Hoje é o dia de Finados, os “finalizados” pelo tempo e pela vida. Hoje são eles, amanhã seremos nós nesta lista. Finados e finalizados os nossos dias, seremos julgados por nossas boas obras que são fruto de uma vida que foi ou não cingida e iluminada, como narra o evangelho de hoje.
Porém, esta vida não tem a última palavra. Depois dela, há uma eternidade à nossa espera. Nossas almas são imortais; nas palavras da serva de Deus Chiara Corbella Petrillo: “Nós nascemos e jamais morreremos”.
A Igreja hoje nos convida a uma reflexão sobre o fato de que, embora seja uma experiência universal, a de que nós todos estamos destinados à morte, é também uma realidade que nós somos imortais, ou seja, que existe algo de imortal em nós, a nossa alma.
É claro que a imortalidade da alma não é a única verdade em que nós cristãos cremos. Deus revelou que, embora o corpo seja mortal, Ele irá ressuscitá-lo no último dia, e então, no fim da história, as nossas almas, que são imortais e eternas, serão reunidas mais uma vez com o próprio corpo, umas para a felicidade eterna, outras para a desgraça eterna.
No tempo de Jesus, os rins eram o lugar onde o ser humano guardava as paixões que poderiam desordenar a vida: ira, raiva, ódio, desejos sexuais,
preguiça, gula. Tudo o que é ímpeto e desregramento estava no rim. Por isso, Jesus nos ensina que para viver bem, ter uma santa morte e estar pronto para quando ela chegar é preciso cingir, ou seja, amarrar de forma apertada, nossos rins, nossas paixões. Só vive bem quem se aperta e domina a si mesmo.
Para bem viver essa vida que é frágil e tão rápida é preciso manter-se iluminado pelas lâmpadas da fé, não bastando apenas a luz da ciência, dos livros e da própria perspicácia humana. Como nos assegura o salmista: Lâmpada para os meus pés, luz para os meus caminhos é a tua Palavra.
Só está pronto para a chegada da morte, que é o próprio Jesus que chega à nossa porta, quem está cingido por uma vida sóbria e iluminada pelo Evangelho de cada dia.
Marília Ribas

