Autoridade de Saúde apela à vacinação contra gripe e COVID-19

A Autoridade de Saúde de Leiria solicitou a colaboração da Diocese de Leiria-Fátima para sensibilizar a população sobre a importância da vacinação sazonal contra os vírus da gripe e da COVID-19, especialmente junto dos grupos mais vulneráveis.

Em comunicação dirigida ao Gabinete de Informação e Comunicação, a Equipa Coordenadora da Vacinação da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria sublinha que “a experiência da última época outono/inverno demonstrou de forma clara as graves consequências destas infeções, sobretudo nos grupos mais vulneráveis”.

Segundo as autoridades de saúde, a vacinação é uma medida segura e eficaz que apresenta benefícios significativos: reduz o risco de doença grave, hospitalização e morte; previne complicações como pneumonias e descompensação de doenças crónicas, nomeadamente cardíacas; diminui a circulação dos vírus na comunidade, protegendo não apenas quem se vacina, mas também familiares e contactos próximos; evita a sobrecarga dos serviços de saúde na época outono/inverno; e promove maior tranquilidade no convívio social e familiar.

“Não receiem a vacina, mas sim a doença e as suas complicações”, apela doutora Ana Silva, da Equipa Coordenadora da Vacinação da ULS RL, que reforça: “Se tem 60 ou mais anos, ou pertence a um grupo de risco, vacine-se sem hesitação. A vacinação é um gesto simples que salva vidas e protege aqueles que mais ama.”

A Diocese de Leiria-Fátima associa-se a este apelo das autoridades de saúde, reconhecendo a importância da proteção da vida e do cuidado com os mais frágeis.

Assembleia Diocesana

Assembleia Diocesana reflete sobre Unidades Pastorais e lança trabalho sobre o batismo

A tarde de domingo, 5 de outubro, levou à Aula Magna do Seminário de Leiria mais de uma centena de representantes das paróquias, movimentos e serviços da Diocese de Leiria-Fátima. O encontro marcou o Dia da Diocese e o início do terceiro ano do projeto pastoral com o lema “Ser testemunha da esperança batismal”. A Assembleia Diocesana teve como principal objetivo avaliar o percurso das Unidades Pastorais, recolher sugestões para o futuro e lançar um trabalho alargado sobre a pastoral do batismo.

Um caminho sinodal em construção

A abertura da Assembleia esteve a cargo de D. José Ornelas, que sublinhou a importância da sinodalidade e do diálogo a nível europeu. “Esta manhã passei a celebrar com os ucranianos em Fátima. Está aqui o Patriarca de Kiev, que vem participar na reunião das Conferências Episcopais da Europa. É fundamental que a nossa Igreja também esteja presente neste diálogo continental”, afirmou o bispo.

Sobre as unidades pastorais, D. José Ornelas deixou uma mensagem clara: “Não é um processo acabado, mas apenas começado. Agradeço às comunidades e aos padres que se dispuseram generosamente ao serviço deste projeto, saindo da sua comodidade para se colocarem ao serviço deste caminho de transformação.”

O bispo reforçou ainda que o processo não é meramente administrativo. “Isto não é uma negociação política para formar governo. É uma reunião de irmãos e irmãs que procuram olhar, antes de mais, para Deus, e perguntar: o que temos de fazer? A resposta vem dos irmãos à volta da mesa. É este discernimento que nos permite caminhar juntos.”

O batismo no centro da reflexão

Seguiu-se a apresentação do padre Leonel Batista, responsável por orientar o grande trabalho pastoral do ano. O objetivo é compreender e melhorar a forma como o sacramento do batismo é preparado, celebrado e acompanhado. “Queremos analisar não só o que os padres e paróquias fazem, mas também como as famílias vivem este sacramento”, explicou o sacerdote.

Sobre as motivações das famílias, o padre Leonel acrescentou: “Há razões sociais, psicológicas, de festa ou espirituais. Queremos perceber cada uma delas para que o batismo seja verdadeiramente vivido como porta de entrada na comunidade do povo de Deus.”

O projeto inclui inquéritos a sacerdotes e famílias, incidindo sobre dois períodos distintos: 2019, antes da pandemia, e 2024, já num contexto mais normalizado. “Os resultados serão compilados num relatório que será apresentado ao bispo e servirá de base a propostas concretas de ação pastoral ao longo deste ano”, concluiu.

Grupos de trabalho: escuta e partilha

A partir das 15h30, os participantes dividiram-se em 21 grupos para refletirem sobre a implementação das unidades pastorais. O padre Orlandino Bom explicou a metodologia: “Cada grupo vai analisar três pontos: aspetos positivos, aspetos negativos e sugestões para o futuro. Alguns começarão pelos positivos, outros pelos negativos e outros pelas sugestões. Todos vão passar pelos três temas.”

Cada grupo tinha um animador e um secretário encarregado de registar as ideias. “Em cada fase, dois elementos apresentam respostas que são recolhidas e sistematizadas para o plenário”, explicou o padre.

O ambiente nos grupos era dinâmico e participativo. Um representante de uma paróquia comentou: “É bom sentir que a nossa voz realmente conta. Podemos partilhar o que funciona e também os desafios que enfrentamos, sabendo que alguém vai ouvir e registar.”

Outro participante acrescentou: “O trabalho em grupo ajuda a perceber que as dificuldades que sentimos não são isoladas. Há sempre alguém com soluções ou ideias que podem inspirar a nossa comunidade.”

Um espírito de comunidade e esperança

Entre discussões, anotações e momentos de reflexão, ficou evidente o espírito sinodal que o bispo destacou no início da Assembleia. “Cada comunidade é chamada a ser um lugar de acolhimento, de escuta e de diálogo. Este encontro é parte de um caminho em que estamos todos empenhados”, afirmou D. José Ornelas.

Para o bispo, o trabalho realizado não é apenas uma avaliação: “Estamos a criar condições para que cada batizado participe ativamente na missão da Igreja, articulada em toda a diocese. O nosso lema ‘Ser testemunha da esperança batismal’ não é apenas uma frase, é um convite à vida comunitária e ao serviço do Evangelho.”

