“Sendo uma casa-museu, aquilo que o museólogo tem de fazer é percecionar o espaço, aprofundar aquilo que este espaço significa, entender o espaço na sua diacronia de utilização, no tempo que teve de sucessivas utilizações, e fazer aquilo que eu defendo que deve ser feito nestas casas-museu, o que eu chamo de museologia do silêncio”, indicou Marco Daniel Duarte.

Segundo o diretor do Museu do Santuário de Fátima, as obras tiveram como base um “aprofundamento muito forte das fontes de informação” sobre a casa.

“Essas fontes de informação são, sobretudo, as memórias da própria Irmã Lúcia, e também algumas cartas em que ela descreve, cómodo a cómodo, divisão a divisão, o que é que existia em cada um dos espaços”, precisa.

A Casa-Museu, a pouco mais de dois quilómetros da Cova da Iria, corresponde à residência de uma família rural dos finais do século XIX, início do século XX, com três quartos, cozinha, uma sala com um tear, arrecadação e a casa do forno, em anexo.

Marco Daniel Duarte recorda que um primeiro projeto museológico teve lugar, no espaço, nos anos 90 do século XX, mas já se considerava “obsoleto”.

A obra contou com a colaboração do arquiteto Marinhense, e nosso paroquiano, Humberto Dias.

Manual de Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adultos Vulneráveis já está disponível

O Grupo VITA acaba de divulgar o KIT VITA, um recurso prático que complementa o Manual de Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adultos Vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal. 

O KIT VITA é um recurso complementar ao Manual de Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adultos Vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal (publicado em dezembro de 2023) e está disponível no site do Grupo  VITA (http://l-f.pt/nuXB), pretendendo-se que seja um recurso acessível a todas as estruturas eclesiásticas.  

O KIT VITA apresenta um roteiro formativo com uma proposta de ações de capacitação de natureza mais ativa. Pretende ser um recurso prático que facilite a promoção de boas práticas, podendo ser utilizado por agentes formativos na dinamização de ações de capacitação dirigidas a padres, diáconos, religiosas, agentes pastorais, elementos de  IPSS católicas e demais estruturas eclesiásticas, auxiliando na estruturação e  uniformização dessas ações sobre a temática da violência sexual no contexto da Igreja  Católica em Portugal.  

Estas ações de capacitação têm como objetivo aumentar conhecimentos e promover competências para saber identificar, reagir e prevenir situações de violência sexual, providenciando aos participantes a oportunidade de contribuir para uma cultura de maior proteção e cuidado. O Grupo VITA pode ser contactado através da linha de atendimento telefónico (91 509  0000) ou do formulário para sinalizações, já disponível no site www.grupovita.pt. Pode ainda acompanhar todas as iniciativas e trabalho desenvolvido pelo Grupo VITA no facebook/grupovita e instagram/@grupovita2023.

Catedral de Leiria celebra os 450 anos da sua dedicação

No próximo dia 13 de julho, sábado, celebra-se o 450.º aniversário da dedicação da catedral de Leiria, uma cerimónia que teve lugar no ano de 1574. As comemorações terão início às 18h15 com um concerto evocativo de órgão por Rute Martins. De seguida, às 19h00, é celebrada a Eucaristia, presidida pelo bispo da diocese, D. José Ornelas.

Todos os diocesanos são convidados a participar neste evento significativo.

Dedicação da catedral

A dedicação de uma igreja é uma celebração em que o bispo consagra a Deus um lugar ou edifício para o culto. É um momento em que os fiéis se reúnem para oração, escuta da Palavra e celebração dos sacramentos. Quando se trata da catedral, a igreja-mãe da diocese, este aniversário é de singular importância, pois simboliza a comunhão e o sentido de pertença à comunidade diocesana.

A catedral, também chamada sé, contém a cátedra do bispo, sinal da sua missão de pastor e mestre da fé na diocese. Este local é um símbolo de unidade e comunhão dos crentes na mesma fé, e a Igreja recomenda aos fiéis que nutram grande amor e veneração pela catedral.

História da catedral de Leiria

A diocese de Leiria foi criada em 1545, e a sua primeira catedral foi a igreja de Nossa Senhora da Pena, situada no interior do castelo de Leiria. Em 1548, a sede da Diocese foi transferida para a igreja de S. Pedro, na encosta do castelo, até que se construísse a nova catedral.

A construção da atual catedral começou em 1559 e a sua consagração ocorreu em 1574. Só mais tarde foram construídas a sacristia e outras dependências. Em 2014, a catedral foi classificada como monumento nacional.

Para os interessados em conhecer mais profundamente este monumento, recomenda-se a consulta do livro “Catedral de Leiria – História e arte”, publicado em 2005, sob a coordenação de Virgolino Ferreira Jorge.

