FESTA DA LUZ

No passado sábado dia 13 de janeiro a celebração da Eucaristia das 19h foi especial. As crianças e familias que frequentam o terceiro ano da catequese nos 3 centros de catequese: Casal do malta, Marinha Grande e Picassinos juntaram-se para celebrar a Festa da Luz.

Foi uma celebração muito simples mas cheia de simbolismo e de muito calor humano, que nos fez reviver o nosso Batismo.  As velas do batismo que cada criança trouxe ajudaram a relembrar a importância daquela luz pequenina que queremos deixar brilhar na nossa vida. Como relembrava na celebração o P. Patricio é uma luz pequenina, frágil mas que tem muita força . Aquela vela que desde o batismo estava fechada numa caixa se calhar deveria estar mais presente, fisicamente, nas familias, para nos relembrarmos que apesar das nossas fragilidades humanas temos a força da vida de Cristo ressuscitado que nunca se apaga, desde que nós não deixemos e tenhamos vontade de nos deixar iluminar e guiar por Ele.

A celebração teve inicio com as luzes da igreja quase todas apagadas, precisamente para podermos fazer esta experiência da passagem da escuridão para a luz .

“A celebração sem luz, fez-me lembrar das dificuldades que já tive que muitas vezes são provas, senti-me sozinha...mas quando vi o Padre Patrício  [pegar no cirio pascal] e acender vela por vela e nós acendermos outras, lembrei-me das pessoas que apareceram na minha vida e que iluminaram o meu coração. Tantas velas numa só luz, luz divina que representa Jesus no nosso coração e esta conexão é um  todo” (Rute Luís, mãe)

Esta festa foi um momento para recordarmos o nosso batismo, mas também para que as crianças e familias do terceiro ano continuem a percorrer um caminho com verdadeiro sentido para a grande festa que estão a preparar para participar, pela Comunhão, no alimento da Eucaristia que irão viver pela primeira vez no decurso deste ano.

Um agradecimento muito especial a todos os que participaram na celebração e a todos os que participaram para que o mesmo acontecesse: aos pais e familias, aos catequistas ao coro, à comissão da Igreja e aos nossos Padres.

Esta luz pequenina, vou deixá-la brilhar (…)Onde quer que eu vá, vou deixá-la brilhar. (…) Bem dentro de mim, vou deixá-la brilhar.

Que ela brilhe sempre nas nossas vidas. Que não a deixemos apagar e que o nosso testemunho de cristãos a leve de mão em mão, de coração em coração, a brilhar pelo mundo.

Viviana Cordeiro

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA PAZ

1º DE JANEIRO DE 2024

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E PAZ

No início do novo ano, tempo de graça concedido pelo Senhor a cada um de nós, quero dirigir-me ao Povo de Deus, às nações, aos Chefes de Estado e de Governo, aos Representantes das diversas religiões e da sociedade civil, a todos os homens e mulheres do nosso tempo para lhes expressar os meus votos de paz.

1. O progresso da ciência e da tecnologia como caminho para a paz

A Sagrada Escritura atesta que Deus deu aos homens o seu Espírito a fim de terem «sabedoria, inteligência e capacidade para toda a espécie de trabalho» (Ex 35, 31). A inteligência é expressão da dignidade que nos foi dada pelo Criador, que nos fez à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26) e nos tornou capazes, através da liberdade e do conhecimento, de responder ao seu amor. Esta qualidade fundamentalmente relacional da inteligência humana manifesta-se de modo particular na ciência e na tecnologia, que são produtos extraordinários do seu potencial criativo.

Na Constituição pastoral Gaudium et spes, o Concílio Vaticano II reafirmou esta verdade, declarando que «sempre o homem procurou, com o seu trabalho e engenho, desenvolver mais a própria vida». [1] Quando os seres humanos, «recorrendo à técnica», se esforçam por que a terra «se torne habitação digna para toda a humanidade», [2] agem segundo o desígnio divino e cooperam com a vontade que Deus tem de levar à perfeição a criação e difundir a paz entre os povos. Assim o próprio progresso da ciência e da técnica – na medida em que contribui para uma melhor organização da sociedade humana, para o aumento da liberdade e da comunhão fraterna – leva ao aperfeiçoamento do homem e à transformação do mundo.

Justamente nos alegramos e sentimos reconhecidos pelas extraordinárias conquistas da ciência e da tecnologia, graças às quais se pôs remédio a inúmeros males que afligiam a vida humana e causavam grandes sofrimentos. Ao mesmo tempo, os progressos técnico-científicos, que permitem exercer um controle – até agora inédito – sobre a realidade, colocam nas mãos do homem um vasto leque de possibilidades, algumas das quais podem constituir um risco para a sobrevivência humana e um perigo para a casa comum. [3]

Deste modo os progressos notáveis das novas tecnologias da informação, sobretudo na esfera digital, apresentam oportunidades entusiasmantes mas também graves riscos, com sérias implicações na prossecução da justiça e da harmonia entre os povos. Por isso torna-se necessário interrogar-nos sobre algumas questões urgentes: quais serão as consequências, a médio e longo prazo, das novas tecnologias digitais? E que impacto terão elas sobre a vida dos indivíduos e da sociedade, sobre a estabilidade e a paz?

2. O futuro da inteligência artificial, por entre promessas e riscos

Os progressos da informática e o desenvolvimento das tecnologias digitais, nas últimas décadas, começaram já a produzir profundas transformações na sociedade global e nas suas dinâmicas. Os novos instrumentos digitais estão a mudar a fisionomia das comunicações, da administração pública, da instrução, do consumo, dos intercâmbios pessoais e de inúmeros outros aspetos da vida diária.