Assembleia Diocesana

Trabalhos de grupo apresentam conclusões com desafios para o futuro

Na tarde de domingo, 5 de outubro, a igreja do Seminário Diocesano de Leiria acolheu a segunda parte da Assembleia Diocesana da Diocese de Leiria-Fátima, desta vez aberta a todos os que quiseram assistir. Entre as 17h00 e as 18h00, após o trabalho intenso em pequenos grupos realizado na Aula Magna, foram apresentadas as conclusões sobre o percurso das Unidades Pastorais, numa sessão marcada por um clima de reflexão, com o bispo D. José Ornelas a encerrar o encontro com uma intervenção que procurou unir reconhecimento, crítica construtiva e esperança.

A sessão plenária começou com a apresentação de Luís Miguel Ferraz, que contextualizou o momento: “Ouvimos o nosso Bispo dizer-nos que todos somos chamados a dar contributo, a fazer caminho, a trabalhar em equipa, a ouvir os outros e, sobretudo, a ouvir o Espírito.” Lembrou ainda que a Assembleia pretendia avaliar o caminho percorrido na implementação das Unidades Pastorais, partilhar perceções e recolher sugestões concretas para o futuro.

Aspetos positivos: união, colaboração e dinamismo

O casal Ana e Nuno Gordalina apresentou a síntese do trabalho de grupo, iniciando pelos aspetos positivos. “Devemos começar com a parte mais fácil, que felizmente é mais longa”, começou Ana. Entre os pontos destacados, a vida litúrgica surge como elemento central: “Hoje temos celebrações mais participadas e vividas em conjunto. O Crisma e a Catequese Familiar já se realizam em unidade pastoral, e isso fortalece o sentido de pertença.”

Nuno acrescentou: “Os padres têm mais tempo para acolher os fiéis e grandes celebrações são feitas com todas as comunidades e sacerdotes. A unidade e a colaboração tornaram-se realidade: as paróquias mais desenvolvidas apoiam as que enfrentam dificuldades.”

Outro aspeto valorizado foi o envolvimento dos leigos: “A sinodalidade não é só uma palavra bonita. Os leigos estão mais presentes e assumem responsabilidades, participando em grupos de diálogo e equipas de coordenação pastoral”, sublinhou Ana. A gestão de recursos e a mudança de mentalidades também mereceram destaque: “Há mais abertura, vontade de transformação e reconhecimento das mudanças. A união bem conduzida traz inovação, estimula a comunhão e reforça a partilha de experiências”, concluíram.

Desafios e aspetos negativos

Marco Daniel apresentou depois os pontos mais críticos. “Esta parte é mais difícil, mas essencial. Precisamos ouvir onde as coisas não correram bem”, introduziu. Entre os desafios, destacou-se a resistência ao processo, quer por presbíteros quer por comunidades: “Há paróquias que não quiseram aceitar mudanças e padres que não se sentiram preparados. Faltou testemunho do clero em alguns casos, o que criou desconforto e dúvida.”

Outro ponto foi a comunicação e a oportunidade: “O processo começou de forma turbulenta, a implementação foi rápida e, em muitos casos, sem preparação das comunidades. As mudanças foram feitas a meio do ano e, por vezes, a orientação sobre quem era responsável não estava clara.”

Marco Daniel salientou ainda a perda de identidade de algumas paróquias: “Em centros de culto mais pequenos sente-se a diminuição da participação. Há rivalidades, falta de coesão e atividades de unidade pastoral que ainda não acontecem. Muitos leigos e sacerdotes sentem sobrecarga de trabalho.”

A reflexão sobre o papel dos padres revelou tensões e dificuldades: “Alguns resistem a uniformizar critérios, não delegam responsabilidades e a proximidade com as comunidades diminuiu. É preciso ajudá-los a reorganizar o tempo para se dedicarem mais à vida pastoral e menos à burocracia”, explicou Marco.

Propostas e sugestões

Ana Silva e Lara Pereira apresentaram as sugestões dos grupos, focadas na união entre paróquias, valorização dos leigos, estrutura pastoral e comunicação.

Entre as propostas apresentadas, salientou-se a criação de momentos de encontro, oração e celebração que envolvam paróquias e movimentos, fortalecendo os laços de comunhão entre todos. Destacou-se também a importância da formação contínua dos leigos, incentivando a assunção de novos ministérios e responsabilidades pastorais. Foi apontada a necessidade de organizar conselhos pastorais e secretariados com autonomia, mas sempre articulados com os sacerdotes, de modo a melhorar a coordenação e a eficiência da vida comunitária. A comunicação interna e externa surgiu como prioridade, propondo-se o reforço de boletins, redes sociais e reuniões regulares para garantir informação clara e constante. Por fim, sublinhou-se a implementação de formações descentralizadas, mais próximas das comunidades, permitindo um acompanhamento mais efetivo e adaptado às realidades locais.

Outra sugestão proposta pelos participantes foi substituir padrinhos por testemunhos de fé nas celebrações, promovendo um maior envolvimento da comunidade.

Intervenção final de D. José Ornelas

O bispo encerrou a Assembleia com uma intervenção longa, direta e próxima, sublinhando a importância de reconhecer conquistas e desafios. “É bom termos falado. Saber onde estão os problemas é fundamental para chegarmos a soluções. Foi positivo percebermos os pontos que funcionam bem, mas também os que precisam de atenção”, afirmou.

D. José Ornelas falou sobre a humanização da vida dos sacerdotes: “Temos menos padres. Precisamos que possam dedicar mais tempo aos sacramentos e à vida pastoral. As unidades pastorais devem ajudá-los a equilibrar horários e responsabilidades, sem sobrecarregar ninguém.”

Sobre os leigos, o bispo destacou: “A participação deles é fundamental. Precisamos de organizar melhor os quadros, de forma a que possam assumir responsabilidades sem sobrecarga, e para que o padre tenha liberdade para acompanhar as pessoas.”

O bispo falou ainda sobre a importância de acompanhar cada unidade pastoral individualmente, de valorizar a liberdade e a corresponsabilidade: “Não estamos aqui para encobrir problemas. É preciso criticar e construir, com caridade fraterna. Só assim a nossa Igreja será unida e missionária.”