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus: homilia da celebração dos jubileus sacerdotais

As leituras que proclamamos nesta solenidade deixam-nos uma mensagem e um caminho fundamentais para a vida pessoal, para o nosso relacionamento com Deus e com os irmãos/ãs e para a nossa missão, na Igreja e no mundo, a partir do Coração de Jesus.

Na linguagem da Bíblia, falar de Coração significa falar da interioridade de uma pessoa, da verdade daquilo que é, da essência do seu ser. Muitas dessas expressões entraram na nossa língua: “Falar de coração”; “falar ao coração”; “ter bom coração”. Na Bíblia, o coração não é a sede dos sentimentos, do amor. Falar desses sentimentos usa-se a simbologia de “entranhas”, como no texto que hoje escutámos: “ter entranhas de misericórdia, de compaixão, de repulsa. O coração, na linguagem bíblica denota sobretudo a memória grata ou adversa, o pensamento, a ponderação e a decisão.

Sublinho três caraterísticas fundamentais, provenientes das leituras que escutámos, para exprimir o que significa falar de “o Coração de Jesus”.

1. O amor carinhoso e paterno e carinhoso de Deus (Os 11,1-9)

O profeta Oseias, através da experiência dolorosa de um amor apaixonado pela própria esposa que lhe é infiel, e da situação paradoxal de filhos queridos, mas igualmente ingratos e rebeldes, é levado a entender, na própria carne, a grandeza do amor de Deus para com o seu povo, exprimindo-o com duas imagens: o amor esponsal para com a esposa e o amor paternal, para além de toda a falta de correspondência. 

Na leitura de hoje, o profeta apresenta-nos a segunda destas imagens, falando de Deus que trata o seu povo Israel como seu filho querido, “com laços humanos, com laços de carinho”. As memórias da libertação do Egito, da travessia do deserto e do dom da terra, são vistas pelo profeta à luz da atitude de um pai que acarinha, sustenta, ensina a caminhar e provê os seus filhos e filhas de tudo o que é necessário à vida, ao crescimento e à felicidade.

Desta imagem faz parte também a incompreensão, a rebeldia e ingratidão dos filhos, que poderiam ser ocasião para castigo, repúdio e exclusão, pois provocam dor, amargura e ira no coração de qualquer pai humano. O profeta, que fez bem a experiência destes sentimentos na sua casa e na sua relação com a esposa e os filhos, entende o coração de Deus: “O meu coração agita-se dentro de Mim, estremecem as minhas entranhas”. Mas o Coração de Deus é bem mais compassivo e misericordioso do que o de qualquer pai humano: “Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não me deixo levar pela ira.”

Oseias exprime, assim, de um modo novo e determinante a santidade de Deus, como distinta e bem acima dos sentimentos humanos. Um coração que não exclui ninguém, nem exerce violência ou morte, porque permanece fiel ao seu ser um Deus “misericordioso e benevolente, lento para a ira e cheio de amor e de fidelidade” (Ex 34,6).

Esta é a primeira palavra que alimenta e modela, hoje, o nosso coração, para o tornar mais parecido com aquilo que o Profeta Oseias sentiu de Deus. Ele está constantemente ao nosso lado e acolhe-nos, guia-nos e refaz-nos, mesmo quando a nossa incompreensão, infidelidade e rebeldia nos afastam dele. Ao mesmo tempo, modela igualmente a nossa atitude e os nossos relacionamentos, formando um coração sacerdotal à imagem de Jesus, sensível para sentir a dor do sofrimento, do mal e da violência, mas igualmente atento e misericordioso para reparar o que está quebrado e cuidar do que está ferido.

No caminho sinodal que estamos a percorrer em toda a Igreja, tudo começa com esta atitude de Deus como Pai. No Batismo, Ele dá-nos o seu Espírito, isto é, a sua vida, que nos torna filhos e filhas queridos. Olha-nos com ternura e amor fiel e eterno de Pai. A cada um/a dos que são batizados, Deus diz, como a Jesus no Jordão: “tu és o meu filho / minha filha querido/a”.

2. O amor até ao dom da vida, que gera reconciliação (Jo 19,31-37)

A segunda caraterística do coração sacerdotal provém do texto do Evangelho e explicita bem até que ponto Deus vem ao encontro do ser humano débil e pecador, respondendo à incompreensão, à violência e à corrupção, e assumindo toda a negatividade humana, em atitude de absoluto amor e dom da vida. Na lança que trespassa o peito de Jesus acabado de morrer na cuz, o discípulo João contempla a revelação do amor que habitava esse Coração humano, morada do Espírito de Deus, até à sua última palpitação: a fidelidade ao projeto salvador de Deus e a comunicação da sua vida (do Seu Espírito) à humanidade.

