Julho traz consigo várias memórias de santos que trazem consigo histórias de gente humana, normal, “gente como a gente” e que as circunstâncias da vida me têm feito para eles de uma forma nova.
Ontem foi o Tomé, hoje nossa querida Isabel, o Tiago lá para o fim do mês, a Maria Madalena, os amigos de Jesus Marta, Maria e o Lázaro. Não vou esconder, rever The Chosen tem ajudado muito neste novo olhar sobre aquilo que conhecemos. Vejam!
O amigo Tomé e o Evangelho deste domingo enquadram-se muito bem. O João usou de forma muito habilidosa a história de Tomé para humanizar a mensagem de Jesus. O tal que era o Dídimo, gémeo, já sabemos, de todos nós, da nossa humanidade e da nossa miséria também, dá voz a todo um conjunto de sentimentos, questões que todos colocamos e que provavelmente temos medo de verbalizar em voz alta.
Mostra-nos o Pai. Como é que havemos de saber o caminho? Ou até um certo espírito adolescente/inconsequente: vamos também para morrer com Ele!
Na verdade, parece, à primeira vista, que sempre que ele abre a boca, é cada tiro cada melro.
Mas não é verdade. Somos nós ali espelhados e ainda bem.
Porque somos frágeis, hesitamos, duvidamos, porque queremos que nos faça sentido, nem é perceber tudo, mas que faça sentido.
E estes santos deste mês trazem carne como a nossa.
Hesitaram, questionaram, mas não desistiram de ir mais além, mais longe até no caso do Tiago.
Esta semana o evangelho manda-os em Missão com o poder e a autoridade de Jesus, capazes de fazer milagres, curar, expulsar demónios. Mesmo não entendendo, sentiram que era possível serem extensão da autoridade de Jesus.
Tomé queria ver as marcas, as chagas para acreditar. E quem não?
Hoje a missão é a mesma, o envio continua, os milagres são noutro nível, mas não menos reais e transformadores.
Hoje o desejo secreto de querer ver os sinais da Paixão continua bem presente e compreensível, o que muda são os sinais. Já não se trata de ver chagas, feridas da lança. Hoje a missão é mostrar ao mundo sinais de vidas transformadas. Gente normal, frágil, falível, mas que não desiste de ser mais, melhor, de querer ser por inteiro.
Gente que enfrenta o dia com a certeza da Misericórdia do Pai e que encontra a sua Paz no regaço do Pai. E a nossa paz repousará sobre o Mundo.
Pe. Patrício Oliveira