Para concluir, D. José Ornelas propôs uma oração de consagração a Nossa Senhora, pedindo auxílio para que todos possam responder com generosidade e disponibilidade à missão da Igreja, tal como Maria o fez.

Um olhar sobre o futuro

A Assembleia Diocesana evidenciou um caminho claro: unir, escutar, partilhar e caminhar juntos. Entre êxitos e desafios, a Diocese de Leiria-Fátima reforça a importância da sinodalidade, da corresponsabilidade e do envolvimento de todos — padres, leigos e movimentos — para que as Unidades Pastorais se tornem verdadeiros espaços de crescimento espiritual e comunitário.

1 Milhão de crianças rezam o Terço

D. José Ornelas vai presidir em Fátima à oração do Terço com as crianças, iniciativa internacional da Fundação AIS

“Deus que quer que todos vivamos em paz, que todos nos ajudemos uns aos outros”, diz D. José Ornelas sobre a iniciativa “1 Milhão de crianças rezam o Terço pela Paz”, que a Fundação AIS organiza a nível internacional e já pelo vigésimo ano consecutivo. O Bispo de Leiria-Fátima, que vai presidir à oração do Terço a 7 de Outubro com um grupo de crianças na Capelinha das Aparições, saúda, em mensagem enviada para a AIS, os que estão próximos dos “sofrem pela fé, pela miséria e pela injustiça, e os que precisam de facto da nossa solidariedade”.

D. José Ornelas, Bispo de Leiria-Fátima, vai presidir no próximo dia 7 de Outubro, na Capelinha das Aparições, à oração do Terço com as crianças, que a Fundação AIS organiza a nível internacional. Fátima, o lugar onde Nossa Senhora apareceu aos três Pastorinhos, e a quem pediu que rezassem precisamente pela paz no mundo, assume-se assim, e uma vez mais, como o epicentro desta jornada de oração que já se realiza consecutivamente há vinte anos.

“Desejo saudar todos aqueles que põem em funcionamento e em acção de graças e em súplica a Igreja que Sofre”, diz D. José Ornelas, em mensagem enviada para a AIS, em que destaca a importância da oração para nos “tornarmos obreiros da paz e obreiros da misericórdia”, em especial para com os que “sofrem pela fé, pela miséria e pela injustiça, e os que precisam da nossa solidariedade”.

O prelado tem também uma palavra especial para com “os mais pequenos”, os que vão protagonizar o momento de oração do Terço, e que, à semelhança dos Pastorinhos, são crianças.

Quero dizer um ‘bem-hajam’ a todos e, em modo especial, aos mais pequenos, como foram os Pastorinhos, de quem a Virgem Maria veio tomar cuidado, porque ela é emissária do carinho de Deus, que vem ter com todos. Os Pastorinhos eram crianças que precisavam, de facto, deste auxílio de Deus e foram um instrumento, também morrendo, pequenitos como foram, mas cheios do carinho, da força e do amor de Deus.”

D. José Ornelas

Para D. José Ornelas, os três Pastorinhos de Fátima – Lúcia, Jacinta e Francisco – rezavam pela paz “porque entenderam o coração de Deus, que quer que todos vivamos em paz, que todos nos ajudemos uns aos outros”.

Rezavam pela paz, pelo fim da guerra, mas também “para que acabasse a injustiça, rezavam pelos pobres, pelos pecadores, os que não entenderam ainda o amor de Deus”.

Transmissão em directo para Portugal

À semelhança do que aconteceu com os Pastorinhos em 1917, as crianças de todo o mundo são agora convocadas para rezarem também pela paz e pelo fim das injustiças. D. José Ornelas vai presidir na Capelinha das Aparições à oração do Terço, que começará pelas 18:30, dia 7 de Outubro, uma terça-feira, e que terá difusão nacional através dos meios de comunicação social, nomeadamente a Rádio e TV Canção Nova, além, claro, dos canais da AIS nas redes sociais.

Apesar da importância simbólica do momento que vai ser vivido em Fátima, a oração do Terço com as crianças vai realizar-se em todo o país – e em todo o mundo – ao longo desse dia em diversos horários consoante a disponibilidade das escolas, das paróquias e dos grupos de catequese. Em alguns casos, e em alguns países, a oração do Terço com as crianças vai mesmo realizar-se não apenas na terça-feira, mas sim ao longo de toda a semana.

Este é o vigésimo ano consecutivo desta campanha de oração que começou em 2005 como um pequeno evento na Venezuela. Em 2023, pela primeira vez, mais de um milhão de crianças participaram oficialmente no evento, e o mesmo aconteceu em 2024. E como em todos os anos, paróquias, movimentos, escolas e famílias são convidadas a unirem-se às crianças e à fundação pontifícia, rezando durante a primeira semana de Outubro, mas muito especialmente no dia 7, em que se celebra a Festa de Nossa Senhora do Rosário, desencadeando assim “uma onda de oração ao redor do mundo, que nasce no coração das crianças e expressa confiança infantil”, como diz o Padre Anton Lässer, assistente eclesiástico da AIS Internacional.

É importante a inscrição no ‘site’ da AIS

Por sua vez, o presidente internacional da Fundação AIS, Cardeal Mauro Piacenza, salienta a importância da campanha deste ano, afirmando que ela “responde ao anseio cada vez mais premente de paz e unidade num mundo ferido pela divisão, pelo conflito e pelo sofrimento”.

Numa época em que o silêncio da oração é muitas vezes abafado pelo barulho do mundo, o Rosário oferece um oásis de contemplação. Não é uma prática árida nem repetitiva, mas sim um caminho suave e forte que nos conduz ao coração do Evangelho.”

Cardeal Mauro Piacenza

A inspiração para esta iniciativa da fundação pontifícia veio de uma frase atribuída ao místico São Padre Pio: “Quando um milhão de crianças rezarem o Rosário, o mundo mudará”. O Padre Anton Lässer salienta que “as orações das crianças têm um poder especial diante de Deus — um poder que pode derrubar muros, curar feridas e trazer luz à escuridão”.

A Fundação AIS pede para que os grupos paroquiais, de escolas ou de catequese que desejem participar nesta iniciativa se inscrevam na página do site para se ter uma ideia aproximada do número de crianças que participam oficialmente no evento. Na página estão disponíveis vários recursos úteis que podem ser descarregados para utilização, em diferentes idiomas.