O golpe da lança, culmina toda a lógica de ódio, violência e morte de que a humanidade é capaz. Mas, ao mesmo tempo, faz derramar sobre a mãe de Jesus e o grupo de discípulos/as, aos pés da cruz, o dom do amor, da reconciliação e da vida, no sangue e na água, vistos como o dom do Espírito de Deus. É aos pés da cruz e na contemplação de João, que entendemos o “Coração de Jesus”, que podemos, também nós, entender o nosso ser e missão como cristãos e o do dom do sacerdócio. 

Somos chamados, em primeiro lugar, a contemplar e integrar, no nosso viver, julgar e agir, o anúncio dos profetas e de toda a Palavra de Deus, mas sobretudo a revelação humana do Seu amor, nos gestos e nas atitudes de Jesus. Esse é o modo de escutar o seu convite: “aprendei de mim que sou manso e humilde de Coração”. Ele é nosso modelo, nosso Mestre e nossa esperança.

Em segundo lugar, somos convidados a entender, na nossa forma de atuar, que é apenas através do Espírito do Senhor, revelado na cruz, que a nossa missão pode dar fruto. Isso nos leva à fidelidade àquele que nos chama e a fazer da nossa vida um dom de serviço generoso e desprendido àqueles a quem somos enviados, como diz S. Paulo: “o amor de Cristo nos compele, ao pensar que um só morreu por todos e, portanto, todos morreram. Ele morreu por todos, a fim de que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2Co 5,14s).

É nesta atitude que nos unimos a Jesus, sendo presença sacramental dos mistérios que celebramos, por obra do Espírito, no batismo que oferecemos em nome e pelo Espírito de Jesus e nos outros sacramentos que passam pelo nosso ministério. Este serviço há de ser vivido com grande alegria, mas igualmente com grande humildade e constante atitude de dom e de serviço, para ser autêntico. A cruz de Jesus e o seu peito trespassado são fonte constante de inspiração e de identificação, para que possamos dizer como Paulo: “Estou crucificado com Cristo. Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2,19s).

3. Hão de olhar para aquele que trespassaram (Jo 19,37)

O Evangelho que proclamámos dá-nos ainda um último e importante sinal para entender o nosso coração de filhos e filhas, à imagem do Coração do Senhor Jesus.  Para São João, o peito trespassado de Jesus pela lança que revela o seu Coração, isto é, a verdade do seu ser, das suas atitudes, como homem e como Filho de Deus, que traz a salvação pelo dom do seu Espírito. E confirma esta visão culminante da morte de Jesus com dois testemunhos da Escritura que aludem à libertação do Egito pelo sangue do cordeiro (cf. Ex 12,46; Nm 9,12) e à atitude do povo que rejeita o enviado de Deus e lhe dá a morte, mas acaba por reconhecer o seu erro e o seu pecado e faz luto por aquele que trespassou: “derramarei sobre a casa de David e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de benevolência e de súplica. Eles contemplarão aquele a quem traspassaram; chorarão por ele como se chora um filho único e lamentá-lo-ão como se lamenta um primogénito” (Zc 12,10).

Olhar para aquele que foi trespassado pela nossa injustiça, violência, desprezo e exclusão e reconhecê-lo na sua dignidade e na sua missão como o enviado de Deus, o Salvador e o dador da vida do Pai do Céu, é o caminho a que nos leva o batismo, à radical transformação da vida e ao compromisso de configurar com Ele a nossa vida e a nossa missão no mundo. É identificar o mal que existe em nós e no mundo e aceitar a palavra de Jesus que nos diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito” (Mt 11,28-29). É esta configuração com Cristo, enviado do Pai, que nos torna membros da Igreja e construtores de um mundo novo. Levantemos também nós os olhos para Aquele que foi trespassado pelo pecado da humanidade e peçamos diariamente: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso”

Reclusos foram batizados e crismados

No seguimento da atividade “Surfistas do Amor”, promovida pelos Samaritanos em abril, em consequência do desafio do Papa Francisco, no dia 6 de junho, o Espírito Santo voltou a so- prar no Estabelecimento Prisional de Jovens em Leiria.

Quatro jovens reclusos foram chamados pelo Senhor ao Batismo e ao Crisma, tornan- do-se veículos do Seu amor. Com coragem e um coração cheio de alegria, disseram “sim”. O Senhor olha para o coração das pessoas e não para as suas fragilidades, como dizia D. José Or- nelas na homilia: “Quem nunca pecou que atire a primeira pedra...”. O caminho destes jovens não foi fácil. Nestes meios, é preciso ter cora- gem para se afirmar como seguidor de Cristo. Apesar de alguns obstáculos encontrados, com a ajuda dos Samaritanos, estes jovens foram construindo o caminho para o Senhor. AReclusos foram batizados e crismados tarefa que recai sobre eles vai exigir muita fé e perse-

verança. É com os jovens que a ação da Igreja se rejuvenesce e dinamiza, mobilizando todos aqueles que desejam encontrar-se com o Se- nhor – o Caminho, a Verdade e a Vida. Cabe aos Samaritanos acompanhar, apoiar e ajudar estes jovens a cumprir o que prometeram.

