Neste evangelho temos presente o relato da Paixão segundo São Lucas, onde dois momentos aparentemente opostos se unem: a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e a Sua crucificação. No início, é aclamado como rei; no fim, sofre a maior humilhação. No entanto, estes acontecimentos não são contraditórios – são, antes, duas faces do mesmo amor.
Jesus não entra em Jerusalém como um rei poderoso que impõe a sua autoridade, mas como um rei humilde e pacífico, que vem para servir. O Seu trono não é de ouro, mas uma cruz, a Sua coroa não é de pedras preciosas, mas de espinhos. No entanto, é deste lugar de dor que Ele reina, oferecendo-nos o maior dom: O PERDÃO.
O Evangelho de Lucas destaca precisamente esta mensagem: Jesus é amor e misericórdia. E esse amor manifesta-se de forma clara nos momentos mais difíceis, especialmente na cruz. Ali, no sofrimento, Ele ensina-nos três lições fundamentais:
— Perdoar, mesmo quando somos injustiçados: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem» (Lc 23,34).
— Confiar que nunca é tarde para recomeçar: ao ladrão arrependido, Ele diz: «Hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43).
— Entregar a nossa vida nas mãos de Deus, com confiança absoluta: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23,46).
E que impacto têm estas palavras na nossa vida? Todos nós enfrentamos momentos de alegria e momentos de dor. Há dias em que nos sentimos aclamados e outros em que carregamos a nossa própria cruz. A grande questão é: como reagimos? Guardamos rancor ou escolhemos perdoar? Fechamo-nos no nosso sofrimento ou acreditamos que Deus nos ampara?
Perdoar pode ser difícil, mas quem experimenta o amor de Jesus descobre que o perdão liberta. Olhar os outros com ternura, sem ressentimentos, é um desafio, mas é também o caminho para a paz interior. Como dizia São Francisco no seu Cântico das Criaturas: «Louvado sejas, Senhor, por aqueles que perdoam pelo Teu amor».
Que esta lição da cruz nos ajude a viver o dia a dia com mais amor, mais misericórdia e mais perdão.
9º ano da catequese de Casal de Malta