Além formulário para a inscrição, que pode ser preenchido a nível individual ou colectivo – por exemplo, por colégios –, está disponível a carta em que o Padre Lässer convida todos os fiéis a participarem nesse evento. Além disso, existe ainda um cartaz, para ser impresso e colocado por exemplo nas paróquias, em que se anuncia a iniciativa, e também um pequeno opúsculo sobre a oração do Terço, e os Mistérios Dolorosos, que são rezados precisamente às terças-feiras, o que corresponde ao dia 7 de Outubro, data da iniciativa “1 milhão de crianças rezam o Terço”. No documento está também o texto com a Consagração das Crianças à Mãe de Deus.

Um Mês com a Irmã Lúcia

No dia 1 de outubro, memória litúrgica de Santa Teresa do Menino Jesus e data que marca o início do mês do Rosário e do mês missionário, ficau disponível ao público o livro “Um Mês com a Irmã Lúcia”, da autoria do Carmelo de Coimbra.

Alguns meses após a publicação de “Viver na Luz de Deus” – já a caminho da 2ª edição – que expôs o itinerário espiritual da Venerável Irmã Lúcia tendo por base os escritos do seu diário, chega-nos agora esta publicação que procura apresentar, de forma acessível a todos, novos matizes da vida e espiritualidade desta carmelita descalça. Pretendendo ser um livro de oração e que ajude a rezar, ao longo de 30 dias, encontraremos a Irmã Lúcia companheira de caminho na vida de todos os dias, onde, por entre luzes e sombras, provações e alegrias, se vai entretecendo a vida de santidade a que todos somos chamados. Os trechos dos escritos desta carmelita, retirados igualmente do seu diário íntimo e muitos deles inéditos, são divididos pelos vários momentos do dia, de modo a fazer surgir pequenos espaços de silêncio e de escuta precisamente aí, nos nossos dias agitados, de forma a reencontrarmos, sempre de novo, a Luz imensa que é Deus.

Esta obra, primeiro fruto de uma colaboração da Província Portuguesa da Ordem dos Carmelitas Descalços com o Carmelo de Santa Teresa, é enriquecida com um conjunto de orações da autoria do frei João Costa, OCD e ilustrações de Avelino Leite que salientam os grandes traços da vida monástica desta religiosa carmelita, vivida “por fora como todas, por dentro como nenhuma”, que muito apraz à sua comunidade tornar mais conhecida.

A sua edição ficará a cargo das Edições Carmelo.

O livro “Um Mês com a Irmã Lúcia” já se encontra disponível para venda na loja online. Poderá adquirir aqui.

Jubileu dos Catequistas na primeira pessoa

Jubileu do Catequistas, Roma 27 a 31 de Setembro de 2025

 

Eramos três da nossa paróquia, incluídas num grupo de 50 catequistas, 6 do Alentejo, 2 de Coimbra e os restantes 42 da nossa diocese de Leiria Fátima, partimos no início da noite, que para nós se tornou manhã pois foi sempre em viagem, rumo a Roma para viver momentos inesquecíveis que iram encher os nossos corações e superar todas as expectativas. Um grupo com muita gente que não se conhecia, mas que depressa começou a partilhar: cânticos, conversas, vidas, orações e muitas gargalhadas, mas sem sombra de dúvida unidos na mesma fé, e com a mesma vontade de aumentar a chama viva da nossa esperança durante estes 4 dias.

A primeira porta, Santa Maria Maior, e aquelas mãos abertas que nos acolhem e nos amparam, muita gente muitas filas, uma espera que vale a pena pela ternura que enche o coração, mas não se pode parar muito porque estamos sem dormir, logo despertamos para rezar e pousar o olhar na simplicidade do tumulo do Papa Francisco.  

Domingo o dia começa bem cedo em direção ao Vaticano e há fila para entrar na praça de S. Pedro para a Missa presidida pelo Santo Padre e a posterior passagem da segunda porta. Mas a falta de descanso e a correria foi recompensada pois o lugar foi VIP, bem na frente e sentadinhos nas cadeiras com vista privilegiada sobre o altar. Tudo conjugado permitiu que vivêssemos de uma forma mais intensa a oração do terço e a Eucaristia em que foram ordenados 39 catequista, dois dos quais portugueses, em que o Papa Leão nos alertou para não sermos gananciosos nem indiferentes com os mais necessitados e nos incitou não apenas a ensinar, mas a semear a palavra nos corações para que tenhamos uma vida melhor. Durante a tarde a passagem da porta Santa, a grandeza da Igreja de São Pedro que me fez pensar em como sou pequenina e como os meus passos devem subir para Deus.

Segunda-feira a partida para Assis e sinto a paz a beleza, aquilo que a cidade transmite o desafio de chegar á Igreja de S. Damião onde Sta Clara fundou a sua ordem e onde são Francisco escreveu o cântico das criaturas, e a calma e a paz que tantas vezes procuro ali é fácil de sentir, na cidade medieval não sei se pela cor, pelo tamanho, pela falta do bulício serena a alma. O tumulo de S. Carlo Acutis um jovem Santo do nosso tempo toca a todos pela atualidade e pela idade tão próximas dos nossos filhos. O convento de S. Francisco momentos inesquecíveis, sentimentos que nos levam mais próximo de Deus. Stª Maria dos Anjos, com a Porciúncula levam em oração ao fim do dia, após o jantar a partilha do que foi para cada um este tempo levou ainda a uma maior união, a risos e lágrimas que a mim me tocaram no mais fundo do coração.

último dia, de volta a Roma, diretos a São João de Latrão, a sé de Roma, tudo já menos movimentado, em oração o grupo dirigiu-se á porta Santa que pudemos passar calmamente, em que cada um fez a sua oração. A hora da partida ia chegando, faltava apenas São Paulo Fora de Muros, e aí vimos a grandeza, e a simplicidade de uma grande igreja que se ornamenta com as imagens dos Papas e o tumulo de S. Paulo, passei a porta Santa meditando e sobretudo agradecendo.