Na sequência do reconhecimento da ação dos Samaritanos junto deles, um recluso agra- ciou-nos com uma oferta monetária que nos sensibilizou.

Somos uma Igreja em crescimento.

No fim da cerimónia, todos, desde as chefias do estabelecimento aos guardas prisionais, in- cluindo amigos, familiares e os Samaritanos, promoveram uma linda festa de convívio.

DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELA SANTIFICAÇÃO DOS SACERDOTES

Nota pastoral da Comissão episcopal vocações e ministérios

No dia 7 de junho, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, decorre o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Este ano, quando nos preparamos para o grande Jubileu de 2025, o Jubileu da Esperança. O Papa Francisco sugere-nos a centralidade da oração individual e comunitária “para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de O escutar e de O adorar”. Trata-se de uma atitude, não centrada sobre nós próprios, mas aberta a Deus e aos outros, através da oração que não nos fecha, mas que nos dispõe a acolher a surpresa e a novidade da Esperança de Deus que Se fez humano há 2025 anos.

Ao rezarmos pela santificação dos sacerdotes, avivamos a nossa vocação de cristãos em chave missionária. Fomos chamados não para nós próprios, não para os nossos amigos ou familiares, não para os nossos preferidos, mas para um serviço a todos. É esta visão que nos mantém próximos e pertença do povo a quem somos enviados. Não como superiores ou proprietários dos outros, mas como membros do mesmo rebanho, com quem caminhamos juntos e todos seguidores do Único Pastor, que é Jesus Cristo.

A santificação do sacerdote e do pastor passa muito por este sentido, de nos reconhecermos também como ovelhas pela graça batismal, que não nos afasta, mas que nos permite resistir às seguranças mundanas e à tentação do poder. Rezar aproxima-nos mais de Jesus, modelo de pastor e da santificação.

Comunidades, famílias, paróquias, rezemos todos pela santificação dos sacerdotes, pois estamos a rezar pela santificação de todo o rebanho. A oração há de ajudar-nos a permanecer no Senhor e a libertarmo-nos da tentação de perseguir obstinadamente os êxitos pastorais, uma vez que na vida de Jesus estes iam diminuindo à medida que Ele caminhava para a cruz, este sim, sinal universal da esperança que não engana. É na cruz que se renova a santidade e é da cruz que brota a força para seguirmos pelo caminho da santidade, que se alcança no dia a dia e não de uma vez para sempre. Esta é uma luta que nunca está vencida nesta terra. A esperança cristã, a fecundidade da Igreja e a vitalidade do sacerdócio vêm da cruz.

Estejamos todos perto da cruz de Jesus, o nosso Senhor, não para brilhar, mas para nos deixarmos incendiar pelo fogo do amor que sempre abre o caminho para a santidade.

 

+D. Vitorino José Pereira Soares,

Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios

ORAÇÃO

Senhor Jesus, nossa Esperança,
Dá-nos pastores que, primeiro, sejam cristãos.
Senhor Jesus, nossa Esperança,
Que os pastores que anseiam ser chamados pastores,
cumpram as suas funções de pastores.

Que os pastores digam coisas verdadeiras,
mas que não digam as suas coisas.

Que os pastores alimentem o rebanho,
antes de se alimentarem a si próprios.
Que os pastores fortaleçam as ovelhas mais fracas,
curem as mais doentes e procurem as mais afastadas.
Que os pastores não busquem o seu interesse, mas o teu.

Que os pastores estejam unidos ao único Pastor que és Tu
e assim haja uma só voz.

Que os pastores se deixem enamorar por Ti
e assim possam dar a vida pelo teu amor.
Senhor Jesus, nossa Esperança,
Que todos os pastores permaneçam abertos ao “mais” que Tu pedes
e assim sejam marca de santidade.
Ámen.

Conclusões do 5.º Congresso Eucarístico Nacional

De 31 de maio a 2 de junho de 2024, realizou-se em Braga, nos dias seguintes à Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Cristo, o 5.º Congresso Eucarístico Nacional (CEN) por ocasião dos 100 anos da sua primeira edição. Com o tema “Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»”, o congresso reuniu cerca de 1400 participantes, 4 cardeais e 30 bispos, estando representadas todas as dioceses portuguesas. 

