Santíssima Trindade: Unidade no Amor

Neste domingo, 15 de junho, o primeiro após o Pentecostes, a Igreja celebra a Solenidade da Santíssima Trindade.

A palavra “Trindade” tem origem no latim e significa “três” ou “tríade”. O primeiro uso reconhecido do termo em sentido teológico coube ao bispo Teófilo de Antioquia, por volta do ano 170, para expressar a união das três Pessoas divinas em Deus.

“Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos” (Ef 4,5-6). A Santíssima Trindade não se refere, pois, a três “deuses”, mas a três pessoas distintas perfeitamente unidas numa só divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

O Pai é o Criador, a fonte de toda a existência.

O Filho, Jesus Cristo, é o Verbo de Deus que se fez homem para nos salvar.

O Espírito Santo é o próprio Amor entre o Pai e o Filho, a força que procede de ambos e que nos inspira, guia e santifica.

Diz-nos o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC): “(…) As três Pessoas divinas são um só Deus porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si pelas relações que as põem em referência umas com as outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho” (CCIC, 48).

Sabemos que Deus é Amor, e o Amor é relação. A Trindade são três pessoas em relação íntima de Amor – e que anseiam pela relação com todos e cada um de nós. Somos chamados a reconhecer a nossa identidade de filhos de Deus-Pai, a configurarmo-nos com Cristo e a deixarmo-nos conduzir pelo Paráclito, o Consolador, o Espírito da Verdade que Jesus nos prometeu, antes de ascender aos Céus, e que foi enviado sobre os discípulos logo no Pentecostes – e ainda hoje sobre nós.

A Santíssima Trindade constitui um dos dogmas da doutrina católica, porque se trata de uma realidade em que a Igreja Mãe e Mestra, nos manda aceitar como verdade de fé, mesmo sem conseguirmos compreendê-la plenamente – não neste mundo, nem por meio da pura razão humana. É um mistério revelado por Cristo e em Cristo. Recorda o CCIC; “O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (CCIC, 44).

O dogma foi estabelecido em duas etapas. No Concílio de Niceia (ano 325 da Era Cristã), a Igreja afirmou a divindade do Filho e compôs a parte do Credo que a Ele se refere, num tempo em que a heresia ariana afirmava que Jesus era um ser sobrenatural, mas não Deus. O I Concílio de Constantinopla (ano 381) reconheceu a divindade do Espírito Santo, contrariando a heresia do macedonianismo.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, amen!

Lúcio Gomes