Vivemos dias de grande entusiasmo, este Jubileu dos Jovens deixou-me o coração cheio, de inveja por não ter ido; de alegria pelo nossos que foram e que me foram partilhando o entusiasmo e que estão a partilhar connosco, hoje na Noite de Louvor, em breve também na Eucaristia; de entusiasmo pelo programa e pela mensagem do Papa que continua a dar sinais de ser Deus que comanda a sua Igreja.
Enche-me de Esperança perceber que contando com o nosso esforço, o nosso trabalho, entrega e dedicação, a palavra final vem do Alto. E é com entusiasmo que sinto que esta nova geração cresce, amadurece e se coloca numa posição que os levará a assumir, a cuidar, a conduzir a nossa comunidade, a igreja do curto prazo.
Ingenuidade minha? Talvez. Não era a primeira vez, nem a última.
Mas o coração está também cheio de formigueiro, uma ansiedade que me desinquieta e me faz pensar constantemente “o que é que Vossemecê me quer? Onde é que me quer? Como me quer?”.
É tempo de nos colocarmos a jeito. De rezar, pedir as graças, mas também pedir que seja feita a Sua vontade.
Olho o Evangelho deste Domingo e a mesma inquietação. A urgência de estar atento, preparado, o futuro é agora. Deus não vai de férias, embora seja paciente e espere por nós. Mas o momento é agora. Não por medo de podermos morrer a qualquer momento e termos de apresentar contas ao Senhor. Mas porque a vida é preciosa e não pode ficar para amanhã cuidar dela.
Não estamos cansados de sentir tristeza e abatimento a sentir que somos menos, e que as pessoas se afastam e que não sabemos como vai ser no futuro?
Será que não temos visto um fenómeno doloroso de ver jovens a espelhar a atitude dos que os conduzem e guiam?
Será que não querendo ceder a uma ansiedade que se traduz num activismo frenético de fazer muitas coisinhas de Deus e um frenesim de preceitos, tradições, piedades e etc e tal. “coisinhas de Deus quanto mais melhor” ouvia um padre de Coimbra repetir imensas vezes, justamente para “ganharmos tino na mona”.
Fazer sem descanso, mas fazer bem, a escuta da vontade de Deus, o que nos pede.
Esta Esperança que ouvimos repetidas vezes este ano, precisa tocar-nos. Recordo o Papa João Paulo II: não tenhais medo!
Nem os jovens de se chegarem à frente e assumir responsabilidades e a sua voz; nem os mais velhos de incentivar e dar espaço à renovação e à transformação.
Preparados porque em tudo Deus nos desafia a sair de nós, do que é confortável, seguro e familiar, para a novidade que é uma maior proximidade com Ele.
Amadurecer na Fé, crescer no Amor e na confiança, não pode ter férias, nem pausa, está sempre a acontecer, mesmo quando tiramos férias dos afazeres.
Quero mesmo ganhar o Céu ou quero só uma consciência tranquila por ter feito o que era suposto?
Pe. Patrício Oliveira