Ao longo de três dias, além de conferências, painéis com testemunhos eworkshops, tiveram lugar relevantes momentos celebrativos e culturais: Eucaristia, adoração, laudes, vésperas, oração do terço, cantata eucarística, exposição e uma peregrinação a pé ao Santuário do Sameiro onde a Eucaristia de encerramento foi presidida pelo cardeal JoséTolentino de Mendonça, delegado do Papa Francisco ao 5.º CEN. 

Estes foram dias festivos em que a Igreja em Portugal se reuniu para refletir e rezar a centralidade da Eucaristia na vida dos crentes e amissão confiada a cada um que comunga o Corpo de Jesus, de ser esperança no mundo e para o mundo, numa época desafiante e de vertiginosas transformações. 

Em ano de oração convocado pelo Papa e em pleno processo sinodal, depois da JMJ Lisboa 2023 e antes do Jubileu de 2025 – “Peregrinos da Esperança” – saem deste congresso algumas linhas orientadoras para a Igreja em Portugal: 

1. Redescobrir que a centralidade eucarística vai para além do Domingo. A Eucaristia deve ser preparada e celebrada comoverdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado, evitando que seja apenas o cumprimento de um preceito. Para uma presença alegre, consciente, ativa e frutuosa da celebração urge uma mais cuidada formação litúrgica.

2. Manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística. Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal e envolver os leigos, confrarias do Santíssimo Sacramento, catequistas e demais agentes pastorais na dinamização dos momentos de adoração eucarística comunitária.

3. Procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia, integrando os jovens nesse processo de renovação e adequando a espiritualidade cristã aos ambientes digitais e ao mundo secularizado. 

4. Reforçar a Eucaristia como escola de fraternidade e sacramento de unidade. O encontro comunitário na celebração do Domingo ultrapassa todas as fronteiras. Ao partilhar o pão, na mesa do altar, tornamo-nos companheiros de caminho e somos chamados a criar comunhão. A Eucaristia convoca todos, está aberta a todos e não afasta ninguém.

5. Garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia. Quem participa, celebra e comunga tem de se sentir comprometido e impelido à missão. A Eucaristia celebrada na igreja tem de ser expressa para além das suas portas, através das respostas reais às necessidades concretas das pessoas, estendendo o seu abraço a todos, especialmente aos mais pobres, indefesos e os que estão afastados. 

6. Assumir a sinodalidade a partir da Eucaristia como lugar onde a Igreja se renova na comunhão, na participação e na missão.

7. Ser sinal de Esperança. O amor dos crentes à Eucaristia acreditada, celebrada, adorada e vivida consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo.

Ao realizar o 5.º Congresso Eucarístico Nacional fica também patente o desejo de uma periodicidade mais regular na sua realização, esperando que seja um contributo para a construção da paz, da esperança e um veemente apelo à promoção de uma ecologia integral.

Confiamos a Maria, Mãe da Esperança, os bons frutos deste Congresso para que a Igreja em Portugal seja cada vez mais eucarística, samaritanae mariana.

Braga, 2 de junho de 2024

Nota da Conferência Episcopal Portuguesa

Jubileu 2025: Celebrar o Ano de Oração

1. Em preparação da celebração do Jubileu 2025 sob o lema “Peregrinos de Esperança”, o Papa Francisco convocou toda a Igreja para viver o “Ano da oração” ao longo de 2024. O Dicastério para a Evangelização preparou oito “Apontamentos sobre a Oração” como apoio à vivência deste ano.

2. A Conferência Episcopal Portuguesa, em cooperação com as Edições Paulinas, a Agência Ecclesia e o Departamento de Comunicação do Patriarcado de Lisboa, vai divulgar os temas em oito fascículos, acompanhados de folhetos pedagógicos para ajudar à reflexão.

3. De maio a dezembro deste ano serão divulgados os temas com catequeses a partir das dioceses, cujo bispo fará a reflexão alusiva ao tema. Iniciaremos às 21 horas do dia 28 de maio, com a catequese proferida por D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa, sobre “Rezar hoje”. A catequese, que se vai realizar na Igreja de Santa Joana Princesa (Rua dos Lagares d’El-Rei, 1, Lisboa), pode ser acolhida presencialmente ou acompanhada por via digital através do canal Youtube da Agência Ecclesia.

4. Proximamente serão anunciadas as dioceses para as catequeses seguintes: “rezar com os Salmos (junho); a oração de Jesus (julho); rezar com os santos e pecadores (agosto); as parábolas da oração (setembro); A Igreja em oração (outubro); a oração de Maria e das santas que a encontraram (novembro); a oração que Jesus ensinou (dezembro).