Além disso as tecnologias que se servem duma multiplicidade de algoritmos podem, dos vestígios digitais deixados na internet, extrair dados que permitem controlar os hábitos mentais e relacionais das pessoas para fins comerciais ou políticos, muitas vezes sem o seu conhecimento, limitando o exercício consciente da sua liberdade de escolha. De facto, num espaço como a webcaraterizado por uma sobrecarga de informações, pode-se compor o fluxo de dados segundo critérios de seleção nem sempre enxergados pelo utente.

Devemos recordar-nos de que a pesquisa científica e as inovações tecnológicas não estão desencarnadas da realidade nem são «neutrais», [4] mas estão sujeitas às influências culturais. Sendo atividades plenamente humanas, os rumos que tomam refletem opções condicionadas pelos valores pessoais, sociais e culturais de cada época. E o mesmo se diga dos resultados que alcançam: enquanto fruto de abordagens especificamente humanas do mundo envolvente, têm sempre uma dimensão ética, intimamente ligada às decisões de quem projeta a experimentação e orienta a produção para objetivos particulares.

Isto aplica-se também às formas de inteligência artificial. Desta, até ao momento, não existe uma definição unívoca no mundo da ciência e da tecnologia. A própria designação, que já entrou na linguagem comum, abrange uma variedade de ciências, teorias e técnicas destinadas a fazer com que as máquinas, no seu funcionamento, reproduzam ou imitem as capacidades cognitivas dos seres humanos. Falar de «formas de inteligência», no plural, pode ajudar sobretudo a assinalar o fosso intransponível existente entre estes sistemas, por mais surpreendentes e poderosos que sejam, e a pessoa humana: em última análise, aqueles são «fragmentários» já que têm possibilidades de imitar ou reproduzir apenas algumas funções da inteligência humana. Além disso o uso do plural destaca que tais dispositivos, muito diferentes entre si, devem ser sempre considerados como «sistemas sociotécnicos». Com efeito o seu impacto, independentemente da tecnologia de base, depende não só da projetação, mas também dos objetivos e interesses de quem os possui e de quem os desenvolve, bem como das situações em que são utilizados.

Por conseguinte a inteligência artificial deve ser entendida como uma galáxia de realidades diversas e não podemos presumir a priori que o seu desenvolvimento traga um contributo benéfico para o futuro da humanidade e para a paz entre os povos. O resultado positivo só será possível se nos demonstrarmos capazes de agir de maneira responsável e respeitar valores humanos fundamentais como «a inclusão, a transparência, a segurança, a equidade, a privacidade e a fiabilidade». [5]

E não é suficiente presumir, por parte de quem projeta algoritmos e tecnologias digitais, um empenho por agir de modo ético e responsável. É preciso reforçar ou, se necessário, instituir organismos encarregados de examinar as questões éticas emergentes e tutelar os direitos de quantos utilizam formas de inteligência artificial ou são influenciados por ela. [6]

Assim, a imensa expansão da tecnologia deve ser acompanhada por uma adequada formação da responsabilidade pelo seu desenvolvimento. A liberdade e a convivência pacífica ficam ameaçadas, quando os seres humanos cedem à tentação do egoísmo, do interesse próprio, da ânsia de lucro e da sede de poder. Por isso temos o dever de alargar o olhar e orientar a pesquisa técnico-científica para a prossecução da paz e do bem comum, ao serviço do desenvolvimento integral do homem e da comunidade. [7]

A dignidade intrínseca de cada pessoa e a fraternidade que nos une como membros da única família humana devem estar na base do desenvolvimento de novas tecnologias e servir como critérios indiscutíveis para as avaliar antes da sua utilização, para que o progresso digital possa verificar-se no respeito pela justiça e contribuir para a causa da paz. Os avanços tecnológicos que não conduzem a uma melhoria da qualidade de vida da humanidade inteira, antes pelo contrário agravam as desigualdades e os conflitos, nunca poderão ser considerados um verdadeiro progresso. [8]

A inteligência artificial tornar-se-á cada vez mais importante. Os desafios que coloca não são apenas de ordem técnica, mas também antropológica, educacional, social e política. Deixa esperar, por exemplo, poupança de esforços, produção mais eficiente, transportes mais fáceis e mercados mais dinâmicos, bem como uma revolução nos processos de recolha, organização e verificação de dados. Precisamos de estar conscientes das rápidas transformações em curso e geri-las de forma a salvaguardar os direitos humanos fundamentais, respeitando as instituições e as leis que promovem o progresso humano integral. A inteligência artificial deveria estar ao serviço dum melhor potencial humano e das nossas mais altas aspirações, e não em competição com eles.

3. A tecnologia do futuro: máquinas que aprendem sozinhas

Nas suas múltiplas formas, a inteligência artificial, baseada em técnicas de aprendizagem automática (machine learning), embora ainda numa fase pioneira, já está a introduzir mudanças notáveis no tecido das sociedades, exercendo uma influência profunda nas culturas, nos comportamentos sociais e na construção da paz.

Desenvolvimentos como a aprendizagem automática (machine learning) ou a aprendizagem profunda (deep learning) levantam questões que transcendem os âmbitos da tecnologia e da engenharia e têm a ver com uma compreensão intimamente ligada ao significado da vida humana, aos processos basilares do conhecimento e à capacidade que tem a mente de alcançar a verdade.

A capacidade de alguns dispositivos produzirem textos sintática e semanticamente coerentes, por exemplo, não é garantia de fiabilidade. Diz-se que podem «alucinar», isto é, gerar afirmações que à primeira vista parecem plausíveis, mas na realidade são infundadas ou preconceituosas. Isto coloca um sério problema quando a inteligência artificial é utilizada em campanhas de desinformação que espalham notícias falsas e levam a uma desconfiança crescente relativamente aos meios de comunicação. A confidencialidade, a posse dos dados e a propriedade intelectual são outros âmbitos em que as tecnologias em questão comportam graves riscos, aos quais se vêm juntar outras consequências negativas ligadas a um uso indevido, como a discriminação, a interferência nos processos eleitorais, a formação duma sociedade que vigia e controla as pessoas, a exclusão digital e a exacerbação dum individualismo cada vez mais desligado da coletividade. Todos estes fatores correm o risco de alimentar os conflitos e obstaculizar a paz.