Comecei o caminho desta peregrinação jubilar com muita esperança, passei as 4 portas com emoção, diferente em cada uma delas, com o coração muito apertadinho pela graça de viver todos estes momentos tão especiais. Em cada momento fui pedindo pelos catequistas, pelas crianças, adolescente, especialmente os do meu grupo, jovens e suas famílias, por todos os que se dedicam ao serviço dos outros na nossa paróquia

O Regresso trouxe um sentimento de gratidão, para com grupo que foi fantástico, para a Padre José Henrique que nos acompanhou e que foi o melhor de todos os guias, tanto espiritualmente com orações e meditações como com o conhecimento de Igrejas, praças, monumentos e muito mais, dos locais que visitámos ou simplesmente passámos. Foi um privilégio fazer parte de um grupo alegre, feliz, mas unido numa mesma missão e com vontade ser melhor para servir nesta igreja de Jesus Cristo.

 

Isabel Santos

Catequistas de Leiria-Fátima viveram em Roma o Jubileu da esperança

Roma, a cidade eterna, vestiu-se de peregrina nos dias 26, 27 e 28 de setembro. O Jubileu dos Catequistas, integrado no Jubileu da Esperança, reuniu mais de 20 mil pessoas vindas de 115 países, num encontro de fé, comunhão e renovação da missão. Entre eles esteve um grupo de 50 catequistas da diocese de Leiria-Fátima, conduzido pelo padre José Henrique, diretor do Serviço Diocesano da Catequese, que organizou toda a peregrinação.

Desde a primeira Porta Santa aberta até ao último olhar lançado sobre as basílicas romanas, os catequistas viveram dias intensos, cheios de emoção, oração e partilha.

Primeiros passos de esperança

O sábado, 27 de setembro, amanheceu com cansaço acumulado da viagem noturna, mas também com uma energia contagiante. O grupo entrou pela Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior, trazendo consigo o desejo de renovar a fé. Ali rezaram diante da relíquia do presépio e visitaram o túmulo do Papa Francisco, numa ligação direta entre a história viva da Igreja e o presente.

“Foi um momento que nunca esquecerei”, partilhou Mónica Costa, da paróquia da Barosa. “Na primeira Porta Santa senti literalmente que a mão de Jesus, posicionada na porta num sinal de acolhimento, me apoiava a cada passo da caminhada.”

As visitas seguintes — ao Coliseu, à igreja das correntes de São Pedro, ao Moisés de Miguel Ângelo — foram um mergulho nas raízes do cristianismo e da fé testemunhada em Roma. A cidade parecia sussurrar a cada esquina histórias de martírio e de coragem, entrelaçando-se com a vida de quem, hoje, continua a missão de anunciar o Evangelho.

A Praça de São Pedro como coração do mundo

Domingo, 28 de setembro, foi o ponto alto da peregrinação. Logo nas primeiras horas da manhã, a Praça de São Pedro foi-se enchendo de catequistas, famílias e peregrinos. Ali se celebrou a missa jubilar com o Papa Leão XIV.

Na homilia, o Santo Padre levantou a voz contra a indiferença:

“Às portas da opulência jaz hoje a miséria de povos inteiros, atormentados pela guerra e pela exploração. Parece que nada mudou com o passar dos séculos. Mas a esperança está viva, porque Cristo ressuscitou.”

Inspirando-se na parábola de Lázaro e do rico, o Papa alertou para as tentações da ganância e da indiferença e recordou que o Evangelho não é apenas para ser conhecido, mas amado. “Quando educamos na fé, não damos uma lição, mas plantamos no coração a palavra da vida, para que dê frutos de vida boa.”

As palavras ressoaram no coração nos peregrinos. Goreti Monteiro, da paróquia de Santa Eufémia, comentou: “Este Jubileu superou as minhas expectativas. Como catequista, sinto ainda mais a responsabilidade de corresponder com a minha vida a esta bela vocação.”

A missa teve ainda um momento simbólico: a instituição de 39 catequistas de 16 países, entre os quais duas portuguesas, Rita Santos e Elisabete Nunes. Receberam das mãos do Papa o crucifixo, sinal da sua missão. “Foi extraordinário ver o Papa confirmar o que nós vivemos todos os dias, nas nossas comunidades”, referiu Isabel Costa, catequista na Golpilheira.

Para Leonel Jorge, da paróquia de Amor, o impacto foi evidente: “Na praça, no meio da multidão, o silêncio diante do Papa marcou-me profundamente. São experiências de fé que não cabem em palavras, só se vivem.”

Assis, a serenidade do encontro

Na segunda-feira, o grupo partiu para Assis. As ruas medievais e os espaços de oração junto de Francisco, Clara e do jovem beato Carlo Acutis ofereceram um contraponto à intensidade de Roma. “Foi um encontro com a paz de quem se deixou transformar por Cristo”, disse o padre José Henrique.

Idalina, da Azoia, resumiu a experiência em poucas palavras: “Momentos inesquecíveis de crescimento na fé, de encontro, de encantamento.” Já Suzana Faria, de Santa Eufémia, destacou a simplicidade vivida em grupo: “Este Jubileu reforçou-me a ideia de que Jesus se revela nas pequenas coisas, na partilha uns com os outros.”

Ali houve também tempo para silêncio e partilha. “Foi tão maravilhoso estar em Assis”, confessou Maria do Carmo Marques, também de Santa Eufémia. “Saio daqui com vontade renovada de levar Jesus aos outros, não só com palavras, mas sobretudo com o exemplo.”

Portas que se abrem à missão

Na terça-feira, os catequistas regressaram a Roma para fechar a peregrinação com a passagem pelas Portas Santas de São João de Latrão e de São Paulo Fora de Muros. O silêncio das basílicas encheu-se de oração.

“Saio daqui grata por ter podido celebrar com catequistas de todo o mundo, mas também por este caminho interior de reconciliação e de esperança”, partilhou Dina Antunes, de Santa Eufémia.