Roma, 19 de maio de 2024, Solenidade do Pentecostes

Jubileu 2025

O que é o Jubileu

Jubileu” é o nome de um ano particular: parece derivar do instrumento que se usava para indicar o seu início; trata-se do yobel, o chifre do carneiro, cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur). Esta festa recorre a cada ano, mas assume um significado especial quando coincide com o início do ano jubilar. Encontramos uma primeira ideia disto na Bíblia: o ano jubilar tinha que ser convocada a cada 50 anos, já que era o ano “extra”, a mais, que se vivia cada sete semanas de anos (cf. Lv 25,8-13). Ainda que fosse difícil de realizar, foi proposto como ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.

Citando o profeta Isaías, o evangelho segundo Lucas descreve desta forma também a missão de Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19; cf. Is 61,1-2). Estas palavras de Jesus tornaram-se também ações de libertação e de conversão no quotidiano dos seus encontros e das suas relações.

Bonifácio VIII em 1300 proclamou o primeiro Jubileu, também chamado de “Ano Santo”, porque é um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma. A sua frequência mudou ao longo do tempo: no início era a cada 100 anos; passou para 50 anos em 1343 com Clemente VI e para 25 em 1470 com Paulo II. Também há jubileus “extraordinários”: por exemplo, em 1933 Pio XI quis recordar o aniversário da Redenção e em 2015 o Papa Francisco proclamou o Ano da Misericórdia. A forma de celebrar estes anos também foi diferente: na sua origem, fazia-se a visita às Basílicas romanas de São Pedro e São Paulo, portanto uma peregrinação, mais tarde foram-se acrescentando outros sinais, como a Porta Santa. Ao participar no Ano Santo, vive-se a indulgência plenária.


CARTA DO PAPA FRANCISCO
AO ARCEBISPO RINO FISICHELLA PELO JUBILEU 2025

Ao amado Irmão 

Arcebispo RINO FISICHELLA

Presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização

O Jubileu representou sempre na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde que Bonifácio VIII, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, a cinquentenária e por fim fixada de vinte e cinco em vinte e cinco anos –, o fiel e santo povo de Deus viveu esta celebração como um dom especial de graça, caraterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência, expressão plena da misericórdia de Deus. Os fiéis, frequentemente no final duma longa peregrinação, dessedentam-se no tesouro espiritual da Igreja atravessando a Porta Santa e venerando as relíquias dos Apóstolos Pedro e Paulo guardadas nas Basílicas romanas. Milhões e milhões de peregrinos, ao longo dos séculos, vieram até estes lugares sagrados dando vivo testemunho da fé de sempre.

O Grande Jubileu do ano 2000 introduziu a Igreja no terceiro milénio da sua história. Tanto o aguardou e desejou São João Paulo II, com a esperança de que todos os cristãos, superadas as divisões históricas, pudessem celebrar juntos os dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Agora aproxima-se a meta dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI, e somos chamados a realizar uma preparação que permita ao povo cristão viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral. Neste sentido, constituiu uma etapa significativa o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que nos permitiu redescobrir toda a força e ternura do amor misericordioso do Pai a fim de, por nossa vez, sermos testemunhas do mesmo.

Mas, nos últimos dois anos, não houve nação que não tenha sido transtornada pela inesperada epidemia que, além de nos ter feito tocar de perto o drama da morte na solidão, a incerteza e o caráter provisório da existência, modificou o nosso modo de viver. Como cristãos, sofremos juntamente com todos os irmãos e irmãs os mesmos sofrimentos e limitações. As nossas igrejas estiveram fechadas, bem como as escolas, as fábricas, os escritórios, as lojas e os locais dedicados ao tempo livre. Todos vimos algumas liberdades limitadas e a pandemia, além do sofrimento, por vezes suscitou no íntimo de nós mesmos a dúvida, o medo, a perplexidade. Os homens e mulheres de ciência encontraram, com grande celeridade, um primeiro remédio que permite regressar pouco a pouco à vida quotidiana. Temos plena confiança de que a epidemia possa ser superada e o mundo volte a ter os seus ritmos de relações pessoais e de vida social. Isto será conseguido mais facilmente se agirmos com solidariedade efetiva de modo que não sejam negligenciadas as populações mais carentes, mas se possa partilhar com todos quer as descobertas da ciência quer os medicamentos necessários.

Devemos manter acesa a chama da esperança que nos foi dada e fazer todo o possível para que cada um recupere a força e a certeza de olhar para o futuro com espírito aberto, coração confiante e mente clarividente. O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos de esperança. Entretanto tudo isto será possível se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos. Penso de modo especial nos inúmeros refugiados forçados a abandonar as suas terras. Que as vozes dos pobres sejam escutadas neste tempo de preparação para o Jubileu que, segundo o mandamento bíblico, restitui a cada um o acesso aos frutos da terra: «O que a terra produzir durante o seu descanso, servir-vos-á de alimento, a ti, ao teu escravo, à tua serva, ao teu jornaleiro e ao inquilino que vive contigo. Também o teu gado, assim como os animais selvagens da tua terra, poderão alimentar-se com todos esses frutos» (Lv 25, 6-7).