4. O sentido do limite, no paradigma tecnocrático

O nosso mundo é demasiado vasto, variado e complexo para ser completamente conhecido e classificado. A mente humana nunca poderá esgotar a sua riqueza, nem sequer com a ajuda dos algoritmos mais avançados. De facto, estes não oferecem previsões garantidas do futuro, mas apenas aproximações estatísticas. Nem tudo pode ser previsto, nem tudo pode ser calculado; no fim de contas, «a realidade é superior à ideia» [9] e, por mais prodigiosa que seja a nossa capacidade de calcular, haverá sempre um resíduo inacessível que escapa a qualquer tentativa de quantificação.

Além disso, a grande quantidade de dados analisados pelas inteligências artificiais não é, por si só, garantia de imparcialidade. Quando os algoritmos extrapolam informações, correm sempre o risco de as distorcer, replicando as injustiças e os preconceitos dos ambientes onde têm origem. Quanto mais rápidos e complexos eles se tornam, mais difícil é compreender por que produziram um determinado resultado.

As máquinas inteligentes podem desempenhar as tarefas que lhes são atribuídas com uma eficiência cada vez maior, mas a finalidade e o significado das suas operações continuarão a ser determinados ou capacitados por seres humanos com o seu próprio universo de valores. O risco é que os critérios subjacentes a certas escolhas se tornem menos claros, que a responsabilidade de decisão seja ocultada e que os produtores possam subtrair-se à obrigação de agir para o bem da comunidade. Em certo sentido, isto é favorecido pelo sistema tecnocrático, que alia a economia à tecnologia e privilegia o critério da eficiência, tendendo a ignorar tudo o que não esteja ligado aos seus interesses imediatos. [10]

Isto deve fazer-nos refletir sobre um aspeto transcurado frequentemente na atual mentalidade tecnocrática e eficientista, mas decisivo para o desenvolvimento pessoal e social: o «sentido do limite». Com efeito o ser humano, mortal por definição, pensando em ultrapassar todo o limite mediante a técnica, corre o risco, na obsessão de querer controlar tudo, de perder o controle sobre si mesmo; na busca duma liberdade absoluta, de cair na espiral duma ditadura tecnológica. Reconhecer e aceitar o próprio limite de criatura é condição indispensável para que o homem alcance ou, melhor, acolha a plenitude como uma dádiva; ao passo que, no contexto ideológico dum paradigma tecnocrático animado por uma prometeica presunção de autossuficiência, as desigualdades poderiam crescer sem medida, e o conhecimento e a riqueza acumular-se nas mãos de poucos, com graves riscos para as sociedades democráticas e uma coexistência pacífica. [11]

5. Temas quentes para a ética

No futuro, a fiabilidade de quem solicita um mútuo, a idoneidade dum indivíduo para determinado emprego, a possibilidade de reincidência dum condenado ou o direito a receber asilo político ou assistência social poderão ser determinados por sistemas de inteligência artificial. A falta de níveis diversificados de mediação que tais sistemas introduzem está particularmente exposta a formas de preconceito e discriminação: os erros do sistema podem multiplicar-se facilmente, gerando não só injustiças em casos individuais, mas também, por efeito dominó, verdadeiras formas de desigualdade social.

Além disso, por vezes, as formas de inteligência artificial parecem capazes de influenciar as decisões dos indivíduos através de opções predeterminadas associadas a estímulos e dissuasões, ou então através de sistemas de regulação das opções pessoais baseados na organização das informações. Estas formas de manipulação ou controle social requerem atenção e vigilância cuidadosas, implicando uma clara responsabilidade legal por parte dos produtores, de quem os contrata e das autoridades governamentais.

O ato de se confiar a processos automáticos que dispõem os indivíduos por categorias, por exemplo, através dum uso invasivo da vigilância ou da adoção de sistemas de crédito social, poderia ter repercussões profundas também no tecido civil, estabelecendo classificações inadequadas entre os cidadãos. E estes processos artificiais de classificação poderiam levar também a conflitos de poder, envolvendo não apenas destinatários virtuais, mas também pessoas de carne e osso. O respeito fundamental pela dignidade humana requer a rejeição de que a unicidade da pessoa seja identificada com um conjunto de dados. Não se deve permitir que os algoritmos determinem o modo como entendemos os direitos humanos, ponham de lado os valores essenciais da compaixão, da misericórdia e do perdão, ou eliminem a possibilidade de um indivíduo mudar e deixar para trás o passado.

Neste contexto, não podemos deixar de considerar o impacto das novas tecnologias no âmbito laboral: trabalhos, que outrora eram prerrogativa exclusiva da mão-de-obra humana, acabam rapidamente absorvidos pelas aplicações industriais da inteligência artificial. Também neste caso, há substancialmente o risco duma vantagem desproporcionada para poucos à custa do empobrecimento de muitos.  A Comunidade Internacional, ao ver como tais formas de tecnologia penetram cada vez mais profundamente nos locais de trabalho, deveria considerar como alta prioridade o respeito pela dignidade dos trabalhadores e a importância do emprego para o bem-estar económico das pessoas, das famílias e das sociedades, a estabilidade dos empregos e a equidade dos salários.