Outros sentiram sobretudo o dom da comunhão. António Monteiro, da mesma paróquia, realçou: “Foi uma oportunidade extraordinária para nos conhecermos melhor como catequistas da Diocese, e viver este Jubileu ao lado do nosso pastor, o padre José Henrique. Estarmos unidos ao Papa e à Igreja universal dá-nos força para a missão”. Também para a Isabel, da Marinha Grande, “foi um privilégio fazer parte de um grupo alegre, feliz mas unido numa mesma missão e com vontade de servir nesta igreja de Jesus Cristo”.  

Anabela Vieira, de Alburitel, resumiu a vivência: “Foram dias maravilhosos, repletos de companheirismo e partilha. Agora, com a fé renovada, a maior missão é levar Deus aos outros.”

Uma chama que regressa acesa

O regresso a Portugal trouxe fotografias, memórias e relíquias espirituais. Mas trouxe sobretudo uma chama viva. Para Valéria Carpalhoso, da Boavista, o Jubileu foi “uma viagem interior, um compromisso de renovar o dom do Espírito Santo”.

Natália Lourenço, da Urqueira, deixou a síntese em forma de promessa: “Levo comigo a determinação de semear mais fé, partilhar mais esperança e testemunhar o amor de Deus, não só como catequista, mas também como mãe.”

O padre José Henrique concluiu: “Roma foi para nós lugar de esperança, de misericórdia e de encontro. Agora cabe-nos levar essa chama para a missão diária, junto dos catequizandos e das suas famílias.”

O Jubileu dos Catequistas foi muito mais do que um evento. Para os 50 peregrinos de Leiria-Fátima, foi um caminho de fé que os transformou e que agora se prolonga nas comunidades. Porque, como disse o Papa Leão XIV, “o anúncio da fé não pode ser delegado a outros: acontece no lugar onde vivemos, em primeiro lugar nas nossas casas, à volta da mesa”.No fim, todos regressaram com a certeza de que a esperança celebrada em Roma não é apenas memória: é envio para, como dizia a Susana, da Amor, “semear melhor e dar frutos de Esperança”. “Agora, levar aos outros a nossa fé renovada é a nossa maior missão”, conclui Anabela Vieira, da paróquia de Alburitel.

Com padre José Henrique

Viver com Jesus a vida toda

Bispo de Coimbra gostaria de “uma Igreja mais viva e mais dinâmica”

D. Virgílio Antunes celebra 40 anos de ordenação sacerdotal e em entrevista ao jornal “Correio de Coimbra” recorda o seu percurso de vida e reflete sobre o presente e o futuro da Igreja.

Rui Saraiva – Portugal

Virgílio do Nascimento Antunes nasceu há 64 anos na aldeia da Pia do Urso, paróquia de São Mamede, na diocese de Leiria-Fátima e celebra 40 anos de ordenação sacerdotal.

Partilha memórias do seu percurso de vida e algumas reflexões com o “Correio de Coimbra”, numa entrevista conduzida pela jornalista Sónia Neves, diretora daquele jornal diocesano e agora também diretora do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Coimbra.

Viver com Jesus a vida toda

 

D. Virgílio Antunes foi ordenado a 29 de setembro de 1985. Foi aluno do Seminário Menor em Leiria e recorda o momento quando na sua infância pensou pela primeira vez ser padre.

“A primeira vez que eu pensei em ser padre foi na igreja, quando naquela catequese, que era a doutrina, que tinha um grande grupo na igreja, o padre falou na possibilidade que nós tínhamos, enquanto criança, de viver com Jesus a vida toda. E depois, a certa altura, eu acabei por pensar que queria viver com Jesus a vida toda e por dizê-lo. Acabei por dizê-lo à minha professora na escola primária. E ela disse: “então, podes ser padre, podes ir para padre”, que era a expressão mais comum. E pronto, porque não teve assim um impacto grande, mas de facto aconteceu. O conjugar estes diferentes fatores e com o auxílio dela, depois do meu pároco e da minha família, acabei por ir para o seminário menor logo aos dez anos.

Naturalmente, quando se vai para um seminário menor, como era um seminário de Leiria naquela altura, que era um regime bastante aberto de uma residência no seminário, das aulas no exterior, no ciclo preparatório, no liceu. Andávamos à vontade, íamos para as aulas a pé, fazendo ali vinte minutos ou meia hora a pé, dentro de uma cidade que era uma vilazinha que era muito pequena na altura. Andava toda a gente à vontade, toda a gente tranquila.

Naturalmente, o sair de casa constituiu alguma marca, porque tinha acabado de fazer dez anos. Mas depois, no contexto, na envolvência, no ambiente, tínhamos um benefício, é que íamos a casa praticamente todos os fins de semana. E, portanto, ao sábado de manhã íamos para casa e regressávamos, ou no domingo à noite, ou na segunda de manhã, a tempo de ir para as aulas. Era um seminário menor com esta particularidade que não dava aquela sensação de um afastamento tão distante da família”, afirma.

Deus é tudo na tua vida

 

Aos dezoito anos, o jovem Virgílio Antunes ingressou no Seminário Maior de Coimbra. Desses tempos de discernimento recorda uma frase que o marcou: “Deus é tudo na tua vida”.

“Em mim teve muita importância, na altura, uma frase que circulava em alguns movimentos eclesiais, que era “Deus é tudo na tua vida”. Se estás com Deus, estás com tudo. Depois, a forma de realização da tua vocação pode ser diversificada desde que tenhas como objetivo fundamental manter-te em Deus e sentires que Deus é tudo na tua vida.

E isto, do ponto de vista espiritual, dá uma volta ao pensamento e ao modo de ser e ao modo de estar de uma pessoa. E deixa-se de andar a fazer cálculos, contas, o que é que é melhor, o que é que é pior, o que é que se ganha, o que é que se perde, do ponto de vista da razão. E passa-se a uma dimensão que é mais espiritual e essa quando entra definitivamente em nós é sempre vencedora. E esta ideia, para mim, teve muita importância”, assinala.

Memórias excelentes do tempo de Seminário

 

D. Virgílio Antunes tem memórias excelentes do seu tempo de formação no Seminário de Coimbra. Lembra a relação de amizade com os seus formadores.