Por conseguinte, que a dimensão espiritual do Jubileu, que convida à conversão, se combine com estes aspetos fundamentais da vida social, de modo a constituir uma unidade coerente. Sentindo- nos todos peregrinos na terra onde o Senhor nos colocou para a cultivar e guardar (cf. Gn 2, 15), não nos desleixemos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum. Almejo que o próximo Ano Jubilar seja celebrado e vivido também com esta intenção. Com efeito, um número cada vez maior de pessoas, incluindo muitos jovens e adolescentes, reconhece que o cuidado da criação é expressão essencial da fé em Deus e da obediência à sua vontade.

Confio-te, amado Irmão, a responsabilidade de encontrar as formas adequadas para que o Ano Santo possa ser preparado e celebrado com fé intensa, esperança viva e caridade operosa. O Dicastério que promove a nova evangelização saberá fazer deste momento de graça uma etapa significativa na pastoral das Igrejas Particulares, latinas e orientais, que nestes anos são chamadas a intensificar o empenho sinodal. Nesta perspetiva, a peregrinação rumo ao Jubileu poderá reforçar e exprimir o caminho comum que a Igreja é chamada a empreender para ser, cada vez mais e melhor, sinal e instrumento de unidade na harmonia das diversidades. Será importante ajudar a redescobrir as exigências da vocação universal à participação responsável, valorizando os carismas e ministérios que o Espírito Santo não cessa jamais de conceder para a construção da única Igreja. As quatro Constituições do Concílio Ecuménico Vaticano II, juntamente com o magistério destes decénios, continuarão a orientar e guiar o santo povo de Deus, a fim de que progrida na missão de levar a todos o jubiloso anúncio do Evangelho.

Como é costume, a Bula de Promulgação, que será emanada no devido tempo, conterá as indicações necessárias para celebrar o Jubileu de 2025. Neste tempo de preparação, desde já me alegra pensar que se poderá dedicar o ano anterior ao evento jubilar, o 2024, a uma grande «sinfonia» de oração. Oração, em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, escutá-Lo e adorá-Lo. Oração, depois, para agradecer a Deus tantos dons do seu amor por nós e louvar a sua obra na criação, que a todos compromete no respeito e numa ação concreta e responsável em prol da sua salvaguarda. Oração, ainda, como voz de «um só coração e uma só alma» (cf. At 4, 32), que se traduz na solidariedade e partilha do pão quotidiano. Oração, além disso, que permita a cada homem e mulher deste mundo dirigir-se ao único Deus, para lhe expressar tudo o que traz no segredo do coração. E oração como via mestra para a santidade, que leva a viver a contemplação inclusive no meio da ação. Em suma, um ano intenso de oração, em que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do «Pai Nosso» – a oração que Jesus nos ensinou – o programa de vida de todos os seus discípulos.

Peço à Virgem Maria que acompanhe a Igreja no caminho de preparação para o acontecimento de graça que é o Jubileu e, agradecido, envio-te de coração, a ti e aos colaboradores, a minha Bênção.

Roma, São João de Latrão, na Memória de Nossa Senhora de Lurdes, 11 de fevereiro de 2022.


Francisco


Introdução do Papa Francisco aos subsídios sobre a oração

A oração é a respiração da fé, é a sua expressão mais própria. É uma espécie de grito silencioso que sai do coração de quem acredita e se entrega a Deus. Não é fácil encontrar palavras para exprimir este mistério. Quantas definições de oração podemos ir buscar aos Santos e aos Mestres de espiritualidade, como também às reflexões dos teólogos! Ainda assim, a oração pode ser descrita sempre e apenas na simplicidade de quem a vive. Além disso, o Senhor advertiu-nos que, quando rezamos, não devemos dizer muitas palavras, iludindo-nos que, por isso, seremos escutados. Ensinou-nos a preferir o silêncio e a confiar-nos ao Pai, que bem conhece as coisas de que precisamos, ainda antes de lhas pedirmos (cf. Mt 6,7-8).

O Jubileu Ordinário de 2025 está aí à porta. Como podemos preparar-nos para este acontecimento tão importante para a vida da Igreja, a não ser através da oração? O ano de 2023 foi destinado à redescoberta dos ensinamentos conciliares, sobretudo os que estão contidos nas quatro Constituições do Vaticano II. É uma maneira de mantermos viva esta herança que os Padres reunidos no Concílio quiseram depositar nas nossas mãos, para que, através da sua concretização, a Igreja pudesse rejuvenescer o seu rosto e anunciar a beleza da fé aos homens e às mulheres do nosso tempo, com uma linguagem adequada.