6. Transformaremos as espadas em relhas de arado?

Nestes dias, contemplando o mundo que nos rodeia, não se pode ignorar as graves questões éticas relacionadas com o setor dos armamentos. A possibilidade de efetuar operações militares através de sistemas de controle remoto levou a uma perceção menor da devastação por eles causada e da responsabilidade da sua utilização, contribuindo para uma abordagem ainda mais fria e destacada da imensa tragédia da guerra. A pesquisa sobre as tecnologias emergentes no setor dos chamados «sistemas de armas letais autónomas», incluindo a utilização bélica da inteligência artificial, é um grave motivo de preocupação ética. Os sistemas de armas autónomos nunca poderão ser sujeitos moralmente responsáveis: a exclusiva capacidade humana de julgamento moral e de decisão ética é mais do que um conjunto complexo de algoritmos, e tal capacidade não pode ser reduzida à programação duma máquina que, por mais «inteligente» que seja, permanece sempre uma máquina. Por esta razão, é imperioso garantir uma supervisão humana adequada, significativa e coerente dos sistemas de armas.

Também não podemos ignorar a possibilidade de armas sofisticadas caírem em mãos erradas, facilitando, por exemplo, ataques terroristas ou intervenções visando desestabilizar instituições legítimas de Governo. Em resumo, o mundo não precisa realmente que as novas tecnologias contribuam para o iníquo desenvolvimento do mercado e do comércio das armas, promovendo a loucura da guerra. Ao fazê-lo, não só a inteligência, mas também o próprio coração do homem, correrá o risco de se tornar cada vez mais «artificial». As aplicações técnicas mais avançadas não devem ser utilizadas para facilitar a resolução violenta dos conflitos, mas para pavimentar os caminhos da paz.

Numa ótica mais positiva, se a inteligência artificial fosse utilizada para promover o desenvolvimento humano integral, poderia introduzir inovações importantes na agricultura, na instrução e na cultura, uma melhoria do nível de vida de inteiras nações e povos, o crescimento da fraternidade humana e da amizade social. Em última análise, a forma como a utilizamos para incluir os últimos, isto é, os irmãos e irmãs mais frágeis e necessitados, é a medida reveladora da nossa humanidade.

Um olhar humano e o desejo dum futuro melhor para o nosso mundo levam à necessidade dum diálogo interdisciplinar voltado para um desenvolvimento ético dos algoritmos – a algor-etica -, em que sejam os valores a orientar os percursos das novas tecnologias. [12] As questões éticas deveriam ser tidas em consideração desde o início da pesquisa, bem como nas fases de experimentação, projetação, produção, distribuição e comercialização. Esta é a abordagem da ética da projetação, na qual as instituições educativas e os responsáveis pelo processo de decisão têm um papel essencial a desempenhar.

7. Desafios para a educação

O desenvolvimento duma tecnologia que respeite e sirva a dignidade humana tem implicações claras para as instituições educativas e para o mundo da cultura. Ao multiplicar as possibilidades de comunicação, as tecnologias digitais permitiram encontrar-se de novas formas. Todavia continua a ser necessária uma reflexão contínua sobre o tipo de relações para onde nos estão encaminhando. Os jovens estão a crescer em ambientes culturais impregnados de tecnologia, o que não pode deixar de pôr em causa os métodos de ensino e formação.

A educação para o uso de formas de inteligência artificial deveria visar sobretudo a promoção do pensamento crítico. É necessário que os utentes das várias idades, mas principalmente os jovens, desenvolvam uma capacidade de discernimento no uso de dados e conteúdos recolhidos na web ou produzidos por sistemas de inteligência artificial. As escolas, as universidades e as sociedades científicas são chamadas a ajudar os estudantes e profissionais a assumir os aspetos sociais e éticos do progresso e da utilização da tecnologia.

A formação no uso dos novos instrumentos de comunicação deveria ter em conta não só a desinformação, as notícias falsas, mas também a recrudescência preocupante de «medos ancestrais (...) que souberam esconder-se e revigorar-se por detrás das novas tecnologias». [13] Infelizmente, encontramo-nos mais uma vez a combater «a tentação de fazer uma cultura dos muros, de erguer os muros (…), para impedir este encontro com outras culturas, com outras pessoas» [14] e o desenvolvimento duma coexistência pacífica e fraterna.

8. Desafios para o desenvolvimento do direito internacional

O alcance global da inteligência artificial deixa claro que, juntamente com a responsabilidade dos Estados soberanos de regular a sua utilização internamente, as Organizações Internacionais podem desempenhar um papel decisivo na obtenção de acordos multilaterais e na coordenação da sua aplicação e implementação. [15] A este respeito, exorto a Comunidade das Nações a trabalhar unida para adotar um tratado internacional vinculativo, que regule o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial nas suas variadas formas. Naturalmente o objetivo da regulamentação não deveria ser apenas a prevenção de más aplicações, mas também o incentivo às boas aplicações, estimulando abordagens novas e criativas e facilitando iniciativas pessoais e coletivas. [16]

Em última análise, na busca de modelos normativos que possam fornecer uma orientação ética aos criadores de tecnologias digitais, é indispensável identificar os valores humanos que deveriam estar na base dos esforços das sociedades para formular, adotar e aplicar os quadros legislativos necessários. O trabalho de elaboração de diretrizes éticas para a produção de formas de inteligência artificial não pode prescindir da consideração de questões mais profundas relativas ao significado da existência humana, à proteção dos direitos humanos fundamentais, à busca da justiça e da paz. Este processo de discernimento ético e jurídico pode revelar-se preciosa ocasião para uma reflexão compartilhada sobre o papel que a tecnologia deveria ter na nossa vida individual e comunitária e sobre a forma como a sua utilização possa contribuir para a criação dum mundo mais equitativo e humano. Por este motivo, nos debates sobre a regulamentação da inteligência artificial, dever-se-ia ter em conta as vozes de todas as partes interessadas, incluindo os pobres, os marginalizados e outros que muitas vezes permanecem ignorados nos processos de decisão globais.