“Tenho memórias muito boas do meu tempo de seminarista, tenho memórias muito boas do meu tempo de seminarista, no seminário menor, em Leiria, nessas circunstâncias que eu referi, memórias excelentes do meu tempo de Coimbra, foram uns seis anos maravilhosos, éramos um grupo pequeno, tínhamos uns sacerdotes fabulosos, havia ali sintonia, havia amizade, portanto foi um tempo fabuloso.

Havia um sacerdote que nos acompanhava aqui em Coimbra, que depois acabou por falecer bastante novo, chamava-se Rogério, padre Rogério, e que era o nosso irmão, era o nosso pai, era nosso amigo, era uma relação muitíssimo boa, muitíssimo boa, que não mostrava nada daquilo que às vezes eu via na literatura, o seminário é isto, o seminário é aquilo, eu não conheci algum tipo de seminário que fosse assim uma coisa dessas, estranha, obscura, não conheci, e portanto tive uma experiência de seminário muito tranquila”, declara.

A Sagrada Escritura é uma paixão

 

E eis que o seu percurso de sacerdote estava destinado para o estudo de Ciências Bíblicas em Roma. E com passagem por Jerusalém. O bispo de Coimbra afirma que estudar a Sagrada Escritura é uma paixão.

“Eu estava a trabalhar no seminário de Leiria há sete anos, colaborava também nas paróquias ali ao lado, nunca fiquei só fechado ali, e depois o bispo de Leiria, o mesmo bispo que me tinha ordenado, D. Alberto Cosme do Amaral, um dia chamou-me para me dizer que queria que fosse estudar a Sagrada Escritura, Ciências Bíblicas para o Instituto Bíblico de Roma.

Foi uma novidade. Não sabia que isso iria acontecer e deixou-me um bocadinho atemorizado. O facto de ir para fora, o facto de ser ciências bíblicas, que à partida já sabia que era um percurso bastante exigente, sobretudo por causa do estudo das línguas originais, o hebraico, o aramaico e o grego, e sobretudo daquela escola jesuítica.

É uma escola de muito exigência, que aperta muito com as pessoas, mas, confiei. Fui no mês de setembro para Roma, em 1992. Fui estudar um bocadinho de italiano e depois iniciei aquele percurso de estudar grego e hebraico. De manhã grego e hebraico de tarde, durante um ano inteiro, depois os outros anos seguintes. Concluí com tranquilidade. Depois foi Jerusalém. No final, já conhecia a realidade de Jerusalém, que era importante para a formação bíblica, fui conhecer mais da história bíblica, a arqueologia bíblica, os lugares bíblicos, a geografia bíblica. Fiz a proposta de mandar uma carta ao bispo da altura que, entretanto, tinha mudado, era D. Serafim de Sousa, Ferreira e Silva, a pedir se me concedia a possibilidade de ir um semestre frequentar a escola bíblica e arqueológica francesa de Jerusalém. E ele respondeu que sim. Eu fiquei até mais uma vez admirado, porque além do tempo, também era dinheiro, porque custa dinheiro. E ele respondeu-me que sim, de modo que me deixou muito feliz.

Foi uma experiência única de estudar no Instituto Bíblico de Roma, estudar a Sagrada Escritura, é uma paixão”, sublinha.

Ordenação do Sr. D. Virgílio, 03 de Julho de 2011

Em Fátima, uma experiência inesquecível

D. Virgílio Antunes foi também reitor do Santuário de Fátima, experiência que recorda como absolutamente inesquecível, pelo lugar, pela mensagem, pela espiritualidade.  

“Foi mais uma experiência de vida que é absolutamente inesquecível, pelo lugar, pela mensagem, pelo significado, pela espiritualidade mariana e católica, que foi sempre muito importante, que sempre fez parte da minha vida.

Eu tinha também, de algum modo, nascido ali um bocadinho à sombra da devoção à Nossa Senhora, incluindo o conhecimento da vida dos pastorinhos, as peregrinações, desde a escola primária… Fez sempre parte da minha vida”, salienta.

No futuro, mais entusiasmo, mais ânimo e confiança

Para o futuro, D. Virgílio Antunes gostava de ver mais entusiasmo, mais ânimo e confiança na Igreja em Portugal. Uma Igreja mais viva e mais dinâmica.

“Dito assim de forma muito breve, gostava de ver muito mais entusiasmo, muito mais ânimo, muito mais confiança. Não significa que gostasse de ver uma igreja exuberante, não é isso que eu peço… Nem uma igreja exuberante ou uma igreja dominadora, mas uma Igreja extremamente visível, da parte dos cristãos, uma Igreja com mais entusiasmo, com mais ânimo, com mais espírito, com mais fé, com mais capacidade de testemunho, sem medo de mostrar aquilo que é e de dar a sua colaboração em ordem à transformação da própria comunidade humana, da própria sociedade, de uma forma humilde e de uma forma simples, de forma como nos sentimos irmãos e em que abraçamos a humanidade toda, mesmo que não se identifique com a nossa fé, nem com os nossos valores, nem com os nossos ideais. Eu gostava de ver uma Igreja em Portugal mais viva, mais dinâmica”, disse D. Virgílio Antunes.

Caminho sinodal para se viver em fraternidade

 

O bispo de Coimbra afirma que o caminho sinodal é o caminho da Igreja, para que se possa viver mais na partilha e na fraternidade.

“É o caminho, evidentemente. É uma história muito antiga que teve agora neste pontificado do Papa Francisco e concretamente na realização do sínodo um epicentro, por assim dizer, no que diz respeito à clarificação, ao assumir desta convicção da clarificação, inclusivamente de muitas realidades que precisavam ser clarificadas. A Igreja de Cristo tem que viver mais no amor, tem que viver mais na partilha, tem que viver mais na fraternidade, tem que ser uma Igreja em que todos podem partilhar os dons de Deus, em que as relações, um tema fundamental no sínodo, as relações têm de ser, de facto, fraternas, a partir da comunhão com Deus, evidentemente, em que todos têm o seu lugar, a sua missão, a sua participação, a sua quota parte de responsabilidade no ambiente de fraternidade e de amor cristão. Portanto, há muito que nós temos de fazer e a sinodalidade diz isso tudo”, declara o bispo de Coimbra.  