Agora é o momento de preparar o ano de 2024, que será totalmente dedicado à oração. Com efeito, no nosso tempo, vamos sentindo cada vez mais necessidade de uma verdadeira espiritualidade, capaz de responder às grandes questões com as quais nos vamos deparando todos os dias, provocados também por um cenário mundial que não é nada sereno: a crise ecológico-económico-social, agravada pela recente pandemia; as guerras, especialmente na Ucrânia, que semeiam morte, destruição e pobreza; a cultura da indiferença e do descarte, tende a sufocar as aspirações de paz e de solidariedade e a colocar Deus à margem da vida pessoal e social… Estes fenómenos concorrem para geral um clima pesado, que impede muitas pessoas de viver com alegria e serenidade. Precisamos, por isso, que a nossa oração suba com maior insistência até ao Pai, para que escute a voz de todos os que a Ele se dirigem, confiantes de que serão atendidos.

Este ano dedicado à oração não pretende de todo prejudicar as iniciativas que cada Igreja particular considerar que deve projetar para o seu empenho pastoral quotidiano. Pelo contrário, este ano remete para o fundamento sobre o qual os vários níveis pastorais deveriam ser elaborados e encontrar a sua consistência. É um tempo para, tanto a nível pessoal como sob a forma comunitária, poder encontrar de novo a alegria de rezar na variedade das formas e das expressões. Um tempo significativo para incrementar a certeza da nossa fé e a confiança na intercessão da Virgem Maria e dos Santos. Enfim, um ano para fazer a experiência de uma espécie de “escola de oração”, sem tomar como óbvio ou por descontado, sobretudo no que diz respeito à nossa maneira de rezar, mas fazendo nossas, cada dia, as palavras dos discípulos quando pediram a Jesus: «Senhor, ensina-nos a rezar» (Lc 11,1).

Neste ano somos convidados a tornar-nos mais humildes e a dar espaço à oração que brota do Espírito Santo. É Ele que sabe colocar nos nossos corações e nos nossos lábios as palavras adequadas para sermos escutados pelo Pai. A oração no Espírito Santo é aquela que nos une a Jesus e consente que adiramos à vontade do Pai. O Espírito é o Mestre interior que indica o caminho a percorrer; graças a Ele, até a oração de uma só pessoa pode tornar-se oração de toda a Igreja, e vice-versa. Só a oração segundo o Espírito Santo faz com que os cristãos se sintam unidos como família de Deus, o qual sabe reconhecer as exigências de cada um para as transformar em invocação e intercessão de todos.

Tenho a certeza, neste ano, que os bispos, os sacerdotes, os diáconos, os catequistas hão de encontrar as modalidades mais adequadas para situar a oração na base do anúncio de esperança que o Jubileu 2025 pretende ecoar neste tempo difícil. Para isso, será muito precioso o contributo das pessoas consagradas, particularmente das comunidades de vida contemplativa. Faço votos de que, em todos os Santuários do mundo, lugares privilegiados para a oração, se promova iniciativas para que cada peregrino encontre um oásis de serenidade e regresse com o coração o coração cheio de consolação. Que a oração pessoa e comunitária se torne incessante, sem interrupção, em conformidade com a vontade do Senhor Jesus (cf. Lc 18,1), para que o Reino de Deus se estenda e o Evangelho chegue a todas as pessoas que suplica por amor e perdão.

Para favorecer este ano da Oração, soram preparados alguns breves textos que, na simplicidade da sua linguagem, deverão ajudar a entrar nas várias dimensões da oração. Agradeço aos autores pelo seu contributo e, de bom grado, coloco nas vossas mãos estes “Apontamentos”, para que cada pessoa redescubra a beleza de se confiar ao Senhor com humildade e com alegria. E não se esqueçam de rezar também por mim.

Festa do Credo

No passado sábado, dia 18 de maio, as crianças do 6° ano da catequese da Paróquia da Marinha Grande, participaram da Festa do Credo, uma celebração linda e cheia de emoção.

Comemoraram o fim de um ciclo, a catequese da infância.

Assim, as crianças partem para a catequese da adolescência com um grande agradecimento à comunidade, aos catequistas, aos padres, aos colegas e aos pais por todo acompanhamento e ensinamento que lhes transmitiram.

Durante estes anos, pais e crianças foram presenteados com a caminhada de fé num Jesus Cristo próximo, amigo e que nunca deixa ninguém de fora, afinal, estamos todos incluídos no Seu amor, como parte do projeto de Deus para a Humanidade.