* * *

Espero que esta reflexão encoraje a fazer com que os progressos no desenvolvimento de formas de inteligência artificial sirvam, em última análise, a causa da fraternidade humana e da paz. Não é responsabilidade de poucos, mas da família humana inteira. De facto, a paz é fruto de relações que reconhecem e acolhem o outro na sua dignidade inalienável, e de cooperação e compromisso na busca do desenvolvimento integral de todas as pessoas e de todos os povos.

No início do novo ano, a minha oração é que o rápido desenvolvimento de formas de inteligência artificial não aumente as já demasiadas desigualdades e injustiças presentes no mundo, mas contribua para pôr fim às guerras e conflitos e para aliviar muitas formas de sofrimento que afligem a família humana. Possam os fiéis cristãos, os crentes das várias religiões e os homens e mulheres de boa vontade colaborar harmoniosamente para aproveitar as oportunidades e enfrentar os desafios colocados pela revolução digital, e entregar às gerações futuras um mundo mais solidário, justo e pacífico.

Vaticano, 8 de dezembro de 2023.

Francisco

 

 

[1]N. 33.

[2] Ibid., 57.

[3]Cf. Francisco, Carta enc. Laudato si’ (24/V/2015), 104.

[4]Cf. ibid., 114.

[5]Francisco,  Discurso aos participantes no Encontro dos «Minerva Dialogues» (27/III/2023).

[6]Cf. ibid.

[7]Cf. Francisco, Mensagem ao Presidente Executivo do «World Economic Forum» em Davos-Klosters (12/I/2018).

[8]Cf. Carta enc. Laudato si’, 194; Francisco,  Discurso aos participantes no Seminário «O bem comum na era digital» (27/IX/2019).

[9]Francisco,Exort. ap. Evangelii gaudium (24/XI/2013), 233.

[10]Cf. Carta enc. Laudato si’, 54.

[11]Cf. Francisco, Discurso aos participantes na Plenária da Pontifícia Academia em prol da Vida (28/II/2020).

[12]Cf. ibid.

[13]Francisco, Carta enc. Fratelli tutti (03/X/2020), 27.

[14]Cf. ibid.

[15]Cf. ibid., 170-175.

[16]Cf. Carta enc. Laudato si’, 177.

SERVIÇO DE ESCUTA E ATENDIMENTO ESPIRITUAL

Os padres ao serviço da nossa vigararia da Marinha Grande, após o apelo de muitas pessoas, sentem a necessidade pastoral de dedicarem tempo necessário para atendimento e acompanhamento espiritual quem precise e deseje tê-lo.

Temos consciência e acreditamos que com ajuda será mais fácil discernir os sinais da vontade de Deus. Vamos ter um espaço com horários definidos e num lugar preparado para o atendimento de quem sinta necessidade de partilhar preocupações, dúvidas… no sentido de melhor discernir a vontade de Deus.

Será às quintas feiras das 18h às 20h num anexo da igreja da Moita que estará semanalmente um padre para este serviço de atendimento e acompanhamento espiritual.

Para os interessados em melhor perceber este serviço ou pretendam dele usufruir podem levar um desdobrável que está em todas as igrejas com as explicações e pormenores de funcionamento. 

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz;
para aqueles que habitavam na sombra da morte,
uma luz começou a brilhar”
(Is 9,27).

Esta frase do profeta Isaías que abre a celebração da noite do Natal, continua a iluminar, ano após ano, a vida de uma grande multidão de pessoas, famílias e comunidades. No ambiente histórico desta solene proclamação do profeta, a alusão às “trevas” e “sombra da morte” não são simples figuras poéticas da escuridão, mas alusões dramáticas à destruição, ao luto e à miséria causada pela guerra, com o seu séquito de violência e destruição, de fome e morte.

Apesar de tudo isso, o profeta teima em anunciar uma mudança de cenário, propondo, em nome de Deus, uma conversão de mentalidades, com atitudes transformadoras e geradoras de um futuro diferente de luz e ternura, de justiça e paz.

A leitura deste e de outros textos do Profeta Isaías, não está longe do cenário em que hoje se encontra a humanidade, a começar pela própria Palestina, onde nasceram estes versos. A semelhança é evidente; apenas difere pelo monstruoso incremento do poder destruidor da indústria letal da guerra de que dispõem hoje o mundo. Além desta guerra na Palestina, outros cenários de conflito e destruição ensombram igualmente o panorama mundial, na Ucrânia, no Iémen, no Sudão e em tantos outros conflitos violentos, terrorismo, discriminação e injustiça, pondo em causa a vida de pessoas e famílias, onde se contam milhares de inocentes crianças e pessoas fragilizadas.

Estas situações, a que se juntam a corrupção e a manipulação de informação e de poder, levam ao descrédito das instituições públicas, a nível nacional e internacional, dando lugar a atitudes de resignação e apatia individualista, bem como ao radicalismo da violência armada ou do desvario manipulador e populista de ocasião. Mas, essas saídas para fora do campo sério do jogo transformador da história não remedeiam os problemas e não criam horizontes de paz duradoura fundada na dignidade, na justiça e na solidariedade, onde possam florescer a luz e o futuro de que fala o profeta.

Há dois milénios e meio que a voz do profeta continua a despertar os adormecidos no comodismo ou na apatia e vem semeando uma Palavra e um sonho de Deus para a humanidade. Não foi inútil esta Palavra poética e profética. Muitos deixaram-se transformar pela profecia e pelo Espírito que a inspira, sonharam o sonho de Deus e levantaram-se do medo, do desânimo e da apatia. Percorreram desertos de descrença e de ausência de meios, contagiaram outros e atravessaram rios de dificuldades e perigos, reconstruiram ruínas, recuperaram campos e pomares, construíram cidades de dignidade e solidariedade e afirmaram a possibilidade de um futuro melhor.

É a essa atitude concreta e transformadora que nos chama o Natal. O otimismo, o sonho criador de futuro, a luz que aquece o coração e move à ação, não são o resultado de tempos fáceis que favorecem visões otimistas e cómodas do amanhã. Sonhar e partilhar o sonho de Deus é particularmente importante e criador, nas situações difíceis e desafiadoras em que vivemos. A luz é particularmente preciosa onde há trevas, o consolo onde existem lágrimas, a reconciliação e a paz onde existem conflitos e guerras.

Hoje, neste Natal, é a nossa vez de nos levantar, de acender a luz da esperança possível, de vencer os desertos da incredulidade e da comodidade, de participar ativamente na construção de um mundo, mais humano, mais justo e em paz, mesmo a custo das distâncias a percorrer, das dificuldades e medos a vencer, das manipulações e derrotismos a superar. Porque há muitas armas de guerra a transformar em foices e arados; muito troar de canhões, tanques e aviões a substituir por canções de paz e solidariedade; palavras e atitudes de ódio, discriminação e exclusão a transformar em gestos de acolhimento, integração e solidariedade.

A profecia de Isaías apresenta-nos um dom e um caminho para a transformação que o Natal nos propõe: “Porque um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado”. Não há nada de mais contrário ao choro de um recém-nascido que pede tranquilidade, atenção e cuidado, do que o estrondo das armas, a destruição dos meios de vida, os discursos de ódio e de exclusão. No centro do sonho de Isaías, a promessa do menino gera alegria, ternura e esperança, mas propõe-se igualmente como propósito de acolhimento, cuidado atento e amor.

Foi assim que surgiu o Menino, o Filho de Deus, confiado ao cuidado de Maria e José, ao qual deram o nome de Jesus, que significa Salvador. Ele veio para salvar e cuidar, a começar dos mais pequenos e frágeis, mas oferece-se, antes de mais, como um menino, um filho humano, que pede acolhimento, cuidado, atenção e carinho. Porque, acolhendo e cuidando, tornamo-nos melhores, mais humanos e entendemos a realidade concreta do projeto de Deus para transformar o mundo, não destruindo e amedrontado, mas cuidando e acarinhando.

Este é o espírito e a atitude do Natal que celebramos. Não vale apenas um dia, mas é uma atitude de vida, um projeto de família, de Igreja e de humanidade. Transformou a vida de Maria e de José, moveu a solidariedade de habitantes de Belém que acolheram uma família de refugiados, contagiou os pastores mais próximos, de vida sofrida e rude, pôs a caminho sábios magos do Oriente longínquo. Foi para todos eles que soou e se espalhou na terra, o coro dos anjos vindos do céu, que cantavam: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Ele ama”.

Continuemos a tornar realidade o Natal, fazendo ecoar, com a nossa voz, o canto dos anjos e, com as nossas atitudes transformadas, aquilo que cantamos.

Feliz Natal, na Alegria e na Esperança que o Menino de Belém nos vem trazer

† José Ornelas Carvalho
Bispo de Leiria-Fátima

O meu nome é Vanessa

Após o rescaldo e retrospeção do que foi o dia 26 de novembro, em que os jovens e alguns adultos da Marinha Grande receberam o Sacramento do Crisma, numa celebração muito emocionante, partilhamos aqui o testemunho de uma das nossas crismandas adultas.

“Olá, o meu nome é Vanessa! Fui crismada no Domingo, como muitos de vocês, mas eu tenho 31 anos. Foi um pouco fora de tempo…

Quando tinha 13 anos, tomei a decisão de desistir da catequese - admiro todos vós que aos 15 ou 16 anos conseguiram ter a consciência e tomada de decisão de se manterem firmes ao compromisso que fizeram convosco mesmos e com Deus; para outros terá sido uma obrigação, mas com isso digo já que não concordo.

Os meus pais aceitaram a minha decisão e disseram que se era para ir contrariada, era melhor não ir.
“Na igreja é para se estar inteiro e não com a cabeça noutro lugar”, disse senhora minha mãe. O que é para ser nosso, um dia será. Assim foi!

Há um ano e pouco, iniciei o Percurso Alpha, a edição  20.
Primeiro porque me convidaram para ser Madrinha de uma criança, mas depois foi muito mais que isso…
No Percurso Alpha conheci pessoas incríveis que me mostraram maneiras diferentes de ver a vida cristã. Explicaram-me temas de uma forma leve e descontraída e muitas vezes a cantar, comi bem e a companhia era boa. Fiz um fim de semana em Fátima que me fez dar abraços a pessoas que não conhecia de lado nenhum e isso mudou a minha maneira de O abraçar.

Hoje sei que a igreja também são as pessoas. A comunidade que nos acolhe e nos envolve.
Hoje sei que a igreja está diferente para melhor é isso deixa-me feliz.

Depois do Alpha, chamaram-me para ajudar na Pastoral Juvenil. Entrei em choque com o convite e sem pensar muito disse que sim. Seria Deus a chamar-me? Acredito que sim. Não fiz grande coisa porque eu ainda tenho muito para aprender, mas vou dando uma mãozinha. Hoje sei que a esse grupo de pessoas devo toda a minha aprendizagem que se concretizou em pleno no Domingo. Foram as primeiras pessoas a dar-me os parabéns e a receber-me com um sorriso, que eu vou levar comigo para a vida.

Hoje, acredito que a minha melhor decisão foi ter deixado o meu percurso inacabado lá atrás, porque desse modo consegui voltar com mais consciência, com mais vontade e com outros olhos, do que seria se tivesse continuado obrigada pelos meus pais.

Fico feliz pelo percurso até aqui, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

Não deixem a chama apagar-se dentro de vocês!

Dia da Sociedade de S. Vicente de Paulo

Celebramos hoje, o último Domingo de Outubro, o dia da Sociedade de S. Vicente de Paulo, em Portugal. Também conhecida por Conferências de S. Vicente de Paulo.

Esta Sociedade é um movimento católico de leigos que se dedica, sob o impulso da justiça e da caridade, à realização de iniciativas destinadas a aliviar o sofrimento do próximo, em particular dos social e economicamente mais desfavorecidos.

As Conferências Vicentinas tiveram o seu início em Portugal em 1845, com a primeira conferência , fundada no Porto.

Os voluntários que ingressam nas Conferências e apelidamos de Vicentino fazem o seu compromisso de:

Viver – o Evangelho;

Conhecer – e servir diretamente as várias situações de pobreza;

Revelar – cristo que serviu e amou a todos, principalmente os mais pobres e humildes;

Oferecer – um testemunho de fé, mais por obras que por palavras;

Comprometer-se – a cumprir a regra de SSVP que define a vocação e missão das Conferências.

 

Ajuda a Conferência da tua Paróquia.

27 de outubro Dia de Oração e de Jejum pela Paz

Na audiência geral de quarta-feira, face às situações de guerra que se vivem em Israel e na Palestina e de catástrofe humanitária na Faixa de Gaza, o Santo Padre convida-nos a gritar e a lutar pela paz: «Que se ouça o grito de paz dos povos, das pessoas, das crianças! Irmãos e irmãs, a guerra não resolve nenhum problema, apenas semeia a morte e a destruição, aumenta o ódio e multiplica a vingança. A guerra anula o futuro. Exorto os crentes a estarem só de uma parte neste conflito: a da paz; mas não com palavras, com a oração, com a dedicação total».

No mesmo sentido, o Papa Francisco convoca-nos para «um dia de jejum e de oração, de penitência, na sexta-feira, 27 de outubro», convida-nos a unirmo-nos aos irmãos e irmãs doutras confissões cristãs e doutras religiões bem como a todos os que se preocupam pela causa da paz no mundo, e pede a todas as Igrejas particulares que participem nesta iniciativa.

A Conferência Episcopal, em plena sintonia com a convocação do Papa Francisco, convida todos os cristãos, famílias, paróquias, comunidades religiosas, dioceses e outras instituições eclesiais, a viverem este dia 27 de outubro como um dia de jejum e de oração pela paz, segundo as modalidades mais convenientes.

Invoquemos a Deus para que, por intercessão de Maria Rainha da Paz, derrame a paz no coração do mundo e nos faça a todos seus construtores.

 

Lisboa, 19 de outubro de 2023

Regresso à Catequese 2023/2024

A catequese paroquial retoma a sua actividade neste fim de semana 27, 28 e 29 de Outubro.

No Casal de Malta:

Sexta-feira 27 Out: retomam as actividades o 7º, 9º e 10º ano;
Sábado 28 Out: Catequese da infância e o 8º ano;

Em Picassinos:

Retomam as actividades no Domingo 29 com a Eucaristia às 09h30 seguindo-se o encontro;

Na igreja Paroquial:

Sábado 28: 1º, 3ºano às 14h30 e o 5º ano às 17h00
Toda a catequese da adolescência;

A Eucaristia de início de ano será às 16hg00 como é hábito

Sábado 04 de Nov: recomeça o 2º, 4º e 6º ano.

A catequese da infância continua o seu trabalho no modelo de catequese familiar, abrindo espaço e preparando o acolhimento do Novo Itinerário de Iniciação à Vida Cristã.

A Adolescência continuará a seguir o modelo Way Yes com o programa apresentado para este trimestre.

E o nosso 10º ano continuará a ser um ano especial, um tempo de crescimento e amadurecimento espiritual em ordem ao discipulado missionário e ao pedido do Sacramento da Confirmação

JMJ e a teia da amizade dos jovens na Marinha Grande

Ainda sobre as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ)...sim, porque as JMJ tocaram e transformaram as vidas de TODOS. Reativaram laços de amizade, comunhão e partilha nas nossas comunidades.

Este foi um evento que não deixou ninguém insensível, pelos mais variados motivos.

Para quem se entregou voluntariamente a organizar tudo o que envolveu os dias nas dioceses e que teve de sair do seu quadrado para fazer acontecer.

Para todos os que se juntaram às equipas da organização para colaborar na receção, acolhimento e promover o bem-estar dos peregrinos em cada Paróquia.

Os peregrinos que chegaram à Marinha Grande promoveram a partilha de experiências culturais e humanas que enriqueceram tremendamente todas as pessoas envolvidas: voluntários,   famílias de acolhimento e a comunidade em si.

A alegria, a cor, a vida que estes peregrinos, sedentos de conhecimento das nossas formas de ser e de estar perante a vida e a fé, trouxeram, foi algo maravilhoso.

Toda esta experiência, foi contagiante e chegou a todos: aos paroquianos ativos, aos menos ativos e mesmo aqueles que não têm por hábito participar nas dinâmicas paroquiais. Conhecemos pessoas que na nossa comunidade se envolveram, aprofundámos o conhecimento com outras.

Mas tudo ainda foi mais além. Chegou mesmo àquelas pessoas que optaram por não se envolver diretamente, mas que viram as ruas da sua paróquia encherem-se com jovens que traziam bandeiras dos seus países, que falavam línguas e vestiam trajes diferentes, com a sua presença por vezes ruidosa, contudo sempre alegres e tranquilos, cantando, gritando e expressando-se na forma tão caraterística e própria da sua juventude.

Quando o nosso Papa Francisco, em Lisboa, disse vezes sem conta que a Igreja é para TODOS era a tudo isto que se referia também.

Na hora da despedida havia tristeza e até algumas lágrimas. Já se sentia saudade da enorme alegria que estes “estranhos” trouxeram às nossas vidas, aos nossos corações e que ficarão para sempre nas nossas memórias. A nossa comunidade tinha sido transformada por toda a intensidade, rebuliço e turbilhão de emoções e experiências daqueles dias.

Depois de nos despedirmos dos que recebemos em “nossa casa”, foi a nossa vez de partir para Lisboa ao encontro do Papa Francisco, com a expectativa de reencontrarmos alguns dos nossos novos amigos. Alguns de nós até encontrámos. E fizemos festa.

Da Marinha Grande partiram dois grupos, entre jovens e adultos. Um primeiro grupo de 27 pessoas viveu e participou nas dinâmicas previstas para a semana inteira e o segundo grupo viria a participar apenas nos últimos três dias.

 

As expetativas de cada um dos participantes eram diferentes à partida, mas no final a experiência não deixou ninguém indiferente. Cada um, trouxe consigo memórias e vivências pessoais e de grupo, fez novas amizades, que um dia farão a diferença pelo fato de serem sido intensamente vividas.

Mas o espírito das JMJ não terminou naqueles dias em Lisboa.  Na nossa Paróquia alguns destes jovens, aceitaram um primeiro convite para no dia 8 de setembro se voltarem a encontrar. Entre memórias das peripécias e emoções vividas, conversas e brincadeiras, da partilha das fotografias que cada um registou e depois de um jantar animado, começaram a traçar-se ideias e perspetivas para o futuro deste grupo.

No passado dia 29 de setembro voltámos a encontrar-nos. Descobrimos coisas novas uns dos outros: comidas favoritas, lugares no mundo que gostaríamos de visitar e coisas que nunca fizemos. 

“Não há longe nem distância” (Richard Bach), para sonhar, mas sobretudo para experimentar o amor de Deus e o poder da amizade. E no meio destas curiosidades da vida e desejos de cada um, construímos aquilo que alguém nomeou de “Teia da Amizade”.

E a vida, tal como a amizade, é verdadeiramente uma teia. Um emaranhado de caminhos, de encontros e desencontros, onde vamos vivendo momentos marcantes nas nossas histórias de vida pessoais criando memórias. E é nessa teia que vamos construindo aquilo que somos e queremos ser, para realizar na vida e no mundo algo de verdadeiramente bom.

Treze foram os jovens presentes. Com idades que vão dos catorze aos vinte.  Três vieram a primeira vez, porque se desafiaram e atreveram a vir experimentar.  Ainda há lugar para os que não puderam aparecer porque tiveram imprevistos e para aqueles que quiserem aparecer. Mas estes jovens já decidiram que querem continuar a encontrar-se e a partilhar experiências, à sua medida. Já definiram algumas atividades que querem realizar juntos: andar de caiaque, acampar, fazer voluntariado com idosos, fazer sessões de cinema com pipocas, ir à praia, regressar a Lisboa para visitar com maior tranquilidade, mas também querem realizar angariações de fundos, com o objetivo de puderem rumar a Seul na próxima JMJ em 2027.

Mas, não querem apenas fazer atividades, também querem aprofundar a sua fé e debater algumas temáticas: os radicalismos de fé e da sociedade, o lado positivo e negativo das tecnologias, a sexualidade, a exclusão social, o futuro dos jovens na Igreja e as vocações.

Na agenda ficou já assinalado o dia 29 de outubro para uma ida a Lisboa, às zonas onde decorreu a Festa da Alegria (Belém), no âmbito da JMJ, mas que, por motivos diversos estes jovens não conseguiram lá ir ou visitar. Estão desejosos, entre outras coisas, de ir comer os verdadeiros e únicos Pastéis de Belém!

Ficou também no ar o agendamento de uma data para nos sentarmos para ver e debater o documentário da Disney: “AMÉN! Francisco responde”

E assim queremos continuar nas vidas uns dos outros a crescer. Queremos continuar a caminhar juntos, acompanhados por este Jesus, que nos faz arder o coração, que nos move e impulsiona a agir, para que o sonho de Deus para cada um de nós se torne numa realidade, livremente escolhida por cada um.

 Viviana Cordeiro

A FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DA MARINHA GRANDE

Esta semana a Paróquia da Marinha Grande está em grande azáfama, porque nos dias 6, 7 e 8 deste mês vai decorrer a Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Rosário.

 Durante a semana vários eventos irão decorrer, desde uma Noite de Louvor até uma palestra sobre a “Oração do Rosário”, dada pela Irmã Ângela Coelho.

Todos se empenham em montar tendas, arranjar os espaços, cozinhar refeições, bolos e as tão apreciadas filhós. 

Mas tudo isto tem um propósito maior, que é honrar a Mãe do Céu, na invocação de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira da Paróquia da Marinha Grande.

Por isso mesmo haverá procissão de velas na sexta feira à noite, e Missa Solene da Festa pelas 15 horas de Domingo, seguida de uma grande procissão pelas ruas da nossa cidade.

É que honrando a Mãe, celebramos o Filho, pois a Virgem Santa Maria, como nos quis lembrar em Fátima, aponta sempre para Jesus, porque nos ama como filhos seus e quer a nossa salvação.

E lembra-nos também, que ninguém se salva sozinho, pelo que esta Festa e os seus eventos e celebrações devem ser momentos de união, de comunhão para, honrando a Mãe, nos reunirmos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Por isso todos estamos, mais do que convidados, convocados, para celebramos a fé que nos une como família de Deus. 

Marinha Grande, 2 de Outubro de 2023

Joaquim Mexia Alves