D. Virgílio Antunes celebra 40 anos de ordenação sacerdotal neste Ano Santo de 2025. Foi formador no Seminário de Leiria, professor no Seminário de Coimbra, estudou Ciências Bíblicas em Roma e Jerusalém e foi reitor do Santuário de Fátima. É desde 28 de abril de 2011, bispo de Coimbra.  

A DEVOÇÃO REPARADORA DOS CINCO PRIMEIROS SÁBADOS

O MMF de Fátima da Marinha Grande vem lançar um desafio a toda a comunidade, para estarem connosco e participarem no dia 4 de Outubro, sábado, pelas 18h30, na ”Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados”.

Desde, quase há uma década, com algumas pausas, que celebramos esta Devoção, anuindo assim, ao pedido de Nossa Senhora feito em Fátima, na aparição de julho de 1917, aos três pastorinhos e reiterada em 1925, em Pontevedra, Espanha, à Irmã Lúcia.

A Mensagem de Fátima não se esgota nas Aparições do Anjo de Portugal e de Nossa Senhora nos anos de 1916 e 1917, antes se completa com as Aparições em Pontevedra e Tuy, nos anos de 1925 e 1929.

Deste modo, não é possível considerar que se vive plenamente a Mensagem de Fátima, senão se viver e celebrar a “A Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados”.

Que ninguém se apresse a decidir que esta Devoção, não é para si. Nem os que a julgam meramente secundária, e, portanto, não fazendo parte integrante da Mensagem de Fátima, nem os que se julgam incapazes de a abraçarem, por se sentirem demasiado pecadores ou por acharem que apenas algumas, poucas “almas santas” é que poderão dar resposta.
A uns e a outros importa lembrar as palavras carinhosas de Nossa Senhora aos três Pastorinhos, na aparição de maio e que tantas vezes nos são repetidas no Evangelho: “Não tenhais medo”.

Importa não termos medo de abrir o coração ao Amor de Deus através da procura da nossa conversão interior, da conversão dos outros e da reparação amorosa aos Corações de Jesus e Maria, pelos pecados contra eles cometidos e que os ferem e magoam.

Esta devoção reparadora é parte integrante da Mensagem de Fátima, hoje mais atual do que nunca. E é dirigida a todos, Mensageiros e não Mensageiros. A toda a comunidade. Fomos todos entregues a Maria aos pés da Cruz.

Sempre que procuramos reparar o Imaculado Coração de Maria estamos, antes de mais, a aceitar o seu amor de Mãe e a corresponder, com o nosso amor de filhos.

Reparar o Imaculado Coração de Maria é, retribuir a Nossa Senhora o seu amor de Mãe. É amá-La como Mãe. É consolá-La por todos os que não a amam e não amam o Seu Filho.

É de vital importância tomar consciência de que, o que está por trás do gesto de cumprir a Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados, e o que nos é pedido verdadeiramente, é a conversão da nossa própria vida.

Não faz sentido, que durante cinco sábados, procuremos reparar o Coração Imaculado de Maria, e depois, no dia a dia da nossa vida, nada mude.

O que Nossa Senhora nos pede em cada Primeiro Sábado: confissão, comunhão, reza do terço e meditação na vida de Jesus, é afinal que procuremos aprofundar a nossa vida de cristãos, caminho único para casa do Pai. O que é querido por Nossa Senhora é o aprofundamento permanente da nossa fé.

Como, então, celebrar os Primeiros Sábados? O que nos é pedido? Porque são Cinco Sábados?

A todas estas perguntas daremos respostas, se estiverem connosco no dia 04 de Outubro pelas 18h30 horas na Igreja Paroquial.

Contamos convosco!      

Isabel Leston Bandeira    

* (in   A Grande Promessa)                                                          

Papa vai instituir 39 catequistas de 16 países, incluindo Portugal

Cidade do Vaticano, 24 set 2025 (Ecclesia) – O Papa vai presidir este domingo à Missa com instituição de 39 leigos e leigas de 16 países, incluindo Portugal, no ministério de catequista, anunciou hoje o Vaticano.

“Os candidatos ao ministério laical do catequista, que receberão do Papa também o crucifixo como sinal da sua vocação especial, são provenientes da Itália, Espanha, Inglaterra, Portugal, Brasil, México, Índia, Coreia do Sul, Timor-Leste, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Estados Unidos, Moçambique, Brasil, Peru e República Dominicana”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA, pelo Dicastério para a Evangelização (Santa Sé).

A celebração encerra o Jubileu dos Catequistas, que decorre em Roma a partir de sexta-feira, reunindo mais de 20 mil peregrinos de 115 países.

O encontro, no Ano Santo, começa com as peregrinações dos catequistas à Porta Santa da Basílica de São Pedro, na manhã de sexta-feira, e com a vigília de oração, pelas 18h30 (menos uma em Lisboa), sob a presidência de D. Rino Fisichella, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

Durante esta celebração, vão ser aprestados três testemunhos de catequistas: Liliana Russo, da Itália, Paulo Agostinho Matica, de Moçambique, e Estela Evangelista Torres, do México.

No sábado, às 10h00 de Roma, os catequistas são convidados a participar na Audiência Jubilar, com Leão XIV, na Praça de São Pedro, antes das catequeses em várias línguas, que vão decorrer durante a tarde, em igrejas do centro de Roma.

Em maio de 2021, o Papa Francisco decidiu instituir o ministério de catequista, na Igreja Católica, através da carta apostólica (Motu Proprio) ‘Antiquum ministerium’.

A decisão diz respeito a homens e mulheres que não pertencem ao clero nem a institutos religiosos, reconhecendo de forma “estável” o serviço que prestam na transmissão da fé, “desempenhado de maneira laical como exige a própria natureza do ministério”.

A carta apostólica refere que o catequista deve estar ao “serviço pastoral da transmissão da fé” que se desenvolve nas suas diferentes etapas, desde o “primeiro anúncio” à formação permanente, passando pela preparação para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia).

O Jubileu, com raízes no ano sabático dos judeus, consiste num “perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo”.

Esta indulgência implica obras penitenciais, incluindo peregrinações e visitas a igrejas.

O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.

O atual Ano Santo começou com a abertura da Porta Santa, na Basílica de São Pedro, na vigília do último Natal, pelo Papa